Espiritualidade relacionada a baixa atividade do individualismo
Sou um cético de carteirinha e ainda assim conservo minhas crenças pessoais. Uma coisa não interfere na outra, desde que eu saiba separá-las.
Uma das coisas que mais me irritam são os falsos céticos, materialistas e ateus fanáticos que se dizem céticos para ganhar alguma credibilidade para suas crenças. São teorias não comprovadas que eles defendem com unhas e dentes, e não admitem sua falibilidade.
Para entender melhor, leia meu artigo sobre pseudoceticismo.
Um dos maiores pseudocéticos lusófonos que conheço é o blog Ceticismo, Ciência & Tecnologia, que não é cético (é pseudocético), não é científico (defende suas crenças fanáticas no materialismo) e pouco fala de tecnologia.
Preciso concordar com alguns artigos sim, pois vez por outra eles publicam algo que preste, mas na maioria é pura desinformação.
Mas não escrevi este artigo para atacar gratuitamente um blog pseudocético. Escrevi para demonstrar como um pseudocético manipula a informação para levar as pessoas a acreditarem na mesma coisa que ele crê.
Em um artigo recente, é citado que o neurocientista Brick Johnstone disse que «a experiência espiritual das pessoas pode ser explicada pela falta de atividade em uma das regiões do cérebro responsáveis pela afirmação da identidade individual».
Lendo o artigo original, o neurocientista não disse que a experiência espiritual pode ser explicada pela falta de atividade, mas que deve haver uma relação. Há uma diferença abissal.
Dizer que «estar relacionado» seja o mesmo que «poder ser explicado» é uma confusão típica de crianças de por volta de cinco anos de idade e que ainda na infância se adquire os recursos intelectuais para não cometer mais esse tipo de confução, segundo Piaget.
Proponho outra forma de entender a pesquisa, mais lógica: uma experiência espiritual ocorre quando a pessoa se sente unida a uma consciência superior, o que torna secundária a percepção de individualidade. Assim as áreas do cérebro relacionadas ao individualismo são menos ativadas.
Se houver algum prejuízo a essas mesmas áreas, é provável – o que é o estudo original – que a sensação de espiritualidade seja reproduzida.
Assim, ao contrário do que o pseudocético materialista e individualista sugere, essa falta de atividade cerebral pode ser benéfica, ao reduzir o individualismo e direcionar a energia cerebral para outras áreas, provavelmente mais sociais. Há uma possibilidade disso estimular o altruísmo.
No entando o título do artigo, em vez de expor a verdade por trás da pesquisa, distorce a informação dizendo «baixa atividade no cérebro estimula espiritualidade, diz estudo», que é no que o blogueiro acredita.
Isso é uma inconsequência de uma mente insana lutando contra a sociabilidade humana em prol de sua própria infalibilidade.
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Cacilhas, La Batalema