2009-12-29

Ampla pensa que todo brasilieiro é ignorante

A Ampla realmente acredita que todo brasileiro seja ignorante (ou pelo menos todo petropolitano). Avalie a seguinte matéria, certamente paga, na Tribuna de Petrópolis, na sessão Cidade:

Lâmpadas fluorescentes podem provocar apagões

As lâmpadas fluorescentes, ou frias, podem ser a causa dos frequentes problemas que o país vem enfrentando em relação à energia elétrica. De acordo com o pesquisador e engenheiro eletricista Joel Sacilotti, essas lâmpadas sobrecarregam o sistema de energia. «As frequentes panes no sistema e o apagão que deixou quase todo o Brasil sem luz podem se tornar frequentes se essas lâmpadas continuarem sendo usadas», comentou.

Joel explica que estes produtos geram ciclagens múltiplas, gerando frequências maiores e menores. As frequências maiores são prejudiciais ao ser humano e as menores ao sistema elétrico. Ele conta que todo o percurso para transmitir energia elétrica, começando na usina e chegando aos domicílios, é prejudicado com essas ciclagens múltiplas. «As lâmpadas comuns são ativas, elas se enquadram perfeitamente no nosso sistema elétrico. Já as frias são reativas, ou seja, elas reagem ao sistema», explicou.

Entre os problemas que o uso das lâmpadas frias causa ao sistema elétrico está a efeito de ressonância. De acordo com o engenheiro, esse efeito gera picos de tensão na rede, fazendo com que todo o sistema elétrico receba esses picos. «O efeito ressonante circula desnecessariamente pela rede elétrica, aquecendo o fio de cobre, e com isso os curtos em transformadores são mais frequentes, sem falar em escalas maiores, quando os efeitos colaterais chegam nas usinas, causando os apagões», comentou.

Existem hoje cerca de cem milhões de lâmpadas fluorescentes sendo usadas nos lares brasileiros. Elas surgiram há 10 anos, com o objetivo de diminuir o consumo de energia. Para Joel, não há um consumo de energia menor com essas lâmpadas porque elas são usadas de forma errada. O engenheiro explica que para a utilização correta desses produtos é preciso haver condensadores, ou seja, mecanismos que vão reverter os efeitos colaterais que elas geram ao sistema elétrico. Nas indústrias, onde as lâmpadas são mais usadas, os condensadores são instalados, assim como no comércio. «Esses produtos economizam energia se ficarem mais de três horas ligados. Se encaixam bem para indústria e comércio, mas para a população em geral não resolve. Acendendo e apagando a luz toda hora não há economia. Além disso, não há instalação de condensadores para reverter os efeitos colaterais», disse.

Assim como no Brasil, países ricos como Itália e França têm um grande consumo de lâmpadas fluorescentes. De acordo com Joel, houve investimentos no sistema elétrico para que os efeitos colaterais fossem revertidos. «Existem normas para usar as lâmpadas e houve todo um investimento do governo para proteger o sistema elétrico. Aqui no Brasil isso não aconteceu. Foram distribuídas 36 milhões de lâmpadas sem fazer uma pesquisa dos malefícios do uso indiscriminado», informou.
Instalar condensadores nas residências seria uma das soluções para evitar as constantes panes de energia, mas o custo é alto, cerca de R$ 800. Outra medida seria investimentos de proteção ao sistema, mas esta medida depende de vontade política e recursos. Para Joel, conscientizar a população seria um começo. «Tem que haver uma mudança na mentalidade das pessoas. Deixar de usar essas lâmpadas, se informar dos malefícios causados por estes produtos», comentou. – A previsão do engenheiro é pessimista, caso o governo não inicie uma política de investimentos na área. Segundo Joel, dentro de pouco tempo, menos de 10 anos, apagões podem se tornar mais frequentes, até diários.

Malefícios para a saúde

Além dos apagões e panes de energia, as lâmpadas fluorescentes também prejudicam a saúde. Esses produtos contém mercúrio, um metal que causa intoxicação. Quando sua temperatura é aumentada, transforma-se em vapores tóxicos e corrosivos mais densos que o ar. O mercúrio é um produto perigoso quando inalado, ingerido ou em contato, causando irritação na pele, olhos e vias respiratórias. É compatível com o ácido nítrico concentrado, acetileno, amoníaco, cloro e com outros ametais, por isso, quebrar uma lâmpada fluorescente pode causar danos sério à saúde.

As lâmpadas frias não podem ser jogadas em lixo comum, por isso o descarte dessas mercadorias deve ser feito nas lojas onde foram compradas.


Baseado nessa matéria, é certo que a Ampla está lucrando cada vez menos com a adoção de lâmpadas frias e outras tecnologias sustentáveis. É claro que alguns cuidados devem ser tomados como esse tipo de tecnologia, no entanto todo o resto é puro FUD.

Olho aberto com essas empresas inescrupulosas!

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Cacilhas, La Batalema

2009-12-20

What English sounds like to foreigners

Como soa o inglês para não-anglófonos:



Um cantor italiano escreveu essa canção com algaravia/rabiscos/giberixe para soar como inglês. Se você anglófono já se perguntou o que outras pessoas acham sobre como o inglês soa, aí está.

Extraído de: Today's BIG Thing
E: Barking up the wrong tree

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Cacilhas, La Batalema

2009-12-13

Que os pobres louvem os pobres

Mais um ótimo artigo no blog Trezentos: Que os pobres louvem os pobres.

Segue uma palhinha:

São dois fundamentalismos – opostos entre eles – que criticam o governo Lula em nome de uma mesma fé na moeda: «In God we trust» está gravado nas notas do dólar, «Deus seja louvado» naquelas do real. Para uns, o mercado é Deus, com suas taxas de juros (e lucro). Para outros, Deus é o Estado e suas taxas de crescimento (industrial) e pleno emprego.

Nos dois casos, o critério de justiça é transcendental: o dinheiro é divinizado. Nele, o valor assume uma existência soberana. A vida vai depender do dinheiro, e não o dinheiro da vida.

Claro, as duas justiças não são equivalentes: a religião do mercado não distingue entre ganhos financeiros e lucros industriais – para seus sacerdotes, Lula é o diabo que inferniza o paraíso terrestre dos ricos. A dogmática do Estado afirma a necessária inclusão dos pobres pelo emprego industrial. No segundo caso, chega-se até a indignar-se diante da miséria.


Boa leitura!

Que os pobres louvem os pobres


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Cacilhas, La Batalema

2009-12-10

Olha a ditabranda aí!

Os blogueiros brasileiros precisam ficar de olhos muito abertos. A última moda, agora, parece ser advogados entrando em contato para retirar posts do ar. Depois da condenação do Emílio; da Claudia Mello, do Rio; do pior bar do sistema solar, aqui em São Paulo, chegamos à censura nos blogs de noivinha, vejam se pode.


Leiam o texto na íntrega: Censura rolando solta nos blogs.

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Cacilhas, La Batalema

2009-12-08

Moderador covarde da Veja

Baal Hoje escrevi um comentário para um artigo do Augusto Nunes na Veja que distorce informações históricas sobre as gestões FHC e Lula, em uma tentativa eleitoreira de mais uma vez ludibriar a opinião pública.

Meu comentário foi sujeito a moderação. Sabia que não seria autorizado até que o moderador tivesse uma resposta a altura, mas eu não esperava por tamanho ato de vilania e covardia

Não tendo uma resposta a meu comentário, o moderador o editou, mutilando seu conteúdo para algo que seu raciocínio medíocre pudesse responder.

Caso o moderador ou a Veja fique com vergonha e tire do ar, reproduzo aqui como ficou meu comentário, com a réplica do moderador:

Realmente FHC e Veja acham mesmo que o povo brasileiro não tem memória.

Pro azar de vocês tem gente como eu que PUXAVA CARROÇA na gestão FHC por FALTA DE OPORTUNIDADE….

Meu avô era lenheiro em 1934. Nunca culpou o Getúlio. Essa conversa fiada não me pega. Pelo que você escreveu, está provado que muita gente puxa carroça, ou deveria puxar, por vocação.


Para o azar do autor, a Web não é aquele mundinho controlado com o qual a Veja está acostumada a lidar, onde eles podem distorcer os fatos e mutilar impunemente as cartas dos leitores para cobrir seus rabos. Na Web e em outras mídias da Internet o fraco tem voz.

Na resposta do moderador, ele sugere que tenho vocação para puxar carroça ou deveria puxar, daquele jeito covarde de quem não diz diretamente, ao mesmo tempo que deixa bem claro.

Talvez ele tenha razão. Hoje um amigo gentilmente disse tenho um pouco de sotaque. Um pouco nada! Falo como caipira, penso como caipira.

Cresci no cabo da enxada, tive de aprender a lidar com jararaca, cobra coral, armadeira, bicho cabeludo, gambá, ouriço preto e jacu. Sou roceiro mesmo.

Por ser roceiro talvez eu devesse viver de puxar carroça… pelo menos na mente doentia de um burguês.

Mesmo sendo roceiro, sou apaixonado por tecnologia desde que me entendo por gente. Mesmo com todos os fatores contra mim, desde moleque sempre estudei tecnologia, principalmente linguagens e técnicas de programação.

Mesmo com o governo tucano fechando todas as portas para a entrada da plebe nesse mercado reservado aos nascidos em berço de ouro, sempre estudei, nunca desisti.

Pouco tempo depois do fim do período negro neoliberal do Brasil nas mão do norte-americanista FHC, no começo do governo centro-esquerdista do Lula, surgiu a primeira oportunidade e agarrei a unha. «Oportunidade não tem cabelo», dizia um professor meu da faculdade.

Meu currículo profissional inclui algumas coisas das quais me orgulho.

Implementei soluções de Software Livre em um pequeno ISP que havia levado uma pernada da UOL, sem as quais ele teria ido à falência pelo ato de má fé de uma empresa maior¹.

Participei do projeto de migração da estrutura do CPD da Prefeitura Municipal de Petrópolis para Software Livre como consultor de infraestrutura.

Fui documentador do Projeto Kepler e desenvolvedor do módulo Sajax.

Trabalhei com os melhores programadores na manutenção de um grande DSS e hoje trabalho com a melhor de todas as equipes que já conheci desenvolvendo sistemas de qualidade inestimável na Myfreecomm.

Passei por tudo isso para vir um burguesinho de merda querer me sacanear? Se dependesse da mentalidade direitista eu teria continuado puxando carroça na feira (na verdade era um carrinho de carregar barracas) e nenhuma dessas contribuições minhas à sociedade teriam sido realizadas – ou algum burguesinho teria feito tudo cagado, o pequeno ISP teria falido, a Allen teria entrado na PMP e encontrado um ambiente propício para desfazer o que foi feito e tudo o mais. Multiplique isso pela quantidade de gente igual a mim por aí!

No entanto entendo por que esses filhinhos de papai acham que pessoas como eu deveriam puxar carroça… assim os bons empregos ficam reservados a eles, de berço de ouro, mesmo aqueles que não tenham a competência e a responsabilidade necessárias – dane-se a sociedade, né? O negócio deles é enfiar o dinheiro no bolso e pisar nos puxadores de carroça.

Como falei no começo deste artigo, o moderador deu azar, ainda dobrado: um outro amigo meu disse que não tinha visto meu comentário, então repassei para ele via Gtalk.

Assim tenho o comentário original para reproduzir aqui:
Realmente FHC e Veja acham mesmo que o povo brasileiro não tem memória.

Pro azar de vocês tem gente como eu que puxava carroça na gestão FHC por falta de oportunidade, e hoje, graças à gestão centro-esquerdista do Lula sou novamente um programador, contribuindo para com a sociedade de forma construtiva.

Príncipe Vagabundo da Sorbonne sim! Pode discordar o quanto quiser, caro Augusto. Só espero que nas próximas eleições a expressão democrática brasileira continue discordando de VOCÊ, ou mais brasileiros socialmente construtivos podem voltar à lama por falta de oportunidade.

