2012-11-22

Centroesquerdismo e a falácia etimológica

Heim?

Alguns amigos meus inteligentes (sem ironia) têm caído na falácia etimológica, recurso de desinformação extremamente tentador, muito utilizado por direitistas de mau caráter.

O princípio da falácia etimológica é dizer que a construção morfológica da palavra define o conceito representado pela mesma.

Esse conceito já se mostra falho logo de cara, quando encaramos algumas palavras interessantes, como Cálculo: se a morfologia definisse o conceito, Cálculo seria estudado em Geologia, não em Matemática, como bem lembrado pelo blog Bule Voador.

Deixando isso de lado, ataquemos diretamente a distorção de conceito que pretendo: Direita versus Esquerda políticas.

Amigos meus têm se tido muito equilibrados, nem direita, nem esquerda, mas centro. É o mesmo que dizer que uma variável bool contém o valor ½.
Fulano está vivo ou morto?
— Mais ou menos, ele está num equilíbrio entre os dois estados.
#WTF
Ou:
Há uma estrada, não há nada por perto, você em que direção seguir ou morre de fome. Em qual direção você segue? Direita ou esquerda?
— Nas duas.

Para entender por que é impossível, precisamos entender o significado de Direita e Esquerda.

Quando a França declarou bancarrota no reinado de Luís XVI, instaurou-se um parlamento medieval para gestão do estado. Os parlamentares se posicionavam à direita ou à esquerda do trono nas votações, de acordo com sua decisão.

À direita do trono posicionavam-se os parlamentares a favor da autoridade real e dos privilégios da corte, que acreditavam que a sociedade só poderia se manter através dos abismos de classe: para eles a riqueza de um país se define pela esmagadora riqueza das elites em oposição à pobreza extrema do proletariado.

À esquerda do trono posicionavam-se os parlamentares a favor da supremacia do parlamento e da igualdade social, acreditavam que um país só pode ser rico pela segurança econômica dos mais pobres.

Com a revolução e o começo da república, o conceito de Direita Política foi adaptado (sem prejuízo do significado original) para os políticos a favor das elites, da burguesia e da manutenção dos abismos sociais como garantia de saúde do estado. O conceito de Esquerda Política se tornou a proteção das classes menos favorecidas, a busca pela mitigação das diferenças sócio-econômicas e defesa dos conceitos republicanos de democracia e igualdade.

Percebam que são princípios essencialmente dicotômicos e conflitantes:
  • Manutenção dos abismos sociais vs. mitigação das diferenças
  • Classes sociais distintas (vitalícias e hereditárias) vs. igualdade social
  • Defesa dos privilégios das elites vs. democracia e direitos iguais

São conceitos inter-excludentes, meio termo não é viável.

Porém, seria muito feio um político assumir clara e explicitamente que ele deseja de fato pisar no povo que o elege e favorecer sua própria classe social – ou a que ele pretende ingressar –, prejudicando ainda mais os desfavorecidos em benefício próprio.

Daí, esses mesmos políticos e sociólogos sem ética usaram a falácia etimológica, ignorando o background histórico, e inventaram essa besteira de equilíbrio político.

Desse falso equilíbrio nasceu a mácara – pois o conceito não é novo – chamada Centroesquerdismo, que nada mais é que a Direita Política com um nome eufêmico.

Com um nome bonitinho, os direitistas centroesquerdistas cativam esquerdistas desatentos, que vão aos pouquinhos acreditando na mentira do equilíbrio inexistente e nas inverdades que mascaram o elistismo pró-burguês. Pouco a pouco vão migrando suas ideias e acabam por defender conceitos elitistas falsamente equilibrados.

Então, pensem muito ao usar jogos de Atari e analogias de equilíbrio, porque as falácias sempre fazem sentido no primeiro momento e parecem argumentos muito inteligentes, mas não sobrevivem a uma análise mais profundo – caso se queira mesmo analisar em vez de procurar por soluções confortáveis.

A se pensar:
  • Machismo é sim um mal; Feminismo não é o oposto de Machismo, é a luta por direitos iguais.
  • Esquerda Política não é Comunismo; Direita Política não é um contraponto de equilíbrio, é defesa das desigualdades e dos grupos dominantes.
  • Direitos de homossexuais e bissexuais não interferem nem agridem os direitos dos heterossexuais.
  • Ateísmo não é perseguição contra a religião; laicidade não é o fim da religião, mas também não dá o direito de ninguém impor sua religião sobre os outros – pelo contrário.
  • Parem pelamordedeus com esse mimimi patriarcal de grande macho branco heterossexual de classe média!
reverse racism

[]’s
Cacilhας, La Batalema

2012-09-24

R.I.P. Jugulator


☆ 1977-06-18
† 2012-09-22


[]’s
Cacilhας, La Batalema

2012-09-04

Contra censura a blogs

2012-08-09

Saudades que apertam

 Lulu, meu rouxinol,

De vez em quando eu preciso voltar em sua página no Facebook pra lembrar como era ser feliz. Sem você sou só um demônio sem asas esquecido aqui.

