2008-10-31

Window Maker feio?

Window Maker feio? Onde?
Window Maker

Tem de ser muito desinformado ou ter muito mal-gosto pra chamar isso de feio.

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Cacilhas, La Batalema

PS: Ainda não postei a parte 2 de A Maior Fraude da História porque estou sem conexão em casa devido a queda de raios. =(

2008-10-29

Como funcionam as bolsas de valores

Apache No fim do outono os índios de uma reserva Apache perguntaram ao novo chefe se o inverno iria ser rigoroso ou se, pelo contrário, poderia ser mais suave. Tratando-se de um jovem chefe índio, mas da era moderna, ele ainda não conseguia interpretar os sinais da natureza que lhe permitissem prever o tempo com precisão.

No entanto, para não correr muitos riscos e ver sua autoridade questionada, foi dizendo que «sim senhor, todos deveriam estar preparados e cortar a lenha suficiente para aguentar um inverno frio».

Mas como também era um líder pragmático e heterodoxo, alguns dias depois teve uma idéia. Dirigiu-se à cabine telefônica pública, ligou para o Serviço Meteorológico Nacional: «O próximo inverno vai ser frio?», perguntou. «Parece que na realidade este inverno vai ser mesmo bem frio», respondeu o meteorologista de serviço.

O chefe voltou para o seu povo e mandou que cortassem mais lenha. Uma semana mais tarde, voltou a falar para o Serviço Meteorológico: «Vai ser um inverno muito frio?». «Sim», responderam novamente do outro lado, «o inverno vai ser mesmo muito frio».

O chefe correu para a aldeia e desta vez mandou que apanhassem toda a lenha que pudessem sem desperdiçar sequer cascas soltas e os galhinhos.

Duas semanas mais tarde voltou a falar com o Serviço de Meteorologia: «Vem cá, vocês me garantem que este inverno vai ser mesmo muito frio?», perguntou. «Geladíssimo», respondeu o homem. «Vai ser um dos invernos mais frios de todos os tempos!»

«Mas como podem ter tanta certeza?» perguntou o chefe.

No que o meteorologista respondeu: «É só ver como os índios andam catando lenha feito doidos!»


É assim que funciona o Mercado de Ações.

(Este artigo é mais um email de meus amigos Marcos e Paulo.)

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Cacilhas

2008-10-28

A Maior Fraude da História – parte 1 de 6

parte 1

Anarco-capitalismo & Transgressões Inc.

Márcia Denser*


O neoliberalismo soube aproveitar-se como ninguém dos esquemas libertários da década de 60 – é o que demonstra o filósofo francês Dany-Robert Dufour, professor da Universidade de Paris, autor de L’art de réduire les têtes. Nessa obra ele evidencia a profunda reconfiguração das mentes realizada pelo mercado, uma vez que este recusa qualquer consideração – moral, tradicional, transcendente, transcendental, cultural, ambiental – que possa impedir a livre circulação da mercadoria no mundo.

É por isso que o novo capitalismo tenta desmantelar qualquer valor simbólico unicamente em benefício do valor monetário neutro da mercadoria. Dado que não há mais nada senão um conjunto de produtos que são trocados por seu estrito valor comercial, os homens devem livrar-se de todas as sobrecargas culturais e simbólicas que, até há pouco tempo, garantiam suas trocas.

Dufour comenta: «Tem-se um bom exemplo dessa dessimbolização produzida pela expansão do reino da mercadoria quando se examina o papel-moeda emitido em euro. Observa-se que estas notas perderam as efígies das grandes figuras da cultura que, de Pasteur a Pascal e de Descartes a Delacroix, indexavam, ainda ontem, as trocas monetárias sobre os valores culturais patrimoniais dos Estados-nação. Hoje, não há nada impresso nos euros além de pontes e portas ou janelas» (vide abaixo). Exaltando o quê? Uma aridez de natureza morta? Pede-se às pessoas que se curvem ao jogo da circulação infinita da mercadoria, pois a lei do mercado é destruir todas as formas de lei que representem uma pressão sobre a mercadoria.

