2012-06-27

Religião ou escravidão?

Baal

Vou falar aqui de Cristianismo, mas não de todas as variantes. Estou me referindo especificamente à Renovação Carismática Católica e às igrejas pentecostais.

Tenho prestado muita atenção ao discurso dos cristãos profissionais e percebi o óbvio – e que todo estudioso de história já sabe: tudo remete ao escravismo.

A começar pelas palavras usadas, como Senhor e Mestre. São termos que sempre se referiram ao senhor de escravos e todo o contexto também se encaixa.
A minha vida é do Mestre
Meu coração é do meu Mestre
Meu caminho é do meu Mestre
O meu destino é do Mestre
(Ou algo assim…)

Se você for uma pessoa atenta, reparará que todo esse discurso leva as pessoas a um estado de submissão que as torna política, social e economicamente dóceis, manipuláveis e irracionais.

Outra coisa que tenho reparado é que o mensageiro é mais importante que a mensagem, isso quando a mensagem em si não chega a ser irrelevante.

O nome de Jesus Cristo é mais importante que a mensagem que ele traz – e no caso da Santa Sé, a própria igreja ainda é mais importante.

Amar ao próximo como a si mesmo, praticar da caridade, abdicação, altruísmo, fazer o bem, nada disso importa para aqueles que se dizem cristãos. O importante é trazer Jesus (ou a igreja) no coração e submeter-se sem questionar.

— Ah! Mas eu conheço cristãos que praticam a caridade! Que fazem o bem.

Assim como tenho amigos muçulmanos, agnósticos e ateus que também praticam a caridade e fazem o bem, porém proporcionalmente muito mais do que entre cristãos. Pessoas boas são pessoas boas, independente de suas crenças religiosas – assim como pessoas ruins são pessoas ruins –, mas o Cristianismo, em especial em as vertentes pentecostais e a Carismática, tem a estranha capacidade de atrair mais pessoas egoístas, que não se interessam na prática do bem, do que outras religiões – exceto, talvez as pseudo-orientais, que são craques em atrair pessoas egocentradas.

É por isso, por permitir essa leitura proselitista, que eu acho que a melhor coisa a se fazer com a Bíblia é escorar porta ou segurar livros na estante. Para acender fogueira também funciona bem, mas aí sai caro.

Claro que se salvam um texto daqui, outro dali – como o capítulo XIII da I Carta de São Apóstolo aos Coríntios, que é A referência de moralidade –, mas se isso fosse parâmetro, até Mein Kampf teria valor como guia espiritual.

[]’s
Cacilhας, La Batalema


PS: E não me venha citar Madre Teresa, como eu disse, pessoas boas são pessoas boas, mas mesmo assim ela defendia a submissão inquestionável e silenciosa da mulher a seu marido, mesmo em casos de maltrato e desrespeito.