2009-01-24

Estender é com «S»

lâmpada Encontrei uma explicação interessante sobre por que «estender» se escreve com S no Yahoo! Respostas, de autoria de Marta M.

Estou replicando aqui:

Estender

«Estender» se escreve com «s» e que «extensão» se escreve com «x», embora ambas as palavras tenham a mesma origem, ou seja, o mesmo radical latino, que é com «x»: «extendere» e «extensione».

Trata-se de uma explicação histórica, segundo o professor Odilon Soares Leme, da Rádio Jovem Pan. «Estender» entrou para o léxico português no século XIII, vindo do latim vulgar. Ora, naquela época, já no latim vulgar, o «x» tinha-se tornado «s» antes de consoante. Então, «estender» já entrou com «s» e foi mantido assim, mesmo em palavras derivadas desse verbo como estendível, estendedor, estendedouro, estendal.

Já o substantivo «extensão» entrou para o léxico português bem mais tarde, e só aparece em dicionário no século XVIII, tendo ido buscar a forma do latim clássico, «extensione», da qual manteve o «x», que foi mantido também em extenso, extensivo, extensível, extensibilidade…

Espero ter ajudado…


[]'s
Cacilhas, La Batalema

2009-01-22

Vá tomar no centro do olho do *

vidraça Hoje aconteceu uma coisa surreal aqui em casa…

Uma árvore secular quebrou no meio, caiu em cima de um abacateiro e as duas árvores cairam pelo morro, por trás de minha caixa d'água, arrancando o encanamento que fornece água para minha casa.

Por sorte as duas árvores pararam há pouco mais de dois metros de minha casa e apenas um abacate bateu na janela da sala, quebrando-a e jogando cacos de vidro por toda a sala.

Quando meu filho me contou – eu estava no escritório –, deu a entender de que o abacateiro tinha ido janela a dentro, mas graças a Deus foi só um abacate.

Corri pra casa e depois para comprar as peças de reposição pra refazer o encanamento, mas infelizmente em Petrópolis o comércio começa a fechar às 17:30, e lá pelas 19:00 já não há mais nada aberto.

Tive a sorte de conseguir uma mangueira de vinte metros (daquelas que amassam) para quebrar o galho, nada mais.

Perdi o resto da luz do dia recolocando a mangueira quebra-galho por cima das árvores e improvisando as emendas com arame, para pelo menos ter água em casa – as árvores não poderão ser retiradas até que a chuva pare. Esticando mangueira para a água passar…

Já tarde, sem mais luz do dia, tudo montado, descobri que na queda o encamento que entra pela parede quebrou também. Tentei retirar para ver ser conseguia dar um jeito, mas já não consegui nada.

Torci o tornozelo, meu tendão do antebraço direito está queimando, estou todo arranhado e ainda tomei banho frio de canequinha. Niguém merece!

Coloquei algumas fotos no orkut, mas foi meu filho quem tirou, então a qualidade está bem baixa. Quando der eu tiro outras.

[]'s
Cacilhas, La Batalema

PS: O jardineiro é Jesus…

Uma imagem vale mais…

Israel

2009-01-18

Três maneiras de escrever para crianças

lâmpada Encontrei uns pensamentos muito legais de C. S. Lewis em seu ensaio «Três maneiras de escrever para crianças», que eu gostaria de destacar.

Os críticos para quem a palavra adulto é um termo de aplauso, e não um simples adjetivo descritivo, não são nem podem ser adultos. Preocupar-se em ser adulto ou não, admirar o adulto por ser adulto, corar de vergonha diante da insinuação de que se é infantil: esses são sinais característicos da infância e da adolescência. (…) Quando se mantém na meia-idade ou mesmo na juventude, essa preocupação em «ser adulto» é um sinal inequívoco de retardamento mental.

***

Hoje gosto de vinho branco alemão, coisa de que tenho certeza não gostaria quando criança; mas não deixei de gostar de limonada. Chamo esse processo de crescimento ou desenvolvimento, porque ele me enriqueceu: se antes eu tinha um único prazer agora tenho dois. Porém, se eu tivesse de perder o gosto por limonada para adquirir o gosto pelo vinho, isso não seria crescimento, mas simples mudança.

***

A verdadeira vítima do devaneio em que todos os desejos se realizam não se inspira na Odisseia, em A tempestade ou em A serpente Uroboros. Prefere histórias que falam de milionários, beldades irresistíveis, hotéis de luxo, praias tropicais e cenas picantes – coisas que poderiam realmente acontecer, que deveriam acontecer, que teriam acontecido se o leitor tivesse tido a justa oportunidade. Isso porque, como digo, existem dois tipos de anseio. Um deles é uma askesis, um exercício espiritual, o outro é uma doença. (C. S. Lewis)


Esse ensaio pode ser encontrado no final de As Crônicas de Nárnia.

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Cacilhas, La Batalema

2009-01-17

Pipoca e guaraná

O Gládio Aqui ao lado há um menu (Sugestão de Filmes) com algumas sugestões de filme, no entanto gostaria de destacar alguns – em maioria mais antigos, que podem não estar no menu –, meus preferidos.

Vou colocá-los em ordem de ano de lançamento:
[update 2009-01-25]

[/update]


São apenas algumas sugestões para um final de semana com muita pipoca!

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Cacilhas, La Batalema

2009-01-15

Assassino agora é funcionário federal, «nomeado com louvor»

Recebi um email pedindo que fosse repassado, mas acho mais útil divulgá-lo aqui.

Não levantei sobre a veracidade de cada ponto da mensagem, mas veio de alguém em quem confio, portanto estou repassando palavra por palavra, sem alteração, apenas grifei algumas palavras para tornar o texto mais explícito:

O Assassino do índio Pataxó agora é funcionário federal e ganha R$6.600,00 por mês.

[update 2009-01-29]Recebi um aviso de hoax do Márcio sobre essa notícia.

Ele enviou nos comentário uma URL para CMI Brasil, onde nos comentários uma pessoa identificada apenas como «chega de boatos» acusa a notícia de boato.

Como disse, não verifiquei a veracidade da notícia, portanto pode muito bem ser um boato sim. No entanto, pode ser verdade e estão querendo fazer parecer boato para proteger o status quo sócio-político vergonhoso de nosso país.

O contraponto pode ser lido no Novo Milênio (leitura obrigatória).

Deixo ao leitor a tarefa de descobrir.[/update]


É o fim da picada…

Assassino do índio Pataxó agora é funcionário federal!

Bruno, o rapaz que matou o Índio Galdino queimado foi libertado, «passou» no concurso público e agora ganha R$6.600,00 por mês.

«Nomeado com louvor», este foi o título da reportagem do Correio Brasiliense do dia 22/12/02, a respeito da seguinte situação:

O filho do presidente do TJDF, Bruno (aquele marginalzinho que pôs fogo no índio pataxó), fez concurso público para o cargo de segurança (12 vagas disponíveis; salário de R$1.300,00; nível exigido 2º grau) e ficou em 65º lugar. Depois do resultado do concurso, o número de vagas aumentou para 70!

Após 12 dias no cargo, ele foi promovido a dentista do TJDF para ganhar R$6.600,00. O presidente do TJDF, o pai, juiz (?!) Edmundo Minervino, ainda teve a cara-de-pau de afirmar na entrevista: «Não houve ato ilegal nenhum».

Depois dessa vergonha toda, nós, cidadãos brasileiros, perguntamos:

1) Se Bruno é tão bom assim, por que não fez concurso para o cargo de dentista?

2) Por que aumentar o número de vagas exatamente para 70?

3) Como estão se sentindo as outras pessoas que foram melhores colocadas que Bruno no concurso? Será que, algum dia na vida, estas pessoas vão ganhar R$6.600,00? E os outros profissionais que já estão trabalhando há mais tempo no TJDF?

4) O que se pode esperar de um país que tem na sua justiça um juiz federal com esse comportamento?

E mais duas perguntas que não querem calar:

1) Que julgamento foi esse, que pena foi essa que o assassino cruel de uma pessoa já cumpriu, já foi solto e até teve tempo de fazer concurso e tudo?

2) Assassinos podem fazer concurso público?

O objetivo deste e-mail é tentar alcançar o maior número de pessoas possível para mostrar como o coronelismo e paternalismo ainda existem fortemente no serviço público brasileiro.

Tomara que este e-mail chegue até ao meritíssimo (?) Sr. Minervino ou ao Bruno ou, melhor ainda, a algum promotor de Justiça para impedir essa baixaria…


[update 2009-01-16]Referência: Campo das Idéias: O crime não compensa.[/update]

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Cacilhas, La Batalema

2009-01-13

Campanha 2009 – morte ao IE6

Tux Meu amigo L.P. perguntou se essa campanha vinga… eu não tô robando, eu não matando, eu aqui pedindo!¹

MORTE AO IE6!

Reproduzo aqui a resposta que dei ao artigo do L.P.:
Acho que vou aderir a sua campanha e fazer um meme disso. =)

Aliás, a meu ver a campanha deveria ser morte ao IE, não apenas à versão 6.

Ou pelo menos um campanha para que a Microsoft siga os padrões W3C que ela mesma ajudou a definir – e também fazer um navegador mais estável e seguro, mas isso acredito que somente se terceirizassem o desenvolvimento, porque eles não têm competência pra isso.


Agora convido todos a lerem o ótimo artigo:

Campanha 2009 – Morte ao IE6. Será que vinga!?


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Cacilhas, La Batalema

¹Antes que alguém reclame que está escrito errado, repare no grifo em itálico. =P
²Não adianta comentar sobre isso aqui! Comente .

Pseudoceticismo definitivo

Conclusão definitiva sobre falso ceticismo:

Usar fatos sobre os quais não existe uma conclusão acertada para concluir aquilo que já pensávamos antes e dar nossa interpretação aos dados como se fosse a verdade (curiosamente, essa verdade só concorda com aquilo que pensávamos antes, nunca é contra nós) é no mínimo desonesto. (Walter Cruz)


Assino em baixo!

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Cacilhas, La Batalema

Espiritualidade relacionada a baixa atividade do individualismo

Baal Sou um cético de carteirinha e ainda assim conservo minhas crenças pessoais. Uma coisa não interfere na outra, desde que eu saiba separá-las.

Uma das coisas que mais me irritam são os falsos céticos, materialistas e ateus fanáticos que se dizem céticos para ganhar alguma credibilidade para suas crenças. São teorias não comprovadas que eles defendem com unhas e dentes, e não admitem sua falibilidade.

Para entender melhor, leia meu artigo sobre pseudoceticismo.

Um dos maiores pseudocéticos lusófonos que conheço é o blog Ceticismo, Ciência & Tecnologia, que não é cético (é pseudocético), não é científico (defende suas crenças fanáticas no materialismo) e pouco fala de tecnologia.

Preciso concordar com alguns artigos sim, pois vez por outra eles publicam algo que preste, mas na maioria é pura desinformação.

Mas não escrevi este artigo para atacar gratuitamente um blog pseudocético. Escrevi para demonstrar como um pseudocético manipula a informação para levar as pessoas a acreditarem na mesma coisa que ele crê.

Em um artigo recente, é citado que o neurocientista Brick Johnstone disse que «a experiência espiritual das pessoas pode ser explicada pela falta de atividade em uma das regiões do cérebro responsáveis pela afirmação da identidade individual».

Lendo o artigo original, o neurocientista não disse que a experiência espiritual pode ser explicada pela falta de atividade, mas que deve haver uma relação. Há uma diferença abissal.

Dizer que «estar relacionado» seja o mesmo que «poder ser explicado» é uma confusão típica de crianças de por volta de cinco anos de idade e que ainda na infância se adquire os recursos intelectuais para não cometer mais esse tipo de confução, segundo Piaget.

Para bom desinformador, qualquer demência é recurso.

Proponho outra forma de entender a pesquisa, mais lógica: uma experiência espiritual ocorre quando a pessoa se sente unida a uma consciência superior, o que torna secundária a percepção de individualidade. Assim as áreas do cérebro relacionadas ao individualismo são menos ativadas.

Se houver algum prejuízo a essas mesmas áreas, é provável – o que é o estudo original – que a sensação de espiritualidade seja reproduzida.

Assim, ao contrário do que o pseudocético materialista e individualista sugere, essa falta de atividade cerebral pode ser benéfica, ao reduzir o individualismo e direcionar a energia cerebral para outras áreas, provavelmente mais sociais. Há uma possibilidade disso estimular o altruísmo.

No entando o título do artigo, em vez de expor a verdade por trás da pesquisa, distorce a informação dizendo «baixa atividade no cérebro estimula espiritualidade, diz estudo», que é no que o blogueiro acredita.

Isso é uma inconsequência de uma mente insana lutando contra a sociabilidade humana em prol de sua própria infalibilidade.

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Cacilhas, La Batalema

2009-01-12

Eu quero esse emprego!

Ilha paradisíaca
Eu quero esse emprego!

G1: Anúncio oferece R$ 40 mil para vaga de zelador de ilha paradisíaca


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Cacilhas, La Batalema

2009-01-11

Combustão humana espontânea

Baal Assistindo ao Discovery Channel, vejo o programa sobre CHE.

A postura dos céticos é bastante simples: descartar dados que não se encaixam em suas explicações, adaptando as informações a suas crenças científicas.

É preciso lembrar a esses pseudocéticos que ceticismo é duvidar, não acreditar no contrário.

Um dos ditos céticos até chegou a afirmar com segurança que «a ciência é capaz de explicar qualquer coisa». Engraçado, porque se dizia a mesma coisa no século XIX, mas muita coisa daquela época já foi refutada pela própria ciência, assim como o conhecimento atual pode ser refutado pelo futuro.

A verdade sobre CHE é que a ciência nega sua existência porque não há casos confirmados e investigadores descartam a hipótese de CHE em todos os casos porque a ciência nega sua existência. É um típico caso de ciclo vicioso de ignorância.

Se não entendemos como algo funciona, devemos estudar, mas é muito difícil estudar algo negando sua existência.

Os próximos passos da evolução do conhecimento científico só serão tangidos caso os cientistas abram mão de sua vaidade e aceitem oficialmente que a ciência é ainda um homem olhando sombras em uma caverna.

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Cacilhas, La Batalema

2009-01-10

Religião se discute?

Baal Escutamos desde criança que sobre (política e) religião não se discute. Mas será mesmo?

Pense bem: sem uma discussão sadia, não se chega a conclusão alguma e, dessa forma, sem aprendizado social sobre determinado assunto, permanecemos com um ponto de vista imaturo em relação ao assunto em questão.

Então não discutir sobre religião garante que continuemos imaturos sobre isso.

O que estamos protegendo com essa imaturidade? Inocência? Ingenuidade? Não! Ilusões.

Ilusões religiosas.

O motivo para mantermos tais ilusões não é outro senão o egoísmo.

Cada ser humano tem uma necessidade egoísta de estar certo e de garantir que o outro esteja errado. É por isso que não discutimos religião: para continuarmos certos.

Não, amigo evangélico, você não está defendendo a palavra de Deus: está defendendo seu ego, suas verdades pessoais.

Não, caro amigo muçulmano, você não está abraçando o Islã: está defendendo seu ego.

O mesmo para todos. Mesmo este artigo traz uma boa dose de egoísmo, pois também sou humano.

O que temos de fazer é aceitar que o outro pode estar certo e conseguir dizer do fundo do coração «eu posso errar, inclusive em minha opção religiosa».

Melhor ainda do que isso: aceitar que as coisas fazem sentido dentro de seus próprios contextos, portanto não é sábio impor verdades sem entender o contexto alheio.

Não é sábio rejeitar ou refutar verdades sem entender o contexto no qual estão inseridas.

Jesus Cristo não faz sentido fora de seu contexto (aliás Jesus tem sido muito descontextualizado para justificar as maiores barbáries); Muhammad não faz sentido fora de seu contexto (idem); Gautama Buda, Lao Tzu, Confúcio, Kŕśna também não.

Realmente: não se discute religião… pelo menos não sem conhecer sobre o que se está falando.

É preciso que nos entendamos e nos respeitemos mutuamente para então surgir um debate religioso sadio, uma troca de ideias respeitosa, que nos leve a uma maturidade espiritual.

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Cacilhas, La Batalema

PS: Valeu, L.P.!

2009-01-04

Como convidar alguém a sentar-se em Esperanto

Esperanto Não sei por quê, mas recentemente lembrei de uma argumentação de Zamenhof sobre como convidar uma pessoa a sentar-se.

Em Esperanto há o verbo sidi que significa «estar sentado», portanto o imperativo sidu não significa «sente-se», mas «esteja sentado».

Zamenhof propôs duas formas de dizer «sente-se»: eksidu e sidiĝu.

Ao pé da letra, eksidu significa «sente-se», no entanto não subentende, como em português e em inglês, continuar sentado depois disso.

A formação da palavra é: ek-sid-u, onde ek significa início de uma ação.

sidiĝu significa, ao pé da letra, «faça-se sentado», que subentende continuar sentando após, como em outras línguas.

A composição é: sid-iĝ-u, onde a partícula significa «faça-se» e algumas vezes é usada simplesmente para indicar modo reflexivo de um verbo – apesar de não ser o significado padrão.

Assim a forma sidiĝu é preferível a eksidu, apesar do uso da segunda ser possível.

Em continuação, se quiser ser mais educado, em vez de uma ordem pode fazer um pedido.

Para tanto há o advérbio bonvole, que significa «por favor» ou, mais ao pé da letra, «de boa vontade» (bon-vol-eje bona volo).

A forma verbal é mais usada: bonvoli, «fazer o favor» ou «fazer de boa vontade».

Então, seria bonvolu eksidi ou bonvolu sidiĝi.

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Cacilhas, La Batalema