Ao abolir qualquer valor comum, o mercado está em vias de fabricar um ser privado da faculdade de julgar, sem outro princípio que o do lucro máximo, levado a desfrutar sem desejar (a única salvação possível encontra-se na mercadoria), formado em todas as flutuações da identidade (não há mais sujeito, apenas subjetivações temporárias, precárias) e aberto a quaisquer conexões comerciais.

Estamos aqui diante de um aspecto muito particular da desregulamentação neoliberal que ainda não é bem compreendida, mas que já produz efeitos consideráveis sobre o psiquismo. E aos sintomas decorrentes desta desregulamentação chamamos depressão, dependência, pânico, perversões diversas e inúmeras, basta ver qualquer desses filmes sheet americanos que passam na tevê a cabo para obter uma AMPLA compreensão do que queremos dizer.

O autor aponta a conexão com o ideário dos anos 60: «Esta desregulamentação simbólica é acompanhada de um ar libertário, baseado na proclamação da autonomia de cada um, abrangendo todos os campos sociais, inclusive o dos costumes. Uma vez que o patriarcado opressivo está em declínio, acredita-se que uma revolução sem precedentes estaria a caminho, esquecendo-se de que foi o próprio capitalismo que comandou esta ‘revolução’ visando facilitar a penetração da mercadoria nos domínios onde ela ainda não reinava – o dos costumes e o da cultura».

Quer dizer, uma falsa transgressão – só na forma, na aparência, posto não ter mais razão de ser, afinal, transgredir o quê? – já vem prescrita na bula de toda obra artística produzida atualmente. Revolução e transgressão viraram mercadorias e se vendem caríssimo (vide Artes Plásticas) ou baratinho (vide neo-retro-pós-poetinhas) – conforme o índice de ignorância e/ou imbecilidade do comprador.

Desde o século XVIII, o próprio Marx escreve: «O que distingue a época burguesa de todas as precedentes é a incessante introdução de mudanças na produção, a desestabilização contínua de todas as instituições sociais, a permanência da instabilidade e do movimento. Todas as relações sociais dissolvem-se; as que as substituem envelhecem antes mesmo de se esclerosarem. Tudo o que era sólido, se desmancha no ar, tudo o que era sagrado se encontra profanado e, afinal, os homens são forçados a considerar com um olhar desiludido o lugar que ocupam na vida e suas relações recíprocas.»

E esta capacidade de transformar as relações sociais atingiu o ponto máximo através desse novo «anarco-capitalismo».

Essa transformação funcionou tão bem que houve quem tentasse reter apenas o lado «libertário», «jovem» e «conectado», acreditando-se «muitíssimo revolucionário». É exatamente o que quer dizer o anarco-capitalismo que gosta, se não da «revolução», pelo menos de todas as formas de desregulamentação culturais e simbólicas. Todos os spots publicitários mostram isto. E seria um erro deixar o debate sobre os valores para os neoconservadores, se abandonarmos esse terreno, ele será, como nos Estados Unidos, ocupado por George W. Bush, tele-evangelistas & pós-puritanos, ou, como na Europa, pelos populismos fascistóides.

O discurso capitalista, dizia Lacan, é algo loucamente astucioso, funciona perfeitamente, não pode funcionar melhor. Mas justamente porque funciona depressa demais, se consome. Consome-se tão bem que se esgota. O verdadeiro problema do capitalismo é que ele funciona bem demais. Tão bem que acaba consumindo tudo: os recursos, a natureza, inclusive os indivíduos que o servem.

Na lógica capitalista, o antigo escravo foi substituído por homens reduzidos à condição de produtos consumíveis. O que permite compreender que é exatamente nesse sentido que devem ser entendidas as expressões da cartilha neoliberal: «o material humano», o «capital humano», a gestão esclarecida dos «recursos humanos» e a «boa governança ligada ao desenvolvimento humano».