A saudade que sinto de você é tão grande que me destroça a alma e sua voz ainda cessou em minha cabeça. Tem horas que a saudade é morna e agradável, mas há momentos em que é tão aguda que é difícil até respirar.

Eu falo com você, mas você não me responde… é um vazio terrível aqui dentro. Uma escuridão tão profunda que até os pensamentos desaparecem perdidos nas trevas. Olho pro lado e você não está lá, foi só um vislumbre repentino.

Eu daria tudo pra estar com você, tudo mesmo. Se eu acreditasse que tirando a vida eu estaria com você, eu o faria de bom grado, pois nem a vida eu valorizo mais do que estar com você. Eu só não trocaria de lugar com você porque eu não desejo a ninguém a solidão profunda que sinto, muito menos a você.

Nem sei por que estou escrevendo isso aqui… apenas me faz sentir menos mal.

[]’s
Cacilhας, La Batalema

2012-08-03

La Batalema

Uns me chamam Cacilhας, outros Rodrigo, Batalema,
Alguns poucos ainda Archimedes.
Sou o Árion encarnado, o Monte Gasppa ressurrecto,
A luz verde materializada.

Mas meu nome secular, recebido em segredo há muito,
Este apenas um par de pessoas conhece;
Este eu não digo, não.

[]’s
Cacilhας, La Batalema

2012-07-01

ॐ नमः शिवाय

Oṁ Namaḥ Śivāya

2012-06-30

Facebook

Baal Aos poucos estou entendendo como funciona a fascinação que o Facebook exerce sobre nós.



Assim como podemos encontrar amigos perdidos e fazer novas amizades, mantendo contato mais facilmente, e podemos também gerenciar grupos de força tarefa… o Facebook funciona como um agregador de pessoas que compartilham das mesmas ideias.



O problema é que pessoas que compartilham das mesmas paranoias, neuroses e ódios retroalimentam umas nas outras esses pensamentos, fazendo com que as pessoas se sintam bem com problemas que deveriam lidar e se sintam inteligentes ao sustentar ideias estúpidas em grupo – onde geralmente uma elite fala e os outros aplaudem.



É muito mais fácil se aproximar de pessoas que dizem que você está certo em não querer se apaixonar, em odiar o diferente ou em seguir qualquer outro pensamento destrutivo, e achar que isso está certo, do que ter de lidar com as próprias falhas.

Assim, mesmo sendo uma ferramenta social útil, precisamos tomar MUITO cuidado e nos policiarmos constantemente para não cairmos nessa armadilha tão doce.

[]’s
Cacilhας, La Batalema

2012-06-27

Religião ou escravidão?

Baal

Vou falar aqui de Cristianismo, mas não de todas as variantes. Estou me referindo especificamente à Renovação Carismática Católica e às igrejas pentecostais.

Tenho prestado muita atenção ao discurso dos cristãos profissionais e percebi o óbvio – e que todo estudioso de história já sabe: tudo remete ao escravismo.

A começar pelas palavras usadas, como Senhor e Mestre. São termos que sempre se referiram ao senhor de escravos e todo o contexto também se encaixa.
A minha vida é do Mestre
Meu coração é do meu Mestre
Meu caminho é do meu Mestre
O meu destino é do Mestre
(Ou algo assim…)

Se você for uma pessoa atenta, reparará que todo esse discurso leva as pessoas a um estado de submissão que as torna política, social e economicamente dóceis, manipuláveis e irracionais.

Outra coisa que tenho reparado é que o mensageiro é mais importante que a mensagem, isso quando a mensagem em si não chega a ser irrelevante.

O nome de Jesus Cristo é mais importante que a mensagem que ele traz – e no caso da Santa Sé, a própria igreja ainda é mais importante.

Amar ao próximo como a si mesmo, praticar da caridade, abdicação, altruísmo, fazer o bem, nada disso importa para aqueles que se dizem cristãos. O importante é trazer Jesus (ou a igreja) no coração e submeter-se sem questionar.

— Ah! Mas eu conheço cristãos que praticam a caridade! Que fazem o bem.

Assim como tenho amigos muçulmanos, agnósticos e ateus que também praticam a caridade e fazem o bem, porém proporcionalmente muito mais do que entre cristãos. Pessoas boas são pessoas boas, independente de suas crenças religiosas – assim como pessoas ruins são pessoas ruins –, mas o Cristianismo, em especial em as vertentes pentecostais e a Carismática, tem a estranha capacidade de atrair mais pessoas egoístas, que não se interessam na prática do bem, do que outras religiões – exceto, talvez as pseudo-orientais, que são craques em atrair pessoas egocentradas.