Governar para a burguesia é muito fácil, mas governar um país como o Brasil a direita aristocrática já provou que não tem condições.


Espero que nosso país jamais volte a ser governado por calhordas dessa laia. Se meu neto demonstrar essa atitude vil e covarde de complexo de vira-lata, terei muita vergonha dele.

[]'s
Cacilhas, La Batalema


¹Havia um texto circulando pela Internet sobre isso intitulado «HU(OL)go Chaves Virtual».

2009-12-05

Stargate Universe

SG·U
Por dez anos a franquia Stargate gerou nas mãos da MGM uma das melhores séries de ficção científica de todos os tempos: Stargate SG-1IMDb (veja mais informações no sítio do Richard Dean Anderson).

A série iniciou em 1997 como uma continuação ao filme StargateIMDb, de 1994, e prosseguiu por oito incríveis temporadas até 2005. Em 2004 passou a ser gerenciada pelo Sci-Fi Channel.

Nessa época, o Sci-Fi decidiu acabar com a série e criar duas séries dando continuação ao SG-1: Stargate AtlantisIMDb e Stargate Command.

No entanto a equipe de marketing achou que encerrar o nome SG-1 seria ruim para os negócios, e o Stargate Command passou a ser chamado Stargate SG-1, dando mais duas temporadas à série, consideravelmente medíocres em relação às temporadas anteriores, mas ainda assim de qualidade superior às demais séries da franquia.

Por força de um acordo com a Warner Bros., o Sci-Fi descontinuou definitivamente a série em 2008, em sua décima temporada, com dois filmes: Stargate ContinuumIMDb e The Ark of TruthIMDb.

A decisão do acordo Sci-Fi/Warner foi continuar a série Stargate Atlantis e criar uma nova série, Stargate UniverseIMDb (SG·U), que está na primeira temporada ainda, sem projetos para a segunda.

Assisti hoje o primeiro episódio de SG·U no Sci-Fi Channel e escrevo este artigo para expor minha impressão.

Parece uma versão teenage do Stargate Atlantis: começa com a visita de um senador norteamericano e um bando de adolescentes a uma instalação alteran remotíssima em um planeta instável e desprotegido, onde os cientistas tentam discar um endereço de portal com nove chevrons. Uma visita absurdamente inconsebível.

A instalação é atacada por uma frota da aliança Lucian, o único inimigo remanescente do SG-1. Nesse ponto, os cientistas conseguem discar para o endereço de nove códigos e todos fogem através do portal para uma nave de exploração dos Antigos/Alterans que viaja entre galáxias.

Além dos absurdos, da trama fraca e da forçação de barra adolescente, o episódio foi rico em clichês desgastados e previsíveis, provando que a Warner realmente possui o «Toque de Merdas».

Em última análise, muito fraca. Vejamos os próximos episódios.

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Cacilhas, La Batalema

P.S.: Série de filmes da franquia Stargate:

2009-12-04

Inveja mata

BraSil takes off Juro que este é o último e vou tentar parar de escrever sobre política (por algum tempo…)!

Enquanto a mídia internacional se rende ao crescimento do Brasil:



Os golpistas invejosos se mordem de inveja!

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Cacilhas, La Batalema

2009-11-28

FHC × Lula

FHC vs Lula

Recebi um email (não tenho a fonte original) com o seguinte conteúdo:

«Que diferença há entre o meu governo e o de Lula? Muito pouca» – de Fernando Henrique Cardoso, em entrevista ao jornal espanhol El País.

Para contribuir com o raciocínio, comparemos então os números (8 anos de FHC × 6 anos de Lula):

RISCO BRASIL
2 MIL 700 PONTOS × 200 PONTOS

SALÁRIO MÍNIMO
78 DÓLARES × 210 DÓLARES

DÓLAR
R$ 3,00 × R$ 1,78

DÍVIDA FMI
CRESCEU × PAGOU

INDÚSTRIA NAVAL
SUCATEOU × RECONSTRUIU

NOVAS UNIVERSIDADES FEDERAIS
0 × 10

EXTENSÕES UNIVERSITÁRIAS
0 × 45

ESCOLAS TÉCNICAS
0 × 214

VALORES E RESERVAS DO TESOURO NACIONAL
185 BILHÕES DE DÓLARES NEGATIVOS × 160 BILHÕES DE DÓLARES POSITIVOS

CRÉDITOS PARA A POPULAÇÃO EM % PIB
14% × 34%

ESTRADAS DE FERRO
0 × 3 (EM ANDAMENTO)

ESTRADAS RODOVIÁRIAS
90% DANIFICADAS × 70% RECUPERADAS

INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA
-20% × +30%

CRISES INTERNACIONAIS
4 (ARRASANDO O PAÍS) × 0 (PELAS RESERVAS ACUMULADAS)

CÂMBIO
FIXO: ESTOURANDO O TESOURO NACIONAL × FLUTUTANTE: COM LIGEIRAS INTERVENÇÕES DO BACEN

TAXA DE JUROS SELIC
27% × 11%

MOBILIDADE SOCIAL
2 MILHÕES DE PESSOAS SAÍRAM DA LINHA DE POBREZA × 23 MILHÕES DE PESSOAS SAÍRAM DA LINHA DE POBREZA

EMPREGOS
780 MIL × 11 MILHÕES

INVESTIMENTOS EM INFRAESTRURA
0 × 504 BILHÕES DE REAIS PREVISTOS ATÉ 2010

POLICIA FEDERAL
80 PRISÕES [PRESÍDIOS] × 2 MIL 750 PRISÕES [PRESÍDIOS]

MERCADO INTERNACIONAL
SEM CRÉDITO PARA COMPRAR UMA CAIXA DE FÓSFORO × INVESTIMENT GRADE

Além de mostrar quadros como este – ainda faltam as conquistas de 2009 e 2010 – ficará a seguinte pergunta no ar: você quer que sua vida continue melhorando ou vai arriscar voltar ao APAGÃO DE TUDO anterior a 2003 com a direita neocon tucana?

Você decide…


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Cacilhas, La Batalema

Lula estuprador segundo PIG

Baal Antes mentiras e trapaças como esta da Folha de São Paulo entoxicavam a mente do povo brasileiro. No entanto os tempos são outros.

A mídia tradicional e golpista está velha e enferrujada e não sabe como lidar com a concorrência de informação na Web e em outros canais da Internet, ainda assim acredita que as antigas mentiras irão funcionar nos novos tempos.

Repudio tais ardis.

Sobre o assunto há muito na Web, por exemplo:



Ou então consulte São Google.

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Cacilhas, La Batalema

2009-11-25

Lula defende estatal na banda larga

lâmpada Luis Nassif destaca que Lula defende estatal na banda larga.

«O objetivo do plano de Costa é criar uma banda larga mais barata, que custe no máximo R$ 30 por mês», diz Olímpio. Nassif ainda oferece ponteiro para o relatório completo.

Convido todos a lerem o artigo.

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Cacilhas, La Batalema

Blogueiro é condenado por comentário

Baal Para combater absurdos como esse é preciso divulgar e cobrar dos responsáveis explicações por seus atos de censura e privilégios a classes sociais específicas.

Dono de blog é condenado a pagar R$ 16 mil por comentário de internauta. O advogado Helder Nascimento disse:

Ele (Emílio) é o responsável pelo blog e foram veiculadas matérias ofensivas à pessoa que é uma religiosa, uma freira. E isso foi interpretado como excesso na liberdade de expressão.


Eu pelo menos entendi que o caso foi «interpretado como excesso na liberdade de expressão» por se tratar de uma freira, classificando uma parasita social¹ como tendo privilégios acima das demais pessoas.

É claro que a freira colabora para com a sociedade enquanto diretora do colégio, jamais enquanto simples religiosa.

Repudio a censura, repudio as condenações arbitrárias e repudio a justiça que privilegia determinadas classes sociais sobre demais pessoas do povo, em especial o tratamento privilegiado que é dado a religiosos, que em nada colaboram para a sociedade.

Sugiro que todos os os blogueiros cobrem das autoridades judiciais explicações sobre por que quatro ausências da freira foram toleradas e a primeira ausência do blogueiro resulta em sua condenação. Que cobrem também explicações do advogado sobre sua colocação infeliz.

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Cacilhas, La Batalema

¹A meu ver, religiosos profissionais são parasitas sociais que se alimentam de explorar a fé alheia. Sou contra toda e qualquer instituição puramente religiosa, o que não significa que eu seja contra a religiosidade individual, pelo contrário.

2009-11-17

Hacker

Glider Hoje na Voz do Brasil, Luciano Seixas usa a palavra hacker de forma pejorativa e completamente equivocada, com um sentido totalmente alheio ao sentido original da palavra.

Dessa vez consegui uma referência, já que foi no programa da EBC Serviços! Você pode baixar o áudio do programa aqui e ouvir a reportagem que começa aos 9 minutos e 56 segundos. A frase infame é dita aos 11 minutos e 25 segundos.

O termo hacker é usado erroneamente da forma degenerada pela mídia golpista, que usa de desinformação e destruição do passado para impor conceitos distorcidos.

Certamente nem Luciano Seixas, nem a Voz do Brasil tiveram qualquer intenção de desinformar, mas essa desinformação já está tão profundamente arraigada ao povo pela mídia que pessoas de bem acabam seguindo o exemplo.

Marcelo Minholi cita Eric Raymond sobre este assunto:

… ser capaz de quebrar segurança não faz de você um hacker mais do que ser capaz de fazer ligação direta em um carro faz de você um engenheiro automotivo…


Porém puxei todo este assunto para divulgar o incrível artigo de Jomar Silva: Sou um hacker e me orgulho muito disso!

Convido todos a lerem o artigo original como fiz. É um tempo bem empregado.

[update 2009-11-18]Outro artigo muito bom sobre o assunto é a tradução de Como se tornar um Hacker, por Marcelo Minholi.[/update]


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Cacilhas, La Batalema

PS: Fiquei sabendo através de Cristovam Buarque.

2009-11-12

Oposição fascista no Brasil

Baal Nunca na história do país houve uma oposição tão irresponsável e infantil (certo, é melhor uma oposição irresponsável e infantil do que um governo irresponsável e infantil).

O presidente do PSDB, Ricardo Berzoini Sérgio Guerra ([update 2009-11-14]falha minha[/update]), disse na Voz do Brasil ontem que o apagão prova que a estratégia de integração nacional da distribuição de energia elétrica está errado e que o certo é o sistema bairrista do FHC onde cada estado que se vire. Nossa Senhora, quanta ignorância…

Já o presidente do DEM, Rodrigo Maia, disse que o apagão prova que o governo não investiu na distribuição de energia. Putz…

Quem não tem plano de gestão e nada de bom para apresentar inventa o que falar mal dos adversários. Por que eles não vão morar lá naquele paisinho que eles tanto amam, onde não acontecem apagões?

É revoltante como a oposição aposta na ignorância para desacreditar o governo!

Outra coisa é o medo que a oposição tem da opinião popular. A prova disso é o projeto de lei da oposição que pretente restringir a apenas os jornalista com curso superior o direito de manifestar sua opinião em blogs e outros veículos midiáticos, claramente antidemocrática e fascista, destruindo o direito sagrado do cidadão expressar sua opinião publicamente.

Acredito que uma proposta tão claramente nazista não consiga aprovação do Senado, mas é revoltante a oposição, que se diz democrática, propor algo tão ditatorial, deixando claro suas intenções antinacionalistas.

R E P U D I O  A  O P O S I Ç Ã O

Abaixo a repressão!


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Cacilhas, La Batalema

2009-11-10

Atual posição internacional do Brasil

Grande artigo de Francisco Barreira do blog Fatos Novos, Novas Idéias sobre a importância internacional do Brasil, que o PIG tenta minar. Transcrevo aqui apenas uma pequena parte:

A crise hondurenha está-se aproximando do seu desfecho. Com Zelaya, o que ainda é possível, ou sem ele, acredita-se que haverá eleições dia 29 próximo e ninguém duvida de que sua legitimidade será contestada. Os próprios hondurenhos, à razão de 54 por cento (Pesquisa Greenbergt), a consideram ilegítima. Pior: começam a pipocar os primeiros atentados a bomba e tentativas de assassínio de representes do governo golpista. Era inevitável.

Esta semana (ver, na sequência desta, matéria deste blog editada ontem), ficou claro que Barack Obama aposta nos golpistas, como forma de impedir a instalação de um governo anti-americano no país. Como se diz, ele está plantando ventos que trarão tempestades imediatas, numa área perigosamente próxima de sua fronteira.

Entretanto, o que parte importante da imprensa brasileira, impregnada de mediocridade e de ódio tucano, ainda não percebeu é que Honduras converteu-se, malgrado seu, num espaço importante de um xadrez que inaugura o primeiro vôo importante da diplomacia brasileira, como protagonista da cena mundial.

Antes que a grande mídia brasileira comece a turvar as águas e deturpar os fatos, veja aqui de forma bem simplificada e esquematizada o que realmente está acontecendo em Honduras e seus desdobramentos:

1 – Desde o início do ano, o presidente Manuel Zelaya vinha tentando reformar a constituição, através de um plebiscito, de forma a permitir a sua reeleição. Isto não é ilegítimo, nem inédito: foi um método bem sucedido utilizado recentemente, com algumas variações, por Hugo Chávez, na Venezuela, Evo Morales, na Bolívia, Rafael Correa, no Equador, Fernando Henrique Cardoso, no Brasil e Álvaro Uribe, na Colômbia. Neste último caso, o processo ainda está em andamento e concederá um terceiro mandato ao atual presidente. Fora do âmbito latino-americano, há o exemplo clássico de Franklin Delano Roosevelt, também contemplado com um terceiro mandato consecutivo e o da manobra recentíssima do prefeito de Nova York, o bilionário Michael Bloomberg que promoveu alteração da legislação e acaba de emplacar sua segunda reeleição.

2 – Não estamos, portanto, lidando com nenhuma aberração jurídico-constitucional. A diferença entre todos os casos enumerados acima é a de que a grande mídia brasileira, sempre alinhada com o Departamento de Estado norte-americano e com os interesses do capital financeiro sem pátria, ora faz gosto, ora não faz. Quando ela faz gosto, (como é o caso de FHC e Uribe) fecha os olhos, quando não gosta, arma o maior barraco e tenta convencer à incauta classe média brasileira de que suas compras e a Civilização Ocidental e Cristã estão ameaçadas de morte.

3 – No caso específico de Honduras, a máfia das sete famílias que controla a grande mídia não fazia gosto na reeleição de Zelaya, mas fazia gosto no golpe vulgar que o derrubou. Então ela convocou seu batalhão de penas bem pagas e sem nenhum escrúpulo para tentar convencer seus leitores de que a deposição de Zelaya, sob orientação de políticos republicanos e espertos homens de negócio norte-americanos era um «golpe preventivo e bem intencionado» – para usar as palavras do impagável Arnaldo Jabor – e destinado «a evita o mal maior». Mal maior para quem, cara pálida?

4 – A 23 de setembro último, os golpistas locais e seus patrões externos foram surpreendidos por um lance ousado, tramado pelo próprio Zelaya e por Chávez e que contou (não sejamos cínicos) com a anuência e a cooperação do Itamaraty. O presidente deposto, um latifundiário convertido ao bolivarianismo, como que por encanto, amanheceu com seu chapelão de Pepe Legal na embaixada brasileira em Tegucigalpa. E o presidente Lula passou a tratar o presidente golpista, Roberto Micheletti, como o moleque que ele é. Foi um Deus nos acuda.

5 – A partir daí, a mídia brasileira mobilizou (além de Jabor que já não é levado muito a sério) seus fuzileiros mais bem treinados nas memoráveis campanhas neoliberais, gente como Noblat, Mainardi, Willian Waack e Merval Pereira. A missão deste Comando Delta era a de provar que o Brasil, coitadinho, meteu-se numa aventura juvenil, uma enrascada, sem plano de fuga.

6 – Tudo em vão. Com seu desempenho em Honduras, articulado com o ingresso da Venezuela no MERCOSUL, o Brasil estreou como protagonista no cenário mundial e a mídia, cedo ou tarde, terá que reconhecer que a – não há mais quintal norte-americano no Continente; b – o Brasil somado à UNASUL, União Sul-Americana agora viabilizada com o fortalecimento do MERCOSUL, é o novo interlocutor do poder mundial neste Século e único do Hemisfério Sul com capacidade de ser levado a sério; c – esta nova realidade foi reconhecida por Nicolas Sarcozy que há um mês negociou com Lula um cooperação estratégica França/Brasil de longo alcance, destinada a articular uma aliança entre a União Européia e UNASUL, com o objetivo de contrabalançar a hegemonia norte-americana neste lado do Atlântico.


Houve também um magnífico comentário de LEN:
Chico, daqui há algumas décadas, os pesquisadores vão identificar essa época como o início da grande derrocada da oligarquia midiática. Do jeito que eles estão agindo, é suicídio na certa. Até os meus amigos mais intransigentes na defesa dos órgaõs de imprensa estão agora revelando sua frustração. Só vai restar para eles leitores com preconceito arraigado, que estão de acordo com esse comportamento, e aqueles completamente despidos de senso crítico e alguma inteligência

abs


Repito um apontador para o artigo original:
9 – Última Hora


Boa leitura!

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Cacilhas, La Batalema

2009-11-05

Acordo gramatical

Baal Hoje foi dito na Voz do Brasil, no programa do Senado ou da Câmara, não me lembro agora, que a comissão responsável pela norma gramatical está pensando em revogar o Acordo Gramatical.

Gostaria de lembrar que o Acordo foi assinado entre sete dos oito países lusófonos do mundo como um passo importante para a comunicação entre esses países e para o estabelecimento da identidade da Língua Portuguesa num âmbito internacional, e adotado por todos os oito países lusófonos – o último a adotar foi o Brasil.

Mas os intelectuais brasileiros não acham isso importante.

Não consigo mensurar o que é mais absurdo, se a própria ideia de revogação do Acordo ou se os argumentos apresentados.

Um dos argumentos é que o trema é importante e não pode ser retirado da língua. Ou seja: o preciosismo dos eruditos tem maior prioriodade do que a elegância, a praticidade e a internaciolidade da nova gramática.

O outro argumento é ainda mais boçal: eles dizem que a quantidade de exceções da nova gramática é intolerável. Quer dizer, se a nova gramática possui muitas exceções, voltemos à anterior, que possui cinco vezes mais exceções!

Mas o que realmente deixa explícita a incompetência dos integrantes da comissão é o que eles consideram exceção: citam que a palavra «biorritmo» não possui hífen, mas «para-raio» sim. Olha só a estupidez, confundindo dois casos distintos como caso e exceção!

«Para-raio» é uma justaposição de duas palavras portuguesas: «para» (do verbo parar) e «raio». Alguém aí já viu a palavra bio?

Bio é um prefixo, não uma palavra autónoma, no melhor dos casos pode ser classificado como um radical primitivo de origem grega sem uso separado de outros radicais. O tratamento deve ser obviamente diferenciado.

[update]Ops! Realmente, Henrique, na hora da revolta acabei escrevendo «sufixo» em vez de «prefixo». =P[/update]


Para completar, a maior revolta que tenho é com como tais intelectais diplomados dão o exemplo: exigem que os jovens estudem e aprendam feito máquinas, mas são incapazes de dar o exemplo e reaprender algo tão simples quanto uma gramática.

Faça o que digo, não faça o que faço?

A posição dos eruditos pode ser descrita em uma palavra: P I R R A Ç A.

[update 2009-11-12]Hoje na Voz do Brasil foi dito que, em vez do retrocesso desejado pelos classicistas, a Câmara aprovou a revisão 2007 no Acordo Gramatical, que foi encaminhada para apreciação do Senado. Viva o progresso! Abaixo os pseudo-eruditos![/update]


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Cacilhas, La Batalema

2009-11-02

Atualização do Slackware para a versão 13.0

Slackware Depois de muita surra finalmente atualizei o Slackware 12.2 para a versão versão 13.0 e consegui instalar o Google Chrome!

Vou contar aqui como fazer isso.

Baixando o Slackware 13.0


O primeiro procedimento consiste em baixar o Slackware 13.0. Baixei do mirror de Utah, mas você pode baixar do mirror que bem entender. Vá ao versão Get Slack e escolha.

Baixei a ISO do DVD e levou umas cinco horas.

Atualização do sistema


Se você não tiver instalado, baixe e instale o slackpkg.

Desarme a interface gráfica. Efetue as operações seguintes como root no console.

Edite o arquivo /etc/slackpkg/mirrors, comente todas as linhas e adicione a seguinte:
http://slackware.cs.utah.edu/pub/slackware/slackware-current/


execute então:
# slackpkg update
# slackpkg install xz
# slackpkg upgrade pkgtools
# slackpkg upgrade slackpkg


É preciso instalar/atualizar esses pacotes antes para não dar problema.

Então crie um diretório /mnt/loop e monte a ISO nele:
# mount -tiso9660 slackware-13.0-install-dvd.iso /mnt/loop -o loop,ro


Edite novamente o arquivo de mirrors do slackpkg, comente a linha que você havia adicionado e adicione agora a seguinte linha:
file:///mnt/loop/


Execute novamente:
# slackpkg update


Antes de prosseguir, se houver alguma partição montada como somente leitura (ro) ou sem permissão de execução (noexec), remonte com as opções padrão (rw,exec).

Instale os pacotes que o sistema ainda não possui:
# slackpkg install-new


Agora vem o chumbo grosso!
Execute o seguinte comando e vá tomar um cafezinho:
# slackpkg upgrade-all


Aconselho que, ao final da atualização, você diga ao instalador para executar o LILO e manter as configurações atuais – ele vai perguntar isso.

Antes de reiniciar, edite as configurações de teclado do HAL em /usr/share/hal/fdi/policy/10osvendor/10-keymap.fdi.

Procure pelas linhas:
<merge key="input.xkb.model" type="string">evdev</merge>
<merge key="input.xkb.layout" type="string">us</merge>
<merge key="input.xkb.variant" type="string" />


E substituia os valores pelos referentes a seu teclado. No meu caso, teclado americano com acentos:
<merge key="input.xkb.model" type="string">evdev</merge>
<merge key="input.xkb.layout" type="string">us</merge>
<merge key="input.xkb.variant" type="string">intl</merge>


Se for ABNT2:
<merge key="input.xkb.model" type="string">abnt2</merge>
<merge key="input.xkb.layout" type="string">br</merge>
<merge key="input.xkb.variant" type="string" />


Reiniciar o sistema


Reinicie agora o sistema para que ele levante com o cerne novo (2.6.29). Quando ele reiniciar, sugiro voltar a configuração de mirrors do slackpkg para o mirror de Utah e executar update como antes.

Se você tinha alguma configuração de xmodmap, é provável que tenha de rever os códigos das teclas.

No meu caso, além disso tive de refazer meu arquivo ~/.xinitrc, que não iniciava por nada. Como não entendi o problema, apenas reescrevi o script, não posso dizer o que fazer.

Feito isso o sistema deve estar funcionando!

Baixar o Google Chrome


Baixe o pacote DEB do Google Chrome, renomeie-o para google-chrome.ar e descompacte com o seguinte comando:
ar x google-chrome.ar


O que gerará um monte de arquivos, mas o que realmente interessa é data.tar.

Descompactá-lo direto na raiz é perigoso, pois ele muda as permissões da raiz, tirando permissão de leitura e execução até mesmo do root.

Há uma opção no tar para não permitir isso, porém vergonhosamente me esqueci qual é. A saída é fazer à moda cacete e reiniciar o sistema. Portanto execute o seguinte comando no console (não levante o X) e depois pressione C-M-Delete:
tar xvf data.tar -C /


Instalar dependências


Após o sistema reiniciar (por culpa minha), você ainda precisa instalar duas dependências do Google Chrome:


Ainda como dependência, você precisa criar alguns links simbólicos para simular o ambiente Debian em:
# cd /usr/lib/
ln -s libnss3.so libnss3.so.1d
ln -s libnssutil3.so libnssutil3.so.1d
ln -s libsmime3.so libsmime3.so.1d
ln -s libssl3.so libssl3.so.1d


Finalização


Se tudo correu bem, você já pode executar o comando google-chrome e navegar pela Web com o navegador mais interessante da atualidade. =)

Se alguma coisa deu errado, pode ser que eu tenha me esquecido de alguma coisa… afinal de contas, comecei o processo no começo da noite de sexta-feira (30/10) e terminei sábado pela manhã – escrevi enquanto ainda estava fresco em minha mente –, sou humano e estava cansado. ;)

Obs.: Se tiver problemas porque o Opera parou de funcionar, é porque você precisa instalar uns pacotes de retrocompatibilidade com o KDE 3.

Na verdade só precisará de um: qt3-3.3.8b-i486-opt1.txz.

[]'s
Cacilhas, La Batalema

2009-10-26

Coletânea de notícias sobre opressão de hoje

lâmpada Hoje foi um dia muito agitado no Twitter. Muita coisa aconteceu…

Pra começar hoje foi um dia histórico: o dia da morte do Geocities. O xkcd fez uma homenagem, mantendo sua página com a mesma aparência do Geocities: fundo de estrelas piscando, um monte de GIFs animados estilo década de 1990, botões e imagens quebradas no estilo Netscape, tags e entidades HTML aparecendo na página e código mal escrito, com tags em maiúsculas.

Continuando, outras ocorrências:

Mídia golpista também nos E.U.A.


Assim como Lula sofre ataques da mídia golpista aqui no Brasil, principalmente Rede Globo, Veja, Estadão e Folha de São Paulo, nos E.U.A. Obama também começa a sentir as ferroadas da Fox.

Leia no artigo no Congresso em Foco: Contra Lula e Obama, a mídia delira.

Destaque para o trecho:
No caso dos EUA, um país essencialmente conservador e racista, pode-se argumentar que não há grande surpresa nos ataques da Fox & cia. a um presidente negro e democrata.


Pedófilos em alta na Folha de São Paulo


O blog Hoje é um bom dia publicou um protesto contra a colunista da Folha e defensora da pedofilia Barbara Gancia.

A senhora em questão publicou diversos artigos em defesa da pedofilia, o que por si só já seria enausiante, mas ainda seus argumentos são pobres, absurdos, contraditórios, carecem de concisão e carregados de inverdades e desinformação.

Só lendo para acreditar. Destaque para o comentário de João Guilherme, que atenta para o fato de que a megera se intitula «mito jornalístico».

Escorregadas dos tucanos


O MST divulga que os deputados favoráveis à CPMI do MST receberam doações da empresa Sucocítrico Cutrale, empresa que monopoliza o mercado de laranja do Brasil.

Você pode ler tudo na matéria Deputados favoráveis à CPI do MST receberam doações da Cutrale. Vou citar aqui os cretinos comprados pra ver se o leitor se toca e deixa de votar nesses filhos da p***:
  • Arnaldo Madeira (PSDB/SP) recebeu R$ 50.000,00
  • Carlos Henrique Focesi Sampaio (PSDB/SP) recebeu R$ 25.000,00
  • Jutahy Magalhães Júnior (PSDB/BA) recebeu R$ 25.000,00
  • Nelson Marquezelli (PTB/SP) recebeu R$ 40.000,00


Porém não temo os tucanos, eles são ingénuos: sem a blindagem da mídia golpista ficam de calças arreadas. Temo o Dem, que tem a malícia política e a maldade desumana dos nazistas.

Diretor do parque da Tijuca sofre de schadenfreude


Os atenienses da Antiguidade expulsavam as pessoas que eram corretas demais, pois sua retidão deixava mais evidente os erros dos outros, então eles eram expulsos por pura inveja. Os alemães chamam esse tipo de inveja de schadenfreude.

O Sr. Ricardo Calmon, diretor do Parque Nacional da Tijuca parece sofrer dessa doença mental.

A Sra. Preci cuida dos animais abandonados no Parque Lage. O diretor proibiu que se coloque água ou alimente os animais e ainda despejou a pobre senhora, imagem de retidão.

Se você também fica irritado com a demonstração de opressão e perversão do diretor, faça como nós e assine a petição à Prefeitura do Rio de Janeiro para não deixar que os gatos do Parque Lage sejam despejados.

Lendo a petição você também pode obter mais detalhes.

[]'s
Cacilhas, La Batalema

2009-10-25

A Super e a Galiza

Baal Como sempre este mês a Super(des)interessante revela seu preconceito de modo sutil, até subliminar.

Na matéria da página 44 (Quais serão os próximos países a surgir no mapa?) o autor fala que a força separatista que forma novos países é o Capitalismo, entre linhas deixando de fora o sentimento nacionalista, o poder religioso e a pressão cultural.

Cita a possibilidade (remota) da Catalunha se separar da Espanha por pressão étnica dos bascos, mas motivada – adivinhe – pela força político-económica (subentenda capitalista) de Barcelona.

No entanto a matéria da Super ignora totalmente a luta da Galiza por sua independência da Espanha, que já dura mais de uma geração, uma batalha cultural contra a marginalização do galego e em busca de seu reconhecimento cultural, apoiada fortemente por organizações brasileiras e portuguesas.

A Galiza é uma nação de reconhecimento histórico com povo de origem céltica, há aproximadamente quatrocentos anos sob subjulto e opressão espanhóis, sofrendo ataques culturais por todo esse período. Apesar da língua da nação ser o galego, o castelhano é imposto socialmente e o galego é marginalizado – é feio falar galego em público.

As novas gerações lutam pelo reconhecimento cultural do galego e pela emancipação da Galiza como nação separada da Espanha, no entanto o ranço cultural de quatro séculos de repressão espanhola é uma barreira mais difícil de ser vencida do que a própria pressão do estado espanhol.

E essa luta pelo reconhecimento está sendo travada com paixão e com a ajuda de brasileiros e portugueses.

Porém a Galiza não possui relevância económica, daí a matéria da Super simplesmente ignora toda luta pela identidade galega.

Vergonhoso, como de praxe.

[]'s
Cacilhas, La Batalema

2009-10-18

A privatização da consciência

Márcia Denser Destaque para: «Crueldade, indiferença, egoísmo e assemelhados não são uma novidade, tampouco burrice, alienação e hipocrisia. Já grandeza ou dignidade continuam escassíssimas».

Boa leitura!

Lendo no blog do Miguel do Rosário a respeito do novo cinismo e a ausência absoluta de espírito solidário dos jovens das classes médias urbanas, filhotes do espírito neoliberal (sobretudo no Rio e em São Paulo), sinto que, no limite, eles estão em sintonia com as novas (e tão velhas) concepções históricas das guerras como um negócio. Ou das guerras como permanentes – «guerra é paz», já escrevia George Orwell em 1984, um livro de 1934. A crueldade, a indiferença, o egoísmo, a injustiça e assemelhados não são exatamente uma novidade no mundo, tampouco burrice, alienação e hipocrisia. Já grandeza ou dignidade continuam escassíssimas. Sem contar que o Brasil é um país com poucas guerras em seu passado histórico, o que torna tais cínicas posições neoliberais especialmente alienadas.

Autor do livro O negócio da guerra (ainda não traduzido no Brasil), o pesquisador italiano Dario Azzelini argumenta que «a guerra não é mais para instalar outro modelo econômico, ela é o modelo». Em entrevista ao jornal argentino Página 12, divulgada esta semana em www.cartamaior.com.br, ele traça um painel bastante preciso de como a idéia da guerra se transformou sob a lógica neoliberal: «O sentido da guerra mudou. Tradicionalmente, era para trocar as elites e o controle das economias, ou introduzir outro modelo de domínio econômico ou político. Agora, em muitos casos, as guerras são permanentes. Não se faz a guerra para implementar outro modelo econômico, mas a guerra mesmo é o mecanismo de lucros».

No debate acadêmico e político, a expressão «novas guerras» foi introduzida para denominar o fato de que mais e mais guerras não se dão mais entre países, mas no interior dos países (a guerra contra os civis!) ou, pelo menos, entre um exército regular e um irregular. Não é que tenham acabado as guerras entre estados. Ao contrário, na última década, houve aumento. Mas elas mudaram, e a porcentagem das guerras irregulares em comparação com as regulares está crescendo. Isso obedece à lógica neoliberal de aumentar lucros. Agora, em muitos casos, as guerras são permanentes.

Por exemplo, os lucros da Colômbia se devem ao fato de ser um país em guerra permanente há anos. Aliás, durante os últimos 20 anos, a passagem da pequena e média agricultura para a agroindústria se fez com uma guerra. Não fosse assim, não teria sido possível expropriar as terras de milhões de camponeses e fazer «uma reforma agrária ao contrário», na qual os latifundiários e paramilitares se apropriaram de 6 milhões de hectares de terra. Naomi Klein já discorreu extensamente sobre o «Plano Marshall ao contrário» implantado pelo governo Bush no Iraque.

Segundo Azzelini, as primeiras companhias militares privadas (CMPs) nasceram imediatamente depois da II Guerra Mundial, porque o Exército dos Estados Unidos tinha tão grande capacidade de mobilização que passou a privatizar parte do transporte. Porém, o verdadeiro boom dessas empresas começou em fins dos anos 80 e foi reforçado de forma maciça nos 90. Na primeira guerra dos Estados Unidos contra o Iraque, a relação entre os empregados das CMPs e os soldados regulares era de 1 para 100. No Afeganistão, de 1 para 50. Agora, no Irã, há 180 mil empregados das CMPs, segundo dados do próprio Exército norte-americano.

Essas companhias exercem dezenas de atividades. O uso de armas sofisticadas (como aviões não tripulados, radares ou mísseis de navios estadunidenses) na primeira onda de ataques ao Iraque foi realizado por especialistas de empresas privadas. Distribuem a correspondência, cozinham, lavam a roupa dos soldados, montam os acampamentos militares, as prisões. No caso da prisão de Abu Ghraib, houve julgamentos e investigações contra menos de dez soldados dos Estados Unidos, quando deveria haver muitos mais implicados. A verdade é que a prisão era administrada em todas as suas funções por duas empresas privadas: Caci e Titan.

As vantagens da terceirização para as CMPs? Como seus empregados são civis, não podem ser julgados pela Justiça militar. Ao mesmo tempo, em seus contratos lhes é assegurado que não podem ser submetidos à Justiça civil dos países em que atuam. Praticamente se criou um campo de impunidade. E a única via para fazer algo contra tais crimes é iniciar processos nos Estados Unidos contra as empresas. E quantas vítimas têm a possibilidade de fazer isso? Quase nenhuma.

Na entrevista, Azzelini observa sintomaticamente: «Legaliza-se todo o negócio dos mercenários com esse marco de impunidade. Além disso, terceiriza-se a responsabilidade. Milles Frechette, ex-embaixador dos Estados Unidos na Colômbia, disse que é muito cômodo trabalhar com essas empresas porque se morrem, não são soldados norte-americanos e, se fazem algo errado, a responsabilidade tampouco recai sobre os Estados Unidos. É a possibilidade de os EUA intervirem militarmente em outros países sem que apareçam como tais, porque não são seus soldados que atuam. Desde o Vietnã, sabe-se o impacto público que causa a imagem de soldados mortos que regressam cobertos pela bandeira ianque, mas isso não acontece se morre o empregado de uma empresa privada. Não causa indignação pública, porque é como se morresse um empregado da IBM em Cingapura. Ninguém se importa com isso.»

Realmente ninguém se importa. É o que eu chamaria de «privatização da consciência»: uma espécie de salvo-conduto para os jovens neoliberais exercerem seu próprio cinismo à vontade. Da mesma forma que, cinicamente, ninguém irá lamentá-los no futuro.

Mária Denser


Fonte: Congresso em Foco

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Cacilhas, La Batalema

2009-10-11

Interlingua

lâmpada Io ne ben cognosce le Interlingua, assi isto es le opinion de un esperantisto

Interlingua es un lingua artificial basate del similaritate de radices inter linguas europee. Usa como base quatro linguas: hispano, italiano, francese e anglese, ma le germano e le russo anque pote esser considerate. Un radice o un regula grammatical require esser commun al minus a tres de is linguas pro esser includite in Interlingua.

Esperanto e Interlingua son instrumentos de communication con focos un pauc differente, assi cata uno ha su spatio.

Le foco del Esperanto es le velocitate de apprendemento, assi omnes son multo regular e ha parve regulas (dece-sex de facto). Ja in le Interlingua le foco es el intendimento per communes que non ha studiate lo, assi ha permulte regulas e permulte exceptiones, e omnes son pauco irregular expresso pro que sonda familiar.

Per exemplo, litteras e syllabas sonda heterogenemente: T pote sondar como [t] [s] o [ts)]; C pote sondar como [k], [s] o [ts)]. Sed ne es tanto complicate como pote parer.

Plus re Interlingua tu trova in le sito del Union Brasilian pro Interlingua. Dictionario in hic.

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Cacilhas, La Batalema

PS: Per favor pardono propter le mal traducion.

2009-10-03

IDEs em ambiente GNU/Linux – RAD

Poliedro Este é o último de uma série de três artigos sobre ambientes de programação:

  1. Editores de texto
  2. IDEs focadas em projeto
  3. RAD



RAD


RAD ou desenvolvimento rápido de aplicações é o nome ou qualidade associado a qualquer ferramenta que proporcione facilidades para desenvolver aplicações rapidamente, geralmente com suporte a construção visual de objetos.

Algumas linguagens de programação e scripting já são consideradas RAD por si só, como Python, Ruby e Lua, entre outras.

Squeak


Squeak é uma máquina virtual e ambiente gráfico de RAD para Smalltalk, filho mais fiel do antigo Smalltalk-80 de Palo Alto.

É ao mesmo tempo máquina virtual para a execução de aplicações gráficas e IDE para programação. Em ambiente Squeak você utiliza basicamente três utilitários:
  • System Browser para editar as classes
  • Workspace para experimentação e execução
  • Transcript para exibição de resultados (STDOUT)


A aplicação mais conhecida usando Squeak é o XO do projeto OLPC.

Cincom VisualWorks


Outra ferramenta similar ao Squeak, porém proprietária, é o Cincom VisualWorks.

Também é uma máquina virtual e ambiente visual de programação e execução de aplicações, mas em seu caso as janelas são integradas ao gerenciados de janelas em execução.

Kylix


Kylix é o ambiente da Borland para a linguagem de programação Object Pascal.

Seu objetivo é oferecer uma alternativa em ambiente GNU/Linux para os usuários de Delphi (exclusivo de plataformas Windows).

A Borland restringiu o uso do Kylix, porém em compensação liberou uma versão aberta, o Open Kylix.

Gambas


Gambas é mais uma sigla recursiva: «Gambas Almost Means BASic».

É um IDE para desenvolvimento em Structured BASIC similar – mas não igual – ao Visual Basic da Microsoft.

É um de meus IDEs favoritos.

HBasic IDE


HBasic é uma tentativa de suportar códigos criados para Visual Basic no GNU/Linux.

Quem está acostumado ao VB vai se sentir bastante confortável no HBasic.

Sua GUI é baseada em Qt e suficientemente similar à do Visual Basic Express. Seus componentes e sua implementação própria do Structured BASIC também são confortavelmente próximos aos do VB.

Visual Tcl


Alguém também já ficou muito feliz em ver como é simples desenvolver aplicações gráficas utilizando Tcl/Tk?… E também estranhou muito sua sintaxe peculiar?

Visual Tcl é um ambiente visual de programação baseado em Tcl/Tk muito parecido com Delphi e que facilita bastante o uso de Tcl/Tk, essa linguagem com características tão próprias.

Gorm


Gorm, Graphical Object Relationship Modeller, é um ambiente de modelagem visual de objetos, classes e janelas muito superior e mais completo do que qualquer outro. É uma versão livre do Interface Builder da NeXT, atualmente propriedade da Apple.

Gorm é projetado para trabalhar associado ao ProjectCenter, assim como o Interface Builder trabalha associado ao Project Builder, e trabalha exclusivamente com Objective C e a biblioteca GNUstep.

É um de meus IDEs favoritos.

Glade


Glade é uma ferramenta RAD para desenho de janelas Gtk+ via interface gráfica, gerando como resultado um arquivo XML passível de ser processado por qualquer linguagem que tenha acesso ao GtkBuilder da biblioteca GLib.

Qt Designer


Qt Designer é um ambiente muito similar ao Glade, só que para biblioteca Qt.

É idealizado para trabalhar junto a aplicações como KDevelop, mas pode ser usado em associação a qualquer plataforma que possua acesso a Qt e um interpretador de arquivos UI.

É outro de meus IDEs favoritos.


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Espero que esta série de artigos seja útil a quem procura por um novo ambiente de programação em plataforma GNU/Linux (ou até mesmo em outras).

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Cacilhas, La Batalema

IDEs em ambiente GNU/Linux – Foco em projetos

Poliedro Este é o segundo de uma série de três artigos sobre ambientes de programação:

  1. Editores de texto
  2. IDEs focadas em projeto
  3. RAD



IDES FOCADAS EM PROJETO


IDE é o termo técnico dado para ambientes de desenvolvimento integrado.

São um pouco mais do que simples editores de texto, integrando compilação, execução e gerenciamento de projetos para dizer o mínimo.

Pida


Pida é um arcabouço (framework) de desenvolvimento integrado que embute o Vim. A grosso modo é um gvim turbinado, com controle de projetos, aba de buffers e outras facilidades.

Eclipse


Eclipse é o principal resultado de uma comunidade de código aberto para desenvolvimento de uma plataforma aberta de desenvolvimento baseada em Java, mas não limitada a essa linguagem.

A Fundação Eclipse foi criada em 2001 pela IBM para o aperfeiçoamento da aplicação.

Estranhamente o Eclipse tem um desempenho bem melhor no Windows do que no GNU/Linux, ao contrário das demais aplicações.

Com os plugins, você pode habilitar suporte a diversas linguagens no Eclipse, como C/C++, Python e Perl entre muitas outras, e recursos úteis como Web Tools (WTP), SVNKit e Android Development Tools.

NetBeans IDE


NetBeans é um IDE de código aberto feito em Java para desenvolvimento nas linguagens Java, C/C++, PHP, Javascript, Groovy e Ruby.

Possui algumas facilidades de RAD, como construção visual de janelas (para Java).

JBuilder


JBuilder é um ambiente de desenvolvimento multiplataforma da Borland voltado para Java e JSP.

Possui também algumas facilidades RAD similares às de NetBeans.

Anjuta DevStudio


Anjuta é um IDE para desenvolvimento em C/C++ muito similar Dev-C++.

Possui comportamento, vantagens e limitações muito similares aos do Dev-C++, mostrando-se o ambiente para desenvolvimento em GNU/Linux ideal para quem está habituado a esse IDE.

Komodo Edit


Komodo Edit é a versão livre do Komodo IDE. Ambos são ambientes de desenvolvimento focados em projetos e têm como público alvo programadores multilíngues.

É o IDE que tenho usado ultimamente. O que mais gostei na versão 5.2 foi o melhoramento da emulação de VI, que está regularmente próxima ao Vim – ainda há alguns parafusos frouxos. =)

Outra coisa legal da versão 5.2 é a estabilidade: as versões 5.0 e 5.1 teimavam em desarmar sem motivo algum aparente, isso não acontece na versão 5.2.

ProjectCenter


ProjectCenter é o gerenciador de projetos da biblioteca GNUstep, fortemente baseado no Project Builder, aplicação da NeXT que deu origem ao Xcode da Apple.

Possui um editor de texto integrado (muuuuuuuito ruim) e foi idealizado para trabalhar em parceria com Gorm.

É plenamente focado na linguagem de programação Objective C e na biblioteca GNUstep.

KDevelop


KDevelop é o ambiente integrado da suíte KDE, porém pode funcionar a parte.

Fortemente focado na linguagem de programação C++, mas não exclusivamente, trabalha muito bem com Qt Designer.

Qt Creator


Qt Creator é o ambiente de desenvolvimento integrado da Nokia.

Seu foco inclui a linguagem de programação C++, a biblioteca Qt e múltiplas plataformas, como Windows, GNU/Linux, Mac OS X e celulares Nokia.

Val(a)IDE


Val(a)IDE é o IDE exclusivo para a linguagem de programação Vala.

Vala é a linguagem de programação do Projeto Gnome para a incrível biblioteca GLib.

Infelizmente, assim como a própria linguagem Vala, Val(a)IDE é terrivelmente instável.

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Cacilhas, La Batalema

IDEs em ambiente GNU/Linux – Editores de texto

Poliedro Este artigo é o primeiro de uma série de três artigos sobre ambientes de programação:

  1. Editores de texto
  2. IDEs focadas em projeto
  3. RAD


É comum os programadores se sentirem presos sempre às mesmas IDEs, como Visual Studio, NetBeans, Eclipse, JBuilder e até Delphi por não conhecerem ou por medo de outros ambientes de desenvolvimento.

A coisa piora quando o programador por um motivo qualquer começa a usar GNU/Linux e não encontra sua IDE preferida ou descobre que o Eclipse roda incomodamente mais travado que no Windows – pelo menos o JBuilder e o NetBeans rodam tão pesados quando no Windows. =D

Meu objetivo neste artigo é mostrar algumas alternativas do mais simples e leve à mais completa (e pesada) IDE.

Observação: a maioria dos (se não todos) ambientes citados aqui tem versões para Windows e Mac OS X.


EDITORES DE TEXTO


Desde os tempos mais remotos os editores de texto são a forma mais simples para o desenvolvimento de software.

Eles se tornaram práticos a partir da invenção da edição visual e mais práticos ainda com outras facilidades interessantes, como realce de sintaxe e autocompleção.

Vim


Vim contrabalancea recursos oferecidos e consumo de recursos do sistema e dá de dez em qualquer IDE, principalmente se você usar gvim, uma interface Gtk+ para Vim.

Porém seu paradigma de uso é muito diferente dos demais editores: Vim (Vi IMproved) é um clone melhorado do VI (Visual Interface), uma interface visual para o editor ex do Unix. Portanto os comandos de edição do Vim são similares aos do ex.

Vim, assim como VI, possui três modos de uso:
  • Modo de comando: é possível executar comandos de edição
  • Modo de edição: é possível editar diretamente o texto
  • Modo de visualização: usado para seleção avançada


Os comandos do Vim não são exatamente o que se pode chamar de intuitivos. Por exemplo, para saltar um arquivo o comando é :w e para sair do Vim :q – se houver edições não salvas, é preciso forçar o comando com exclamação: :q!.

GNU Emacs


Emacs (Editor Macros) é o culpado pelo Software Livre e o Projeto GNU. =D

Emacs é um ambiente de programação fortemente voltado para eLisp, apesar de também com suporte a outras linguagens.

Seus comandos também não são exatamente mnemónicos… para salvar um arquivo pressione C-x C-s (Ctrl+X depois Ctrl+S) e para sair C-x C-c. M-x (Esc depois X ou Alt+X) entra em modo de comando.

Além de editor de texto, Emacs é também um ambiente de execução de aplicações eLisp, havendo diversas interessantes, até mesmo leitor de correio eletrónico e navegador web. Como usuário de Vim, sou obrigado a comentar que Emacs é uma ótima plataforma operacional, apenas carece de um bom editor de texto. =D

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Cacilhas, La Batalema

2009-09-29

Motorola a1200i

a1200i Falarei do smartphone da Motorola A1200i, com sistema operacional baseado em Linux, o EZX.

Ele já vem com alguns programas pré-instalados, como RealOne Player, porém deve ser por isso que muita gente tem reclamado dele. O RealOne não satisfaz as necessidades básicas de multimídia que qualquer usuário esperaria: só executa arquivos RMVB e MP3, não suporta os tipos mais comuns de vídeo e ainda por cima consome muita bateria, provavelmente por seu codec ser ineficiente no uso de recursos de processamento.

Mas quem adquiriu esse celular, não se desespere! Há salvação. =)

Como o sistema operacional é Linux, você pode instalar outros programas, como:



Para instalar esses programas, você precisa do MPKG.

O exmms não é WinAmp, como muita gente pensa e o próprio splash informa, mas uma versão EZX do XMMS. Além de permitir configuração do equalizador (coisa que o RealOne no EZX não faz), consome menos bateria – imagino que o uso de processamento pelo codec seja mais eficiente.

Já o zmplayer permite a execução de arquivos AVI, MPEG e MOV, entre outros, tornando o RealOne totalmente obsoleto.

Além disso ele possui um bom leitor de PDF, permitindo a leitura de livros eletrónicos.

Você também pode desenvolver programas para EZX usando Qt, C++ e algum compilador cruzado (cross-compiler) com suporte a EZX.

Apenas com estas dicas, uma porcaria de smartphone já se torna uma máquina muito boa mesmo.

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Cacilhas, La Batalema

2009-09-27

Subversão

Baal Quando muitas pessoas se juntam e formam uma multidão, essa multidão não se comporta como uma pessoa grande ou o simples coletivo, mas sim como uma entidade não-humana com identidade e comportamento próprios.

É por isso que uma (ou mais) pessoa(s) pode(m) ser pisoteada(s) pela multidão da qual ela(s) própria(s) faz(em) parte.

Da mesma forma, quando a sociedade cria um sistema para regular-se, esse sistema se torna uma entidade distinta da sociedade que, com o tempo, passa a operar em função de si mesma.

Esse sistema ou status quo estabelecido passa a se proteger a todo custo, mesmo que tenha de pisotear a sociedade.

As pessoas que lucram com o sistema são meras engrenagens que o sistema usa para retroalimentar-se: o lucro dessas pessoas/engrenagens é nada mais do que a força motriz do sistema.

O nome desse comportamento do sistema é perversão. A corrupção nada mais é do que a forma que as pessoas de caráter fraco encontram para lidar com a perversão.

Um exemplo de como o sistema perverso corrompe as pessoas é a criminalização.

Quando um elemento cultural é criminalizado – como aconteceu com a maconha e a folha da coca (não cocaína) – ele se torna a porta de entrada para o crime.

Dizem as mentes fracas que a maconha é caminho para drogas mais pesadas, mas isso é mentira. A criminalização da maconha é caminho para o crime de fato, como sim as drogas mais pesadas e o roubo, já que a pessoa criminalizada se sente criminosa mesmo não tendo cometido crime de fato, daí ela não vê mal em de fato cometê-lo.

Outro exemplo de perversão é a marginalização, hábito da sociedade, incitada pelo status quo, de empurrar para suas margens pessoas estigmatizadas pelo sistema.

É necessário subverter o status quo; somente a subversão do sistema pode quebrar o ciclo vicioso de retroalimentação que usa a sociedade para esmagar a si mesma.

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Cacilhas, La Batalema

2009-09-17

Consolidação das Leis Sociais

lâmpada Não tenho o que acrescentar!

Esta é uma entrevista história dada pelo Presidente da República, Luiz Inácio «Lula» da Silva, para os jornalistas do Valor e reproduzida no blog do Luis Nassif.

Simplesmente não há o que complementar, apenas convido o leitor das Reflexões de Monte Gasppa e Giulia C. a ler esse magnífico artigo:

Uma entrevista histórica


Lula propõe uma «Consolidação das Leis Sociais»
Claudia Safatle, Maria Cristina Fernandes, Cristiano Romero e Raymundo Costa, de Brasília

17/09/2009

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende mandar ao Congresso ainda este ano um projeto de lei para consolidar as políticas sociais de seu governo. A ideia é amarrar no texto da lei uma «Consolidação das Leis Sociais», a exemplo do que, na década de 50, Getúlio Vargas fez com a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Diz que, para este projeto, não vai pedir urgência. «É bom mesmo que seja discutido no ano eleitoral».

Faz parte dos planos do presidente também para este ano encaminhar ao Congresso um projeto de inclusão digital. «Será para integrar o país todinho com fibras óticas», adiantou.

Na primeira entrevista concedida após a grande crise global, Lula criticou as empresas que, por medo ou incertezas, se precipitaram tomando medidas desnecessárias e defendeu a ação do Estado. «Quem sustentou essa crise foi o governo e o povo pobre, porque alguns setores empresariais brasileiros pisaram no breque de forma desnecessária».

Ele explicou porque está insatisfeito especialmente com a Vale do Rio Doce, a quem tem pressionado a agregar valor à extração de minério, construir usinas siderúrgicas e fazer suas encomendas dentro do país, em vez de recorrer à importação, como tem feito. «A Vale não pode ficar se dando ao luxo de ficar exportando apenas minério de ferro», diz ele. Hoje, disse, os chineses já produzem 535 milhões de toneladas de aço por ano, enquanto o Brasil, o maior produtor de minério do mundo, produz apenas 35 milhões de toneladas. «Isso não faz nenhum sentido.»

O presidente defendeu a expansão de gastos promovida por seu governo, alegando que o Estado forte ajudou o país a enfrentar a recente crise econômica. «A gente não deveria ficar preocupado em saber quanto o Estado gasta. Deveria ficar preocupado em saber se o Estado está cumprindo com suas funções de bem tratar a população.»

Rechaçou a eventualidade do «risco Serra», aludido por algumas autoridades de seu governo face às veementes críticas do governador de São Paulo, José Serra (PSDB) à política monetária. «É uma cretinice política. É tão sério governar um país da magnitude do Brasil que ninguém que entre aqui vai se meter a fazer bobagem, vai ser bobo de mexer na estabilidade econômica e permitir que a inflação volte».

A falta de carisma da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, provável candidata à sua sucessão em 2010 não é , para ele, um obstáculo eleitoral. «Se dependesse de carisma, Fernando Henrique Cardoso não teria sido eleito e Serra não seria nem candidato. Jânio Quadros tinha carisma e ficou só seis meses». O principal ativo de Dilma, na opinião de Lula, é a «capacidade gerencial» da ministra. «E mulher tem que ser dura mesmo, para se impor entre os homens.»

Lula contou que já desaconselhou o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, a se candidatar ao governo de Goiás. «Eu já disse pro Meirelles. Eu sinceramente acho que o Meirelles não devia pensar em ser candidato a governador, coisa nenhuma. Mas esse negócio tem um comichão…»

O risco de os esqueletos deixados por planos de estabilização de governos passados se transformarem em pesado fardo para o Tesouro Nacional preocupa o presidente. Segundo ele, se o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitar as ações contra bancos baseadas em supostos prejuízos causados por planos econômicos, uma conta que supera os R$ 100 bilhões, os bancos vão acionar judicialmente a União para bancar que ela banque essa despesa.

Na entrevista ao Valor, concedida na manhã de ontem em seu gabinete no Centro Cultural do Banco do Brasil, o presidente falou por uma hora e meia. Fumou cigarrilha na última meia hora da entrevista e não se recusou a falar de seu futuro político quando deixar a Presidência. «Gostaria de usar o que aprendi na Presidência para ajudar tanto a América Latina quanto a África a implementar políticas sociais, mas primeiro preciso saber se eles querem, porque de palpiteiro todo mundo está cansado». Sobre uma nova candidatura em 2014, o presidente foi direto: «Se Dilma for eleita, ela tem todo direito de chegar em 2014 e falar ‘eu quero a reeleição’. Se isso não acontecer, obviamente a história política pode ter outro rumo».

Valor: Passado um ano da grande crise global, a economia brasileira começa a se recuperar. Além do pré-sal, qual a agenda do governo para o pós crise?

Luiz Inácio Lula da Silva: Ainda este ano vou apresentar uma proposta sobre inclusão digital. E, também, uma proposta consolidando todas as políticas sociais do governo.

Valor: Inclusive, o Bolsa Família, o salário mínimo?

Lula: Todas. Vai ter uma lei que vai legalizar tudo, como a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Será uma consolidação das políticas públicas para sustentar os avanços conquistados. Tudo o que foi feito, até as conferências nacionais, porque nós só temos legalizada a da saúde.

Valor: Mas o governo ainda não conseguiu sequer aprovar a política de valorização do salário mínimo?

Lula: A culpa não é minha. Mandei (para o Congresso) já faz um ano e meio. Sou de um tempo de dirigente sindical que, quando a gente falava de salário mínimo, as pessoas já falavam logo de inflação. Nós demos, desde que cheguei aqui, 67% de aumento real para o salário mínimo e ninguém mais fala de inflação. O projeto que nós mandamos é uma coisa bonita. É a reposição da inflação mais o aumento do PIB de dois anos atrás. Quero consolidar isso porque acho que o Brasil tem que mudar de patamar.

Valor: O senhor vai pedir urgência?

Lula: Não. É ótimo que dê debate no ano eleitoral. Quando eu voltar de viagem, vou ter uma reunião com todos os ministros da área social e vamos começar a trabalhar nisso.

Valor: E a inclusão digital?

Lula: Esta eu quero mandar também este ano. Será para integrar o país com fibras óticas. O Brasil precisa disso. Eu dei 45 dias de prazo, ontem, para que me apresentem o projeto de integração de todo o sistema ótico do Brasil.

Valor: O que mais será feito?

Lula: Uma proposta de um novo PAC para 2011-2015, que anunciarei em janeiro ou fevereiro. Porque precisamos colocar, no Orçamento de 2011, dinheiro para a Copa do Mundo, sobretudo na questão de mobilização urbana. E, se a gente ganhar a sede das Olimpíadas, já tem que ter uma coisa mais poderosa nisso.

Valor: Só para a parte que lhe cabe no pré-sal, o BNDES diz que vai precisar de uma capitalização de R$ 100 bilhões do Tesouro Nacional. O senhor já autorizou a operação?

Lula: Acabamos de dar R$ 100 bilhões ao BNDES e nem utilizamos ainda todo esse dinheiro. Para nós, o pré-sal começa ontem. Na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, pedi aos empresários que constituíssem um grupo de trabalho para que possamos ter dimensão do que vamos precisar nos próximos 15 anos entre infraestrutura, equipamentos para construção de sondas, plataformas, toda a cadeia. Não podemos deixar tudo para a última hora e isso vai exigir muito dinheiro. Esse problema do BNDES ainda não chegou aqui, mas posso garantir que não faltará dinheiro para o pré-sal.

Valor: O governo pensa numa política industrial para o pré-sal, voltada para as grandes empresas nacionais. Fala-se em ter empresas «campeãs nacionais». Isso vai renovar o parque industrial e as lideranças empresariais do país?

Lula: Certamente aumentará muito o setor empresarial brasileiro. Precisamos aproveitar o pré-sal e criar, também, um grande polo petroquímico. Não podemos ficar no sexto, sétimo lugar nesse setor. Pedi para o Luciano Coutinho (presidente do BNDES) coordenar um grupo de trabalho para que a gente possa anunciar em breve um plano de fomento à indústria petroquímica no Brasil. E pedi para os empresários brasileiros se prepararem para coisas maiores. Vamos precisar de mais estaleiros, diques secos, e isso tem que começar agora para estar pronto em três a quatro anos. Sobretudo, temos que convencer os empresários estrangeiros a investir no Brasil, construindo parcerias.

Valor: É por essa razão que o senhor está irritado com a Vale?

Lula: Não estou irritado com a Vale. Tenho cobrado sistematicamente da Vale a construção de usinas siderúrgicas no país. Todo mundo sabe o que a Vale representa para o Brasil. É uma empresa excepcional, mas não pode se dar ao luxo de exportar apenas minério de ferro. Os chineses já estão produzindo 535 milhões de toneladas de aço e nós continuamos com 35 milhões de toneladas. Daqui a pouco vamos ter que importar aço da China. Isso não faz nenhum sentido. Quando a gente vende minério de ferro, custa um tiquinho.

Valor: E não paga imposto porque o produto não é industrializado…

Lula: Não paga imposto. Tudo isso eu tenho discutido muito com a Vale porque eu a respeito. Quando ela contrata navios de 400 mil toneladas na China, é de se perguntar: ´e o esforço imenso que estou fazendo para recuperar a indústria naval brasileira?´

Valor: Mas a Vale não é uma empresa privada?

Lula: Pode ser privada ou pública. O interesse do país está em primeiro lugar. As empresas privadas têm tantas obrigações com o país como eu tenho. Não é porque sou presidente que só eu tenho responsabilidade. Se quisermos construir uma indústria competitiva no mundo, vamos ter que fortalecer o país.

Valor: Os custos não são importantes?

Lula: Os empresários têm tanta obrigação de ser brasileiros e nacionalistas quanto eu! Estou fazendo uma discussão com a Vale, já fiz com outras empresas, porque quando queremos importar aço da China, os empresários brasileiros não querem. Mas quando eles aumentam seus preços, eu sou obrigado a reduzir a alíquota (de importação) para poder equilibrar. Eu sei a importância das empresas brasileiras, ninguém mais do que eu brigou neste país para elas virarem multinacionais. Porque, cada vez que uma empresa se torna uma multinacional, ela é uma bandeira do país fincada em outro país.

Valor: As empresas não importam porque lá fora é mais barato e tecnologicamente mais avançado?

Lula: Não sei se tecnologicamente é mais avançado. Pode ser mais barato. Quando começamos a discutir com a Petrobras a construção de plataformas, ela falava ´nós economizamos não sei quantos milhões´. Eu falava ´tudo bem, e os desempregados brasileiros? E o avanço tecnológico do país? E a possibilidade de fazemos plataformas aqui e exportar?´ Em vez de apenas importar, vamos convencer as empresas de fora que nós temos demanda e que elas venham construir no Brasil. Não estamos pedindo favor. Talvez o Brasil seja, daqui para a frente, o país a consumir mais implementos para a construção de sondas e plataformas.

Valor: O governo pensa em reduzir os custos de produção no Brasil?

Lula: Temos, no momento, uma crise econômica em que o custo financeiro subiu no mundo inteiro. Desde que entrei, e considerando a extinção da CPMF, foram mais de R$ 100 bilhões em desonerações. Eu já mandei duas reformas tributárias ao Congresso. As duas tiveram a concordância dos 27 governadores e dos empresários. Mas as propostas chegam no Senado e, como diria o Jânio Quadros, tem o ´inimigo oculto´ que não deixa que sejam aprovadas.

Valor: Como o senhor vê o papel do Estado pós crise?

Lula: O Estado não pode ser o gerenciador, o administrador. O Estado tem que ter apenas o papel de indutor e fiscalizador. Então, (o Estado) leva uma refinaria para o Ceará, um estaleiro para Pernambuco. Se dependesse da Petrobras, ela não gostaria de fazer refinarias.

Valor: Por que há ociosidade?

Lula: Na lógica da Petrobras, as suas refinarias já atendem a demanda. Há 20 anos a empresa não fazia uma nova refinaria. Agora, o que significa uma nova refinaria num Estado? A primeira coisa que vai ter é um polo petroquímico para aquela região. Este é o papel do governo. O governo não pode se omitir. A fragilidade dos governantes, hoje, é que eles acreditaram nos últimos dez anos que os mercados resolviam os problemas. E agora, quando chegou a crise, todos perceberam que, se os Estados não fizessem o que fizeram, a crise seria mais profunda. Se o Bush (George, ex-presidente dos Estados Unidos) tivesse a dimensão da crise e tivesse colocado US$ 60 bilhões no Lehman Brothers antes de ele quebrar, possivelmente não teríamos a crise de crédito que tivemos. Então, a Vale entra nessa minha lógica.

Valor: Depois da conversa com o senhor, a Vale vai construir as siderúrgicas?

Lula: Ela precisa agregar valor às suas exportações. Se ela exportar uma tonelada de bauxita, vai receber entre US$ 30 e US$ 50. Se for um tonelada de alumínio pronto, vai vender por US$ 3 mil. Além disso, vai gerar emprego aqui, vai ter que construir hidrelétrica para ter energia. Não pode ter só o interesse imediato pelo lucro porque a matéria prima um dia acaba e, antes de acabar, temos que ganhar dinheiro com isso. A Vale entende isso.

Valor: Então ela se comprometeu?

Lula: Basta ver a propaganda dela nos jornais. Faz três anos que venho conversando com a Vale. O Estado do Pará reclama o tempo inteiro, Minas Gerais e o Espírito Santo também. A siderúrgica do Ceará não foi proposta por mim. Foi proposta em 1992. Há condições de fazer? Há. Há mercado? Há. Temos tecnologia? Temos. Então, vamos fazer.

Valor: Entre reduzir a carga tributária, desonerando a folha de pagamentos das empresas, e aumentar o salário do funcionalismo, o senhor ficou com a segunda opção. Por quê?

Lula: Primeiro porque a desoneração é baseada no nervosismo econômico, no aperto de determinado segmento. O Estado tem que ter força. No Brasil, durante os anos 80, se criou a ideia de Estado mínimo. O Estado mínimo não vale para nada. O Estado tem que ter força para fazer as políticas que fizemos agora, na crise, com a compreensão do Congresso. Não pense que foi fácil tomar a decisão de fazer o Banco do Brasil (BB) comprar a Nossa Caixa em São Paulo.

Valor: Por quê?

Lula: As pessoas diziam: ´Ah, o presidente vai dar dinheiro ao Serra e o Serra é candidato´. Mas não dei dinheiro para o Serra. Comprei um banco que tinha caixa e para permitir que o BB tivesse mais capacidade de alavancar o crédito. Quando fui comprar (via BB) 50% do Banco Votorantim, tive que me lixar para a especulação. Nós precisávamos financiar o mercado de carro usado e o Banco do Brasil não tinha ´expertise´. Então, compramos 50% do Votorantim, que tem uma carteira de carro usado de R$ 90 bilhões. Vocês têm dimensão do que foi ter uma Caixa Econômica Federal, um BNDES ou um BB na crise? Foi extremamente importante. A Petrobras apresentou estudo mostrando que deveria adiar o cronograma dos investimentos dela de 2013 para 2017.

Valor: Durante a crise?

Lula: É. Convoquei o Conselho da Petrobras para dizer: ´Olha, este é um momento em que não se pode recuar´. Até no futebol a gente aprende que, quando se está ganhando de 1 x 0 e recua, a gente se ferra.

Valor: E funcionou?

Lula: Quem sustentou essa crise foi o governo e o povo pobre, porque alguns setores empresariais brasileiros pisaram no breque de forma desnecessária. Aquele famoso cavalo de pau que o (Antonio) Palocci (ex-ministro da Fazenda) dizia que a gente não podia dar na economia, alguns setores empresariais deram por puro medo, incerteza. Essas coisas nós conversamos muito com os empresários, no comitê acompanhamento da crise. Agora não vai ter mais comitê de crise, mas sim de produção, investimento e inovação tecnológica. Estou otimista porque este é o momento do Brasil.

Valor: Por exemplo?

Lula: As pessoas estão compreendendo que fazer com que o pobre seja menos pobre é bom para a economia. Ele vira consumidor. Eles vão para o shopping e compram coisas que até pouco tempo só a classe média tinha acesso. Os empresários brasileiros precisam se modernizar.

Valor: A política de valorização do funcionalismo dificilmente poderá ser mantida por seu sucessor e nenhum dos candidatos tem ascendência sobre o movimento sindical que o senhor tem. Não é uma bomba relógio que o senhor deixa armada para o próximo governo?

Lula: Vocês acham que o Estado brasileiro paga bem?

Valor: O senhor acha que ainda ganha mal?

Lula: Você tem que medir o valor de determinadas funções no mercado e dentro do governo. Sempre achei que o pessoal da Petrobras ganhava muito. O Rodolfo Landim, quando era presidente da BR, há uns quatro anos, ganhava R$ 26 mil. Ele entrou na minha sala e disse: ´Presidente, tive convite de um empresário, estou de coração partido, mas não posso perder a oportunidade da minha vida´. Então, ele deixa de ganhar R$ 26 mil por mês e vai ganhar R$ 200 mil com dois anos de pagamento adiantado. Quanto vale um bom funcionário da Receita Federal, do Banco Central, no mercado? O que garante as pessoas ficarem no Estado é a estabilidade, não o salário.

Valor: Mas essa política de valorização salarial do funcionalismo é sustentável?

Lula: Como é que a gente vai deixar de contratar professores? Vou passar à história como o presidente que mais fez universidades neste país. Ontem, completamos a 11ª (das quais, duas foram iniciativa do governo anterior). Ganhamos do Juscelino Kubitschek, que fez dez. Teve governo que não fez nenhuma. E ainda há três no Congresso para serem aprovadas.

Valor: O senhor considera que o Estado hoje está arrumado?

Lula: A gente não deveria ficar preocupado em saber quanto o Estado gasta. Deveria ficar preocupado em saber se o Estado está cumprindo com suas funções de bem tratar a população. E ainda falta muito para chegar à perfeição.

Valor: O senhor foi vítima em 2002 do chamado «risco Lula». Hoje, já há quem fale em «risco Serra». Existe mais risco para o país com o Serra do que com a Dilma?

Lula: Nunca ouvi falar de ´risco Serra´ (risos). Posso falar de cátedra. Sofri com o ´risco Lula´ desde 1989. Em 1994, eu tinha 43% nas pesquisas em março e o que eles fizeram? Diminuíram o mandato para quatro anos e proibiram mostrar imagem externa no programa eleitoral. As pessoas pensam que esqueci isso. Quando chegaram as eleições para a prefeitura (em 1996), revogou-se a lei e todo mundo pôde mostrar imagens externas. Quando eles ganharam, aprovaram a reeleição. Então, essa coisa de ´risco Lula´ eu conheço bem.

Valor: É possível voltar a acorrer?

Lula: Espero que minha vitória e meu governo sirvam de lição para essas pessoas que ficam dizendo: ´o Lula era risco, agora o Serra é risco, a Dilma é risco, a Marina é risco, o Aécio é risco´. É uma cretinice política! Porque é tão sério governar um país da magnitude do Brasil que ninguém que entre aqui vai se meter a fazer bobagem. Quem fez bobagem não ficou. Todo mundo sabe da minha afinidade com os trabalhadores, da minha preferência pelos mais pobres. Entretanto, sou governante dos ricos também. E tenho certeza de que eles estão muito satisfeitos porque ganharam muito dinheiro no meu governo. Mais do que no governo ´deles´. Como pode um companheiro como a Dilma, o Serra, a Marina, todos que têm história, ficar sujeito a essa história de risco? E sabe por que não tem risco? Porque, se depois fizer bobagem, paga. Você pode ter visão diferente sobre as coisas, isso é normal. E agora mais ainda porque quem vier depois de mim.

Valor: Por quê?

Lula: Porque há um outro paradigma. Em cem anos a elite brasileira fez 140 escolas técnicas. Como é que esse torneiro mecânico faz 114? Estamos criando um paradigma. Fui ao Rio Maranguapinho (no Ceará) um dia desses. Estamos colocando lá R$ 390 milhões para fazer saneamento básico. Em Roraima são R$ 496 milhões para fazer saneamento e dragagem. Você sabe quanto o Brasil inteiro gastou em 2002 em saneamento?

Valor: Quanto?

Lula: R$ 262 milhões. Então, estamos colocando num bairro de Fortaleza o que foi colocado no Brasil inteiro naquele ano.

Valor: O senhor diria que pelo menos nos três fundamentos básicos da economia – superávit primário, câmbio flutuante e regime de metas – ninguém vai mexer porque foram testados na crise?

Lula: Para mim, inflação controlada é condição básica para o resto dar certo. Porque na hora que a inflação começar a crescer, os trabalhadores vão querer muito mais reajuste, os empresários também e a coisa desanda. Então, é manter a inflação controlada, a economia crescendo, permitir o crescimento do crédito. O Banco do Brasil sozinho hoje talvez tenha todo o crédito que o Brasil tinha em 2003.

Valor: Isso é bom ou ruim? Entre os anos 80 e 90, houve péssima gestão nos bancos estaduais, que acabaram quebrando…

Lula: Mas aí a culpa não é do banco. É irresponsabilidade da classe política. Os governantes transformaram os bancos públicos em caixa 2 de campanha. Emprestar dinheiro para amigo? Isso acabou. Não acho que ninguém que entre aqui vai ser bobo de mexer na estabilidade econômica e permitir que volte a inflação. Porque, se isso acontecer, o mandato é de apenas quatro anos.

Valor: A capacidade administrativa da ministra Dilma Rousseff, apesar do seu pouco carisma, e a confiança que o senhor tem em seu trabalho são suficientes para fazer dela uma candidata?

Lula: Quantos políticos têm carisma no Brasil? Se dependesse de carisma, Fernando Henrique Cardoso não teria sido presidente. Se dependesse de carisma, José Serra não poderia nem ser candidato. Carisma é uma coisa inata. Você pode aperfeiçoar ou não. Sempre é bom ter um pouco de carisma. O Jânio Quadros tinha carisma. Ficou só seis meses aqui. Estou dizendo que para governar este país é preciso um conjunto de qualidades. E a primeira qualidade é ganhar eleição. Tem que ter muita humildade, determinação do projeto que vai apresentar. Tem que provar que é capaz de gerenciar. Hoje, com sete anos de convivência, não conheço ninguém que tenha essa capacidade gerencial da Dilma. Às vezes as pessoas falam ´ela é dura´. Mas é que a mulher tem que ser mais dura mesmo.

Valor: Por quê?

Lula: Porque numa discussão política, para você se impor no meio de 30 ou 40 homens, é assim. A Dilma é muito competente. Feliz do país que vai ter uma disputa que pode ter Dilma, Serra, Marina, Heloísa Helena, Aécio. Houve no país um avanço qualitativo nas disputas eleitorais. O Fernando Henrique e eu já fomos um avanço extraordinário. Fico olhando e vejo que não tem um único candidato de direita. Isto é uma conquista extraordinária de um Brasil exuberante. É evidente que Serra tem discordância da Dilma e vice-versa, mas ninguém pode acusar um e outro de que não são democratas e não lutaram por este país.

Valor: Qual é a diferença entre eles?

Lula: Vai ter. Se for para fazer (um governo) igual não tem disputa. E, aí, o povo vai escolher por beleza… Não sei se serão só os dois. Mas são candidatos de qualidade.

Valor: Privatizar ou não privatizar pode ser a diferença?

Lula: Não.

Valor: Por que o senhor é contra a privatização?

Lula: Tudo aquilo que não é de interesse estratégico para o país pode ser privatizado. Agora, tudo o que é estratégico, o Estado pode fazer como fez com a Petrobras e o Banco do Brasil.

Valor: A Infraero é estratégica?

Lula: O Guido (Mantega, ministro da Fazenda) foi determinado a fazer um estudo sobre a Infraero, para ver se ela vira uma empresa de economia mista. O que nos interessa é que as coisas funcionem corretamente. Pedi ao Jobim (Nelson, ministro da Defesa) estudar o processo de concessão de um ou outro aeroporto para gente poder ter um termômetro, medir a qualidade de funcionamento. O que é estratégico no aeroporto é o controle do espaço aéreo e não ficar pegando passaporte de passageiros.

Valor: O senhor, então, não é contra a privatização por princípio?

Lula: Eu sou muito prático. Entre o meu princípio e o bom serviço prestado à população, fico com o bom serviço.

Valor: Quando o senhor falou dos candidatos, não mencionou Ciro Gomes.

Lula: O Ciro é um extraordinário candidato. De qualquer forma o PSB tem autonomia para lançar o Ciro candidato.

Valor: O senhor é o presidente mais popular da história do Brasil. No entanto, este Congresso é um dos mais desmoralizados. Por que o PT fracassou na condução do Congresso?

Lula: Você há de convir que a democracia no Brasil funciona com muito mais dinamismo que em qualquer outro lugar do mundo. O PT elegeu 81 deputados em 513 e 12 senadores em 81. A gente precisa dançar mais flamenco do que em qualquer país do mundo. Você vai ter que ter mais jogo de cintura. Exercitar a democracia é convencer as pessoas, é sempre mais difícil.

Valor: Por quê?

Lula: O Congresso é a única instituição julgada coletivamente. Se não teve sessão você fala: ´Deputado vagabundo que não trabalha´. Agora, nunca cita os que estiveram lá, de plantão, o tempo inteiro. Quando era constituinte, eu ficava doido porque ficava trabalhando até as duas, três horas da manhã. O Ulysses (Guimarães) ficava uma semana sem votar. Quando ele começava a votar, aquilo varava a noite. No dia seguinte, pegava o jornal, que dizia ´sessão não deu quórum porque os deputados não foram trabalhar´. Mas havia lá 200 em pé. Toda vez que vou a debates com estudantes, em inauguração de escolas, eu falo isso: ´Se vocês não gostam de política, acham que todo político é ladrão, que não presta, não renunciem à política. Entrem vocês na política porque, quem sabe, o perfeito que vocês querem está dentro de vocês´.

Valor: O senhor disse que o Brasil deve comemorar o fato de não ter candidatos de direita na eleição presidencial. Por que depois de tantas tentativas de aproximar PT e PSDB, isso não deu certo?

Lula: Porque na verdade nós somos os principais adversários.

Valor: Em São Paulo?

Lula: Em São Paulo e em outros lugares. Há uma disputa.

Valor: A aliança PT-PSDB é impossível?

Lula: Acho que agora é impossível.

Valor: Como o senhor avalia sua relação com a oposição, sobretudo no momento em que se discute o marco regulatório do pré-sal?

Lula: Essa oposição teve menos canal com o governo. Certamente o DEM e o PSDB pouco tiveram o que construir com o governo. Possivelmente quando eles eram governo, o PT também construiu poucas possibilidades. O projeto do pré-sal tal, como ele foi mandado, não é uma coisa minha. O trabalho que fizemos foi, sem falsa modéstia, digno de respeito, tanto é que o Serra concorda com o modelo. O Congresso tem liberdade para mudar.

Valor: A oposição diz que o governo pediu urgência para usar o projeto de forma eleitoreira. A urgência era exatamente por quê?

Lula: Porque precisamos aprovar o mais rápido possível para dizer ao mundo o que está aprovado e começar a trabalhar. Acho engraçado a oposição dizer isso. A oposição votou em seis meses cinco emendas constitucionais no governo Fernando Henrique Cardoso.

Valor: O senhor volta com o pedido de urgência, se for o caso?

Lula: Depende. Atendi ao pedido do presidente da Câmara, Michel Temer. Vamos votar no dia 10 de novembro. Isso me garante. Termino o mandato daqui a um ano. Serei ex-presidente, nem vento bate nas costas. Não é para mim que estou fazendo o pré-sal. O pré-sal é para o país.

Valor: O que o senhor pretende fazer depois que deixar o governo?

Lula: Não sei. A única coisa que tenho convicção é que não vou importunar quem for eleito.

Valor: Todo mundo tem medo que o senhor volte em 2014…

Lula: Medo? Acho que deveria ter alegria, se eu voltasse. Na política a gente tem de ter sempre o bom senso. Vamos supor que a Dilma seja eleita presidente da República…

Valor: E se ela perder a eleição? O senhor vai se sentir pressionado pelo PT a disputar em 2014?

Lula: Vou trabalhar para o povo votar favoravelmente, mas, se votar contra, vou ter o mesmo respeito que tenho pelo povo. Se ela for eleita, tem todo o direito de chegar a 2014 e falar ´eu quero a reeleição´.

Valor: E se ela não for eleita?

Lula: Não trabalho com essa hipótese, mas obviamente que, se não acontecer o que eu penso que deve acontecer, a história política pode ter outro rumo.

Valor: Parece que está consolidada a percepção de que o país terá câmbio apreciado por um bom tempo. O senhor teme uma desindustrialização?

Lula: O nosso objetivo é industrializar o máximo possível. O Palocci disse uma frase que é simples e antológica: ´o problema do câmbio flutuante é que ele flutua´. Obviamente que nós já estamos discutindo isso. Trabalhamos com a hipótese de que vai entrar muito dólar no Brasil. Precisamos trabalhar isso com carinho. Em contrapartida, também estamos avançando na questão de fazer trocas comerciais nas moedas dos países. Não preciso do dólar para fazer comércio com a China, a Índia, a Rússia. Podemos fazer comércio com nossas moedas e com as garantias dos bancos centrais. Esta é uma coisa nova que já começamos a discutir. Na última reunião dos Brics (grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia e China), foi constituído um grupo de trabalho para pensar sobre isso. Não é possível você tratar da economia com teoricismo, de que você acha que hoje pode tomar uma decisão para evitar que alguma coisa aconteça daqui a dez anos. Esta crise econômica mundial mostrou isso. Hoje é unanimidade mundial que o Brasil é o país mais preparado para enfrentar isso. Nunca tivemos nenhum plano econômico. Cada vez que tinha uma crise vinha um e apresentava um plano. Quebrava. Os bancos hoje estão sendo processados no Supremo Tribunal Federal (STF) por uma dívida de mais de R$ 150 bilhões, por causa dos planos Bresser e Verão.

Valor: Os bancos pediram ajuda ao governo?

Lula: Não é que o governo vai ajudar. O governo é o responsável. O governo fez a lei. Eles cumpriram a lei. Se eles perderem no STF, sabe o que vai acontecer?

Valor: A conta vai para o Tesouro.

Lula: Eles vão acionar a União. Obviamente que é isso. E quem fez os planos está dando palpites nas economias. Este é o dado. Também peço a Deus que eu não deixe nenhum esqueleto para meus sucessores. Por isso, estou mais tranquilo para tomar as decisões, mais meticuloso, para fazer as coisas. Eu fico imaginado, quando eu não estiver mais aqui dentro, o que é que um ex-presidente pode esperar do país. Que um venha e faça mais do que ele. Porque isso é o que vai fazer o país ir para a frente. Somente uma figura medíocre é capaz de torcer para o cara não dar certo. Porque, quando não dá certo, eu não vi nenhum político ter prejuízo. Ele pode perder a eleição, mas não tem prejuízo. Agora, o povo pobre é que paga a conta, se a política não der certo.

Valor: Qual vai ser o discurso da sua candidata?

Lula: Vamos deixar a candidata construir. Mas eu acho o seguinte: o que eram as campanhas passadas? Quem vai controlar a inflação, o salário mínimo de US$ 100, não era isso? Isso acabou. Não se fala mais em FMI, não se fala mais em salário mínimo de US$ 100, não se fala mais em inflação.

Valor: Mas no FMI o senhor vai falar?

Lula: Vou falar porque agora somos credores do FMI.

Valor: A França se tornou nosso parceiro prioritário em detrimento dos EUA?

Lula: Não sei porque não pensaram nisso antes. A França é o único país europeu que faz fronteira com o Brasil. São 700 quilômetros de fronteira. Isso é uma vantagem comparativa da relação com a França. Nós sempre teremos uma excelente relação com o EUA. Sempre teremos uma belíssima relação com a Europa. Mas isso não atrapalha que nós tenhamos relações bilaterais estratégicas com outros países. Acho que os Estados Unidos precisam ter um olhar para a América Latina mais produtivo, mais desenvolvimentista.

Valor: O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, vai sair para se candidatar ao governo de Goiás?

Lula: Sinceramente, o Meirelles não devia pensar em ser candidato a governador, coisa nenhuma. É que esse negócio (fazer política) tem um comichão…


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Cacilhas, La Batalema