Em síntese: a suspensão atual das proibições revela que perdura um verdadeiro projeto pós-nazista de sacrifício do humano. Ele é sustentado pelo anarco-capitalismo que, ao mesmo tempo em que quebra todas as regulamentações simbólicas, possibilita que a técnica avance sozinha até quebrar a humanidade.
euro

* A escritora paulistana Márcia Denser publicou, entre outros, Tango Fantasma (1977), O Animal dos Motéis (1981), Exercícios para o pecado (1984), Diana caçadora (1986), Toda Prosa (2002) e Caim (2006). Participou de várias antologias importantes no Brasil e no exterior. Organizou três delas - uma das quais, Contos eróticos femininos, editada na Alemanha. Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, é pesquisadora de literatura brasileira contemporânea, jornalista e publicitária.

http://congressoemfoco.ig.com.br/DetArticulistas.aspx?articulista=499&colunista=11

A Maior Fraude da História

Matrix Recebi hoje uma série de mensagens de meu amigo Marcos começando da seguinte forma:

Aos poucos amigos que considero ter paciência, calma e discernimento suficientes para ler os textos que pretendo enviar, peço que reservem um tempo, deem atenção aos mesmos e façam seu próprio julgamento.

Quem não quiser ler, jogue fora. Quem se interessar, repasse. A quem quiser publicar na Wide World Web peço que não esqueça de colocar o link da fonte original. Quem tiver dúvidas, consulte o Oráculo.

Alguns são curtos, outros longos. Uns são mais densos e outros mais coloquiais mas o conteúdo de todos é complementar e estarrecedor. Foram elaborados por gente que parece ser séria.

Não é questão de ser de esquerda ou direita ou «em cima do muro». É a busca da verdade. Se não for toda a verdade (espero que não…) pelo menos que abra as nossas mentes para encontrar uma cura para essa «doença» que se instalou nas nossas vidas e no mundo inteiro.

*Se der vontade de vomitar…  …não deixe de ler tudo, depois.

Serão apenas 6 e ½'s com o mesmo título (A Maior Fraude da História) e numeradas para não causar confusão.


Agradeço a compreensão.

Marcos


Então, seguindo a recomendação de repassar, vou postar aqui cada uma das seis mensagens, a começar por esta noite (se meu provedor permitir) – pois estou no trabalho e não posso me dedicar ao blog de forma alguma nesse horário.

Apontadores:


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Cacilhas, La Batalema

2008-10-17

E.U.A., bem-vindos ao Terceiro Mundo!

Recebi este maravilhoso texto por email de meu amigo Marcos, de autoria de Rosa Brooks:

Não é todo dia que uma superpotência tenta se transformar em nação do Terceiro Mundo.

Por isto, nós aqui do Banco Mundial e do FMI desejamos ser os primeiros a dar-lhes as boas-vindas à comunidade de Estados necessitados de ajuda econômica internacional. Enquanto vocês se afundam, muito nos alegra poder responder à solicitação de seu Departamento do Tesouro para que participemos de uma avaliação conjunta da estabilidade de seu setor financeiro. Nesta época turbulenta, podemos oferecer-lhes empréstimos subsidiados e até especialistas.

Como vocês sabem, há muito tempo é necessária uma intervenção na sua economia. Semana passada, mesmo antes do recente colapso em Wall Street, ex-ministros da Economia de vários países se reuniram na Virgínia e concordaram que vocês precisam reformar seu sistema financeiro.

O ex-ministro das Finanças da Índia, Yashwant Sinha, sugeriu até que vocês peçam ajuda ao FMI.