É por isso, por permitir essa leitura proselitista, que eu acho que a melhor coisa a se fazer com a Bíblia é escorar porta ou segurar livros na estante. Para acender fogueira também funciona bem, mas aí sai caro.

Claro que se salvam um texto daqui, outro dali – como o capítulo XIII da I Carta de São Apóstolo aos Coríntios, que é A referência de moralidade –, mas se isso fosse parâmetro, até Mein Kampf teria valor como guia espiritual.

[]’s
Cacilhας, La Batalema


PS: E não me venha citar Madre Teresa, como eu disse, pessoas boas são pessoas boas, mas mesmo assim ela defendia a submissão inquestionável e silenciosa da mulher a seu marido, mesmo em casos de maltrato e desrespeito.

2012-06-26

Almas gêmeas

lâmpada

Não existe esse negócio de almas gêmeas. Esqueça.

O que existe é afinidade.

É claro que há casos de uma afinidade tão grande que as duas pessoas parecem uma só, pensam como uma só, e quando uma se vai, a outra sente como se tivesse morrido por dentro. Acredite, eu sei.

Mas o conceito de almas gêmeas, metades de um mesmo ser de fato, esse tipo de coisa não existe. Se você não se completar sozinho, não se bastar, nunca encontrará alguém com quem se afinizar tão profundamente.

A paixão momentânea pode dar a ilusão de afinidade, de almas gêmeas, mas é ilusão passageira, com o tempo o castelo de cartas desmorona.

Por outro lado muita gente confunde bastar-se com ser antissocial. O ser humano é um um ser essencialmente social e político, necessita conviver com outros iguais. Afastar-se e viver sozinho em sua casa ou apartamento, sair sozinho, fazer programas sempre sozinho, não significa bastar-se, mas sim não se bastar e ter medo de que os outros percebam.

Voltando ao assunto original, a beleza da afinidade é que você não precisa passar a vida toda procurando sua outra metade da laranja – como encontrar a metade de algo que está inteiro? Cada pessoa pode se afinizar com uma legião de outras pessoas, não apenas uma única escolhida e selecionada por um deus cruel que ainda faz com que essa pessoa não queira nada com você.

Então, para encontrar alguém que lhe complemente, você precisa primeiro se reconhecer como ser integral, inteiro, não pela metade; em seguida precisa permitir-se.

[]’s
Cacilhας, La Batalema

2012-06-24

Papéis sociais

lâmpada

As pessoas supervalorizam os papéis sociais e familiares.

Esposa, marido, irmão(ã), filho(a), chefe, subalterno, primo(a), pai, mãe… todas essas relações são sobrecarregadas de uma importância que nos martiriza.

Quando nos desapegamos desses valores que nos oprimem e encaramos essas relações como o que elas realmente são – nada além de papéis que representamos temporariamente nesta existência –, isso nos liberta desses tabus, nos permite maiores flexibilidade e aproveitamento das possibilidades de vivência e aprendizado que a nós se apresentam.

Mas para podermos viver a vida mais plenamente precisamos antes de mais nada aceitar uma verdade difícil: que não é a sociedade que nos oprime com a supervalorização de papéis, somos nós mesmos! Cada um de nós impõe e mutila a si mesmo. É claro que por uma programação sócio-cultural que recebemos desde a mais tenra infância, mas no final somos carrascos de nós mesmos.

Aceitar isso nos permite abrir mão das armas de autopunição e, só assim, vivermos em plenitude.

[]’s
Cacilhας, La Batalema

2012-06-01

Para a saúde de quem?

Baal

A última coisa importante que meu rouxinol me disse antes de deixar a crisálida e voar para longe deste mundo foi: eu já sinto muito orgulho de você.

Porém não me sinto merecedor desse orgulho. Sei que cuidei dela de uma forma que pouquíssimas pessoas fariam, enfrentei médicos e minha própria família para que ela tivesse a existência mais normal possível em seus últimos dias, mas sinto a necessidade de fazer mais.

A Lu foi um tipo de Maid Marian moderna, enfrentava as autoridades e o status quo para ajudar os menos favorecidos e eu não fiz metade do que ela fez, por isso ainda não mereço seu orgulho.

Mas quando for minha vez de ir e ela vier me buscar, eu quero merecer seu orgulho. Para isso, quero dar alguma finalidade prática ao conhecimento que acumulei nesse calvário, primeiro divulgando.

A principal coisa que aprendi foi:
Não importa se sofrerão e terão a vida abreviada pela doença, doentes crônicos rendem mais lucros para a indústria farmacológica do que um paciente curado.

Qualquer tratamento barato que levasse à cura de doenças crônicas sempre foi perseguido e destruído pelos governos e organizações de saúde, para o bem do mercado.

Vamos falar disso…

Máquina de co-ressonância de Rife

Na década de 1920, o Dr. Rife fazia pesquisas com a ressonância coordenada ou co-ressonância para o tratamento de viroses e tumores. Em 1934, em uma pesquisa com dezesseis pacientes terminais de câncer, a co-ressonância foi capaz de curar todos os pacientes em três meses de tratamento.

As consequências? Seu laboratório foi incendiado, a pesquisa destruída e o próprio Dr. Rife sofreu sistemática e metódica perseguição e difamação pelo editor chefe do Journal of the American Medical Association, Morris Fishbein, para desacreditar totalmente sua pesquisa e assim proteger o mercado que explora os doentes terminais.

— Mas por que eles fariam isso? Como a indústria se beneficiaria da destruição de uma tecnologia capaz de ajudar tantas pessoas?

Vou responder esta pergunta com um exemplo.

Quando minha esposa estava se tratando (se é que dá pra usar esta palavra) no HFCF, conhecemos uma senhora que sofria do mesmo tipo de carcinoma que minha esposa há vinte anos.

É… essa doença age diferente com pessoas diferentes. Matou minha esposa em menos de um ano e tem torturado essa senhora há vinte.

O tratamento tradicional só dessa senhora rende à indústria farmacológica US$80 mil ao ano.

Tudo para mantê-la doente, sofrendo dos efeitos colaterais tanto da doença quanto do tratamento, piorando a cada ano e fatalmente morrerá inválida na cama de um hospital.

Agora imagina se essa senhora tivesse sido curada com uma terapia simples e barata no primeiro ano… multiplique os US$80 mil pelos anos de tratamento poupados para ver o quanto a indústria teria deixado de lucrar, isso para apenas um paciente!

Avelós

O Hospital Israelita Albert Einstein em SP pesquisou o tratamento do câncer com DM-10, medicamento extraído da avelós.

Quando pacientes terminais e crônicos começaram a ser curados, a Anvisa mandou suspender as pesquisas e proibiu o uso terapêutico da avelós. A justificativa foi que a overdose pode ser tóxica.

Primeiro, de qual substância a overdose não é tóxica?

Segundo, fiquei sabendo de uma garota que bebeu uma garrafa de preparado de avelós inteira por engano – por definição uma overdose – e a consequência foi uma azia.

Alguns médicos negam a eficiência da avelós, mas não conseguem explicar os casos de cura. Simplesmente o ignoram, pois foram adestrados a negar tudo o que coloque em cheque suas verdades.

Eu pude presenciar pessoalmente os efeitos da avelós e conheci doentes terminais curados pela avelós. A avelós tem efeito analgésico, cicatrizante e antitumoral.

THC

Um dos principais motivos da proibição da maconha não tem a ver com as consequências sociais, mas com as consequências mercadológicas.

O THC, princípio ativo da canábis, substitui pelo menos quatro medicamentos usados para aliviar os efeitos do câncer, com mais eficiência pelo menos do que três deles.

Mas o uso terapêutico do THC é proibido, pois seus efeitos colaterais – lentidão de raciocínio temporária e aumento do apetite – são considerados inaceitáveis.

As quatro substâncias substituíveis pelo THC tem os seguintes efeitos colaterais aceitáveis:

  1. Metoclopramida: é hemorrágica e causa comprometimento e perda gradativos do controle motor;
  2. Bromoprida: inibe a absorção de nutrientes pelo intestino;
  3. Tramadol: causa distúrbios psicóticos;
  4. Morfina: mata.

Basta pesar o que é mais inaceitável.

Outra desculpa comumente usada é que o THC causa câncer ao tentar combatê-lo. Não é o que as pesquisas dizem.

**

Ainda vou falar muito, mas muito mesmo sobre este assunto.

[]’s
Cacilhας, La Batalema

2012-05-29

Testemunho


Preciso escrever um testemunho para ver se os médicos se tocam que não são deuses.


Minha esposa se desprendeu da matéria, perdeu sua vida biológica, em boa parte por causa da arrogância dos médicos.

Quando chegou o resultado do risco patológico do INCA, os médicos disseram que ela poderia vir a falecer, mas que eles fariam de tudo para salvar sua vida.

Não foi o que aconteceu.

Meses mais tarde o oncologista assumiu que estava só dando tempo até o óbito, que não faria qualquer tratamento por ela, apenas o paliativo, mas não queria nos perturbar.

Foi então que procurei outro hospital. O novo cirurgião geral me disse que, baseado no risco patológico, não havia nada que a medicina tradicional pudesse fazer por ela, que o óbito era certo. Já o novo oncologista me disse para procurar tratamentos alternativos, pois se a medicina tradicional não poderia fazer nada, havia casos de cura por meio de terapias alternativas.

Procurei e qual não foi minha surpresa quando descobri que realmente existiam. Conheci pessoas que passaram pelo que minha esposa passou, foram tidas como terminais, não respondiam a tratamentos convencionais, mas foram curadas por tratamentos alternativos.

Começamos os tratamentos alternativos, mas infelizmente já era muito tarde, porque perdemos meses confiando em médicos que fingiram estar ajudando. Se os tratamentos alternativos tivessem sido introduzidos mais cedo, haveria uma grande chance de minha esposa ter se curado.

Porém, os médicos se acham os donos da verdade e simplesmente fingem que não existem casos de cura de pessoas desiludidas pela medicina tradicional.

Por quê? Primeiro porque assumem que seu conhecimento é absoluto e onisciente, são deuses que determinam quem vive e quem morre, se eles não têm a resposta, ninguém pode ter. Segundo porque o mercado farmacológico sobrevive de explorar doentes crônicos, incuráveis. A cura – principalmente se a terapia for barata – é prejudicial à saúde dos negócios.

Essa é a verdade.

Então aqui quero apelar para a consciência dos médicos, que se toquem que não sabem tudo. Se tivessem me dito lá trás em dezembro o que o cirurgião me disse em abril, eu já teria procurado as terapias alternativas mais cedo e talvez tivesse preservado a vida biológica de minha esposa.

Sei que as coisas acontecem como precisam acontecer, então talvez eu tenha perdido minha esposa para ser uma dor na consciência dos médicos – pelo menos dos raros médicos que têm consciência.

[]’s
Cacilhας, La Batalema

2012-05-28

Provérbio aborigene

Somos todos visitantes deste tempo, deste lugar. Estamos só de passagem. O nosso objetivo é observar, crescer, amar… E depois vamos para casa.

2012-05-27

Imaterialidade

lâmpada

Por que materialistas pseudo-céticos negam veementemente a existência de uma imaterialidade além da matéria classicamente conhecida, quando há evidências e pesquisas interessantes sobre tal imaterialidade?

É fácil entender se você entende a relação entre a Matemática, o raciocínio lógico e a psicologia humana.

Na Matemática há um conceito interessante chamado corpo.

Um corpo é um conjunto cíclico de elementos que suporta duas operações e o resultado de cada uma destas operações sempre responde um outro valor do mesmo corpo.

O exemplo mais simples possível é o mod5. No conjunto mod5 há cinco elementos que se alternam ciclicamente. As operações são:

  • Adição:
    • 0+0=0 | 0+1=1 | 0+2=2 | 0+3=3 | 0+4=4
    • 1+0=1 | 1+1=2 | 1+2=3 | 1+3=4 | 1+4=0
    • 2+0=2 | 2+1=3 | 2+2=4 | 2+3=0 | 2+4=1
    • 3+0=3 | 3+1=4 | 3+2=0 | 3+3=1 | 3+4=2
    • 4+0=4 | 4+1=0 | 4+2=1 | 4+3=2 | 4+4=3
  • Multiplicação:
    • 0x0=0 | 0x1=0 | 0x2=0 | 0x3=0 | 0x4=0
    • 1x0=0 | 1x1=1 | 1x2=2 | 1x3=3 | 1x4=4
    • 2x0=0 | 2x1=2 | 2x2=4 | 2x3=1 | 2x4=3
    • 3x0=0 | 3x1=3 | 3x2=1 | 3x3=4 | 3x4=2
    • 4x0=0 | 4x1=4 | 4x2=3 | 4x3=2 | 4x4=1
Sei que muita gente não vai entender a lógica, mas tem a ver com resto de divisão por 5.

A importância deste exemplo é que todas as operações resultam em elementos do mesmo corpo. Isso equivale a um conjunto de axiomas que se validam mutuamente:

A→B
B→C
C→D
D→E
E→A

Mas daí concluir que o conjunto de axiomas esteja correto é uma falácia:

⊦ A^B^C^D^E – errado!

O que se pode concluir é que o conjunto foi bem construído e faz sentido. A prova de que é errado supor a infalibilidade do conjunto é a própria história da ciência – ou todos já convenientemente se esqueceram que Einstein, Bohr e, recentemente, Capra foram ridicularizados por irem contra as leis da física estabelecidas e conhecidas em sua época?

O que esses cientistas fizeram foi apresentar uma teoria (no sentido científico) que negava pelo menos um axioma de um conjunto aceito e bem estabelecido, derrubando todo o conjunto e forçando uma reescrita do conhecimento da época.

Porém os positivistas não aceitam esse ataque ao status quo. Daí surgem o Materialismo e o Ateísmo Positivo, que na verdade pretendem defender o mundinho estável e seguro dessas pessoas para que elas não precisem ter de reavaliar seus conceitos, da mesma forma que todo e qualquer fanático religioso não aceita rever suas verdades absolutas.

E também não vou perder meu tempo procurando e demonstrando as evidências e pesquisas – simplesmente porque não tenho mais a menor paciência de discutir com quem quer apenas provar suas verdades pessoais. Você tem duas opções aqui: pode ser um cético curioso e começar a pesquisar de verdade (sem parar em seus vícios de raciocínio de corpo matemático) ou pode ser um ignorante e negar… negar… negar até a morte!

[CARTMAN MODE=ON]
O ônus da prova é de quem afirma? Ah! Vá se f#d♰r, seu c#z☠☀!
[/CARTMAN]

Essa afirmação é a muleta do conformista acomodado. O ônus da busca é do interessado! Se você não estiver interessado, volte pra seu pensamento viciado e seu status quo seguro e estável, mas cuidado porque o mundo segue em frente e o conhecimento evolui.

[]’s
Cacilhας, La Batalema

2012-05-25

Dia da Toalha

BaalAniversário de Star Wars, Dia do Orgulho Nerd… é o C☣#$!!!

Qualquer nerd de verdade, todo fã de literatura mundial, sabe muito bem que hoje é o Dia da Toalha!

Essa palhaçada de Dia do Orgulho Nerd é mais uma jogada de marketing pra arrancar dinheiro desse monte de hightech-alphabetas filhinhos de papai, que acham cool ser geek.

Modismo! Capitalismo descerebrante!

42 pra vocês!




[]’s
Cacilhας, La Batalema

2012-05-23

Coração aberto

Coração partido

Já tive meu grande amor, minha grande paixão. Não espero outro grande amor, nem mesmo uma paixão avassaladora. Não mais, nem quero.

Sempre amarei meu rouxinol de uma forma que não poderei amar ninguém mais.

Porém, sou um ser gregário, não consigo viver sozinho e ainda sou capaz de amar e me apaixonar. Sinto a necessidade de compartilhar minha vida com outra pessoa. Não tenho vocação pra Charlie e também já chega de ficar me lamentando pelos cantos.

Uma amiga me disse que eu preciso tirar um tempo pra mim, sozinho, no entanto isso não faz parte do que sou. Não é que eu não me baste, não me entenda mal, eu apenas não gosto de ficar só.

Então pretendo abrir meu coração e sair com senhoritas, sem muitas pretensões, até encontrar alguém que pretenda manter um relacionamento sério, porém suave.

Só não sei se vou encontrar alguém que me aceite assim, sabendo que já vivi meu grande amor. :-(

[]’s
Cacilhας, La Batalema

2012-05-13

Mesmo quando acertam, os médicos estão errados

lâmpada

Mesmo quando acertam, os médicos estão errados.

Primeiro o oncologista ficou assustado porque minha esposa sobreviveu até depois do carnaval, depois os médicos disseram que ela teria apenas semanas de vida.

Quando, na sexta-feira santa, ela foi internada, os médicos disseram que ela não duraria nem semanas, apenas poucos dias.

A cada certeza dos médicos, meu rouxinol superava as expectativas… e mais! Em vez de uma doente agonizante, como algumas pessoas insistiam em vê-la, ela gozou de qualidade de vida.

Quando da última vez um médico acertou, disse que ela teria poucos dias e realmente ela se desligou em três dias, ainda assim ele estava errado.

O médico disse que nós teríamos de interná-la em um hospital para ela passar seus últimos dias como uma doente terminal longe daqueles a quem ama. Ao contrário de sua proposta indecente, meu rouxinol passou três dias com seu filho amado – ao qual ela chamava meu gatinho –, seus bichinhos e comigo, em família, escolhendo o que queria fazer com seu tempo, assistindo TV, tomando banho de sol e orando com os amigos.

Os arautos da má notícia cantaram glória aos médicos, que, segundo eles, mostraram-se sempre certos, esquecendo-se de todas as vezes que os médicos erraram e do quão errado eles estavam em relação ao que minha esposa deveria fazer com seus últimos dias.

Àqueles que concordam com os médicos eu encerro com uma pergunta: se você soubesse que o mundo vai acabar em poucos dias, como gostaria de passar esses últimos dias? Em casa com a família e amor ou em um hospital?

[]’s
Cacilhας, La Batalema

2012-05-12

Meu rouxinol



Durante nove meses lutamos contra uma doença ingrata. Vi meu rouxinol se tornar uma crisálida…

Doeu muito, mas estive a seu lado o tempo todo nos últimos seis meses, fiz de tudo para dar-lhe qualidade de vida. Mantive-a a meu lado, em casa, com a família, seus gatinhos, assistindo TV, tomando banhos de sol e orando com os amigos.

Não a coloquei em um depósito humano hospital para morrer. Sua expectativa de vida foi superada em meses, sua qualidade de vida foi muito além do que os médicos supunham.

No final, o corpo muito frágil não resistiu mais à doença e a crisálida se rompeu, permitindo que o espírito se libertasse como uma borboleta.

Porém, em todo esse processo, aprendi muito… aprendi muito sobre
o quanto os médicos não sabem o que dizem;
o quanto essa doença é cruel;
o quão longe vai minha força;
o quanto minha abelhinha é guerreira;
o quanto a medicina é desumana.

Aprendi muita coisa sobre medicamentos tradicionais; medicamentos proibidos (e por que são proibidos); técnicas de enfermagem; tecnologias medicinais.

Mais importante: aprendi sobre o ser humano, sua prepotência, fraquezas e riqueza de espírito.

Agora preciso de tempo para vencer a dor, digerir tudo isso e transformar em algo útil, que ajude as pessoas.

Isso vai dar muito trabalho…

Restam-me as últimas palavras de meu rouxinol: Eu já sinto muito orgulho de você.

[]’s
Cacilhας, La Batalema

2012-03-11

O correto nem sempre é o legal

lâmpada Se proteger a vida for contra a lei, sou um criminoso com muito orgulho.

Não estou fazendo apologia do crime, mas quando as leis não são questionadas, elas defendem os interesses daqueles que as fizeram – políticos ou empresas que os bancam –, não do povo que lhes sofre as consequências.

Talvez eu me explique melhor daqui a alguns meses, por ora deixarei no ar.

[]’s
Cacilhας, La Batalema

2012-02-12

Mentalidade curta do europeu

O Sergio Venuto divulgou no Facebook o seguinte vídeo sobre o ACTA:



No entanto o mais importante foi a resposta dada por João Carlon.

Vejo toda essa gente com complexo de vira-lata falando mal do Brasil e de nosso povo – não tem desastres naturais, mas olha só o povinho. Eles precisam de um choque de realidade.

A resposta do João elucida bastante os motivos da Europa estar passando por uma crise sócio-económica tão séria:
Como disse a você (Sergio), as pessoas aqui na Itália (não vou falar de toda a Europa porque não tive a experiência de morar) são extremamente acomodadas. Se você questionar algo, a pessoa concorda que esta errado, mas aí ela fala: «Mas fazer o quê? Não tem o que fazer». Então teoricamente elas vão aceitando cada coisa que é imposta, fora que elas têm uma capacidade de reflexão fora da caixa-teoria muito baixa, não por falta de capacidade, mas porque elas tem medo de pensar assim. Entende?

O que é ensinado para eles (as pessoas) na faculdade ou escola, ou em cursos, amarra muito a mentalidade deles e infelizmente os que têm capacidade de reflexão acabam como no primeiro caso (com os questionamentos).

Não encontrei um italiano que fizesse algo para a sociedade por querer ver aquilo melhor, normalmente sempre vem a pergunta, «quanto paga?» ou «o que eu vou ganhar?», aqui no norte, volto a enfatizar isso. E isso eu posso afirmar porque eu tentei para caramba criar e reunir pessoas depois de longas conversas com o Sergio Venuto para termos iniciativas ou de produzir conhecimento ou de tentar fazer algo no sentido de um Moleque de Idéias, ou algum grupo para mudar alguma coisa que pudesse gerar um bem estar melhor a um menor ônus – e aí não falo só ônus na parte financeira, mas de uma forma geral – e as respostas sempre foram pautadas em um individualismo que limita o campo de visão e consequentemente de enxergar benefícios de estar interagindo com pessoas e criando isso.

Se você imaginar que o fato de termos provas foi uma bela oportunidade para fazer algumas pessoas perceberem que estudar juntos é positivo, você vai poder ter uma noção do quanto a nossa mentalidade é diferente, para não dizer distante do que eles pensam aqui.

Porém é isso aí, infelzmente a galera aqui canetou o acordo e vão se aprisionar mais.

Grande Abraço a todos e foi mal pela longa resposta.
(João Carlon)


Pensem com muito cuidado…

[]’s
Cacilhας, La Batalema

2012-01-30

Declaração de Dublin sobre o Secularismo e o lugar da religião na vida pública

Todos sabem que eu não sou ateu, mas sou a favor do estado laico, e esta é a declaração mais perfeita que já vi:

Em cinco de junho de 2011, a Convenção Mundial de Ateus em Dublin* discutiu e adotou a seguinte:

Declaração sobre o Secularismo e o Lugar da Religião na Vida Pública.




1. Liberdades Individuais

• (a) Liberdades de consciência, de religião e de crença são privadas e ilimitadas. A liberdade de praticar a religião deve ser limitada apenas pela necessidade de respeitar os direitos e liberdades de outros.

• (b) Todas as pessoas devem ser livres para participar igualmente do processo democrático.

• (c) A liberdade de expressão deve ser limitada apenas pela necessidade de respeitar os direitos e liberdades de outros. Não deve haver o ‘direito a não ser ofendido’ na lei. Todas as leis de blasfêmia, implícita ou explícita, devem ser rejeitadas e não promulgadas.


2. Democracia Secular

• (a) A soberania do Estado é derivada do povo e não de algum deus ou deuses.

• (b) A única referência à religião na Constituição deve ser a asserção de que o Estado é secular.

• (c) O Estado deve ser baseado na democracia, nos direitos humanos e na regulamentação legal. Políticas públicas devem ser formadas pela aplicação da razão, e não da fé religiosa, direcionada pela evidência.

• (d) O governo deve ser secular. O Estado deve ser estritamente neutro em questões de religião ou ausência dela, não favorecendo nem discriminando uma ou mais de suas formas.

• (e) As religiões não devem ter privilégios financeiros na vida pública, tais como o status livre de impostos para atividades religiosas, ou verbas públicas para promover a religião ou as escolas confessionais.

• (f) A afiliação a uma religião não deve ser critério para nomeação de alguém para qualquer emprego no funcionalismo público.
(g) A lei não deve incentivar nem prejudicar qualquer direito, privilégio, poder ou imunidade com base em fé ou religião ou a ausência de ambas.


3. Educação Secular

• (a) O ensino público deve ser secular. A educação religiosa, se for oferecida pelo Estado, deve estar limitada à educação sobre a religião e sua ausência.

• (b) As crianças devem ser ensinadas sobre a diversidade de crenças filosóficas religiosas e não-religiosas de uma maneira objetiva, sem formação de fé nos períodos escolares.

• (c) As crianças devem ser educadas no pensamento crítico e na distinção sobre fé e razão como guias para o conhecimento. A ciência deve ser ensinada livre de interferência religiosa.


4. Uma Lei para Todos**

• (a) Deve haver uma lei secular para todos, democraticamente decidida e mesmo duramente aplicada, sem jurisdição para tribunais religiosos decidirem questões civis ou disputas familiares.

• (b) A lei não deve criminalizar qualquer conduta privada pela razão de alguma doutrina de qualquer religião julgar tal conduta imoral, se essa conduta privada respeitar os direitos e liberdades de outros.

• (c) Empregadores inclusive na área de serviço social com crenças religiosas não devem ter permissão para discriminar sobre qualquer base não essencial ao emprego em questão.


* Esta declaração foi aprovada pela Atheist Alliance International, da qual a Liga Humanista Secular do Brasil (LiHS) é um membro. O texto foi votado e aprovado em assembleia geral pelos membros da LiHS em 31/07/2011, e portanto pode ser considerado representativo da visão da associação. Todas as posições oficiais da LiHS são votadas em assembleia geral e publicadas em ata.

** A convenção contou com a presença da sócia emérita da LiHS, a iraniana Maryam Namazie, que luta pelo fim da influência da lei islâmica da Sharia no Reino Unido encabeçando a organização One Law For All. Um trecho da fala de Namazie pode ser conferido aqui: http://bule.atheis.me/post/6295456836

Link curto para esta declaração em PDF: atheis.me/dublin2011


[]’s
Cacilhας, La Batalema

2012-01-17

E então?

Cuidar de dois blogs não é nada fácil – e já foi pior! Eram quatro: Reflexões de Monte Gasppa e Giulia C., Kodumaro, Ĥondaj’ (esse eu pretendo voltar a mexer) e LuaWsgi ChangeLog (esse já virou outro bicho).

Só que agora voltou a ficar difícil, só com dois, pois minha vida virou de ponta cabeça com a descoberta de um tumor na pelve de minha esposa. Não tenho tempo nem cabeça para escrever.

No Kodumaro ainda é relativamente fácil, basta pegar um assunto bem técnico ou acadêmico e consigo escrever sem pensar, como fiz em Variância e em Dissecando a variância.

Mas isso simplesmente não funciona aqui nas Reflexões de Monte Gasppa e Giulia C..

Tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, e eu simplesmente não tenho cabeça para dedicar-me a escrever sobre nada disso.

Bem, pelo menos eu continuo aqui.

[]’s
Cacilhας, La Batalema