Esperamos que vocês não se sintam envergonhados. Lembrem-se que outros países já estiveram nessa posição. Já resgatamos as economias da Argentina, do Brasil, da Indonésia e da Coréia do Sul. Assim, gostaríamos de reconhecer o progresso que vocês fizeram na evolução de superpotência econômica até o descontrole econômico. Normalmente, tal processo leva 100 anos ou mais. Contudo, em razão de sua oscilação entre o extremismo do livre mercado e a nacionalização de empresas privadas, vocês atingiram com sucesso, em poucos anos, muitas das principais características observadas nas economias do Terceiro Mundo. Suas medidas de irresponsável desregulamentação governamental em setores críticos permitiram que vocês desenvolvessem rapidamente uma crise energética, uma crise de moradia, uma crise de crédito e uma crise no mercado financeiro, todas ao mesmo tempo, e acompanhadas por impressionantes níveis de corrupção e especulação. Enquanto isso, seus políticos, que deveriam supervisionar o sistema, estavam dormindo com lobistas.

Tomemos como exemplo John McCain, seu candidato republicano à presidência, cuja equipe principal de assessores inclui meia dúzia de ex-lobistas de renome, afirmou ele mesmo recentemente que foi presidente do Comitê de Comércio do Senado, que supervisiona todas as partes da economia. Não resta dúvida, portanto, o fracasso de sua liderança em perceber o estrago causado pela desregulamentação irresponsável. Agora, vocês enfrentam as conseqüências. A desigualdade aumentou. Enquanto os ricos recebem dinheiro caído do céu, a classe média viu sua renda estagnar. Um número cada vez menor de cidadãos tem acesso a moradia, assistência médica ou segurança social. Até a expectativa de vida diminuiu. E, quando os problemas econômicos passaram de crônicos a agudos, vocês responderam - como fizeram tantos outros Estados do Terceiro Mundo - com um programa extenso de nacionalização de empresas privadas. As suas gigantes do ramo das hipotecas, Fannie Mae e Freddie Mac, pertencem agora ao Estado. Nesta semana, sua gigante dos seguros, a AIG, foi também foi nacionalizada, com o conselho administrativo do Fed 80% da empresa. Alguns podem chamar isso de socialismo, mas épocas de desespero exigem medidas desesperadas. Sua transição para o terceiro mundo será dolorosa. No início, vocês terão dificuldade em se acostumar às favelas que crescerão nos subúrbios das cidades, mas com o tempo elas se tornarão parte da paisagem. Conforme as taxas de desemprego aumentarem, vocês terão problemas para encontrar utilidade para a massa de jovens desempregados, mas logo vocês perceberão que podem recrutá-los para alguma guerra, um tipo de solução que já foi utilizada por muitos Estados do terceiro mundo antes de vocês.

Talvez esta carta os surpreenda e vocês sintam que ainda não estão prontos para se juntar ao terceiro mundo. Não fiquem preocupados. Apesar de nunca terem percebido, vocês já estão se preparando para este momento há anos.

(Rosa Brooks é professora de Direito Internacional na Georgetown University Law Center; colunista do jornal Los Angeles Times. Drª Rosa Brooks também publica seus trabalhos no Harper's Magazine e no Washington Post.)


Este texto pode ser encontrado no fórum rraurl.com.

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Cacilhas, La Batalema

2008-10-15

Crise para quem quer crise II

Baal Tenho uma confissão a fazer: não tenho acompanhado direito a crise mundial. Tenho assistido o que a Band News tem a dizer sobre o assunto com muita frequência, mas não tenho dado a devida atenção.

Não tenho dado a devida atenção por alguns motivos relevantes…

Primeiro porque o Capitalismo já não anda bem das pernas desde o começo. Pequenas crises – cada uma maior que a anterior – veem ocorrendo regularmente desde 1930.

Segundo porque somente um asno humano não é capaz de perceber que especulação financeira é roubo descarado, crime, e não ficaria eternamente impune.

Terceiro porque nossa economia se tornou escrava da norte-americana durante os oito anos de rapto da nação nas mãos da CIA do PSDB. Mas graças a Deus, contra minhas próprias espectativas, Lula conseguiu resgatá-la a tempo de evitar o pior.

Sabia que o Brasil chegou a ser a terceira maior potência em tecnologia do mundo no final do regime militar e durante a reserva de mercado? Hoje em dia, com a abertura do mercado, não está nem entre os dez primeiros.

Alguns economistas apontam a abertura de mercado como a melhor coisa para o mercado de computação interno. Não entendo como a transformação do Brasil de produtor de tecnologia em consumidor de tecnologia pode ter sido bom.

Sim! Você aí, programando em seu magnífico Visual Studio .NET, não é um produtor, mas um consumidor. Você simplesmente agrega componentes criados lá nos States usando uma ferramenta criada também lá nos States.

O Eclipse é uma maravilha pra programar, né? Também acho… mas é tecnologia importada.

Sabe o que temos aqui? A linguagem de programação Lua foi desenvolvida aqui!

O C, apesar de ter sido desenvolvido lá, é suficientemente aberto para que criemos compiladores nacionais – como existia há vinte anos atrás.

Há muito o que se falar sobre cada tipo de tecnologia, mas não vem ao caso agora. Agora falamos de crise.

Não sei o que vai acontecer a frente, mas espero realmente que as pessoas se toquem e que o mundo comece a mudar em vez de os especuladores empurrarem as coisas com a barriga até a próxima crise, daqui a uma geração (e quando digo «as pessoas», não quero dizer só nós brasileiros: falo do mundo todo, inclusive os estadunidenses).

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Cacilhas, La Batalema

2008-10-13

Akuzativo por quê?

Recebi de meu professor de Esperanto esta mensagem muito explicativa sobre o uso de acusativo:

Trocentas línguas vivem muito bem sem ideogramas asiáticos (como é o caso do kanji japonês), inclusive existem hoje em dia sistemas de romanização da escrita, então os ideogramas são inuteis?

O português vive muito bem sem os pontos de interrogação e exclamação de cabeça para baixo enquanto o espanhol os tem (e eu não uso quando me aventuro no espanhol para não pressionar Alt + um monte de coisa), esses sinais são inúteis?

O mandarim vive sem artigos, artigos são inúteis?

(…)

A maioria esmagadora dos brasileiros vivem sem nem a cogitação de fazer faculdade, fazer faculdade é inútil? Um monte de matuto vive muitíssimo bem sem precisar ler, aprender a ler é inútil?

Interpreto o acusativo como coerência por parte de Zamenhof, quando o objeto é um pronome do caso reto ele «declina», se torna um pronome oblíquo – me, te, se… no português e espanhol; me, you (que acaba igual ao correspondente), him, her… no inglês. Ora, se eu bato num pronome, o pronome muda, mas se bato numa vaquinha, a vaquinha não muda, pode não prejudicar na compreensão (tanto é que nós nem usamos pronomes oblíquos no dia a dia), mas que é incoerente, é. E o acusativo é uma (mas não a única possível) atitude de coerência na minha opinião…

O que Zamenhof fez foi regularizar a coisa e ser coerente: ao invés de «metamorfoses ambulantes» em pronomes, como acontece no português e no inglês, foi só acrescentar um -n. E aí seguir a coerência com outras coisas, com a mesa, o cachorrinho, a vaca e a espada chinesa também recebendo o -n. E é assim que ensino acusativo aos meus alunos, primeiro em pronomes. É dispensável? Até é… Inútil? Nem é…

Muita coisa está no esperanto por convenção, outras por opção pessoal de Zamenhof (tipo atribuir kurb- para «curvatura» ao invés de kurv-, bem mais internacional, mas no polonês kurwa, de som kurva mesmo, quer dizer prostituta) outras por sagacidade. A língua é essa.

Do raoni:
As seguintes frases, inexistentes em português real, são carentes de indicação do acusativo:
  • Eu tu amo
  • Ele eu viu
  • Você nós escuta


Com o acusativo claro, sem trocar a ordem das palavras, ficariam assim:
  • Eu te amo
  • Ele me viu
  • Você nos escuta


Em esperanto, sem acusativo, as frases ficariam assim:
  • Mi vi amas
  • Li mi vidis
  • Vi ni auxskultas


Com acusativo:
  • Mi vin amas
  • Li min vidis
  • Vi nin auxskultas


Autor: Felipe Queiroz


Outros textos relacionados:


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Cacilhas, La Batalema

Lucros sem limite

Recebi essa por email:

Uma das lições da crise é que a ansiedade por ter lucros financeiros desvinculados da produção e a crença que isso poderia permanecer de forma estável chega ao fim quando fica evidente que tudo tem um preço nesta vida e que não há lucros sem riscos. Nesse momento, pede-se socorro ao Estado para salvar, resgatar, regular, nacionalizar (estatizar!), e volta-se às teorias econômicas mais vinculadas com a produção e a distribuição. As idéias neoliberais do Consenso de Washington estão mortas. (Oscar Ugarteche)


Acho que só esta afirmação explica bem, não somente a crise, mas o estado de coisas que levou a isso.

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Cacilhas, La Batalema

2008-10-11

Exemplo de moralidade?

Baal Li num texto que recebi a seguinte frase: Se você pode escolher o que «vale» e o que «não vale» na Bíblia de acordo com o que você acha certo, pra quê Bíblia afinal?

E realmente é uma frase que oferece o que pensar – se você ainda consegue pensar por si só, claro.

Por exemplo, folheando o Êxodo encontramos a partir do capítulo 20 o Código da Aliança, as leis de Jeová, formadas pelo Decálogo e o código de justiça judeu derivado do Decálogo, também vindo das palavras de Jeová.

Nesse código, um capítulo interessante é o 21, que trata do direito dos escravos e de homicídios e lesões corporais. Esse capítulo do Êxodo defende a escravidão, citando algumas questões notáveis, como a possibilidade do pai vender a própria filha como escrava (Ex 21:7-11), e os versículos 20 e 21, que praticamente tiram do escravo a qualidade de ser humano.

No primeiro livro de Samuel, capítulo 15, são palavras de Jeová a Saul através de Samuel: Vai pois agora e fere Amalec, e destroi todo que ele tiver: não lhe perdoes a ele e nem cobices coisa alguma sua: mas mata desde o homem até a mulher, e o menino, e o que é de mama, o boi e a ovelha, o camelho e o jumento.

Lamento a todos que acreditam na Bíblia, mas não consigo aceitar nem f!@#$ que qualquer ser de amor e bondade possa ordenar o assassinato de bebês de colo ou de animais inocentes¹. E a Bíblia está cheia desse tipo de coisa.

No livro de Jeremias, capítulo 19, temos o símbolo da assolação de Judá: ele fala dos reis de Judá que tinham outra religião, não a mesma dos hebreus, mas louvavam Baal, o príncipe das moscas. A ordem de Jeová aos hebreus foi de tirar a carne de filhos e filhas desse povo e dar aos pais para comer.

A meu ver, isso parece um ritual satânico, não acha?

Nem os salmos se salvam… descobri que a bíblia católica removeu o versículo 9 do salmo 137. Dando uma olhada numa tradução do hebraico para o Esperanto, posso traduzir como: feliz daquele que tomar suas crianças e esmagá-las sobre a pedra. Li o resto do salmo e mesmo assim continua não fazendo sentido, nem mesmo metaforicamente. Assim sendo, por que quem assassinar as próprias crianças será feliz?

E não pára por aí: lendo a Bíblia com atenção – e não simplesmente selecionando os trechos que aqueles que a defendem querem grifar – o deus bíblico fica muito parecido com o Pinhead ou algum outro demónio hollywoodiano.

Sou obrigado a concordar – nesse ponto apenas – com os ateus.

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Cacilhas, La Batalema

¹Caramba… tenho tropelado o português sem piedade ultimamente. =P

Crise para quem quer crise

Baal Há algumas pessoas rezando para que a crise financeira norte-americana atinja o Brasil com força, mas isso não vai acontecer.

Tem até gente forçando a barra pra ver se consegue causar uma crise aqui, mas isso não vai pegar.

Segundo vi hoje no Band News, o Brasil é o país mais bem preparado para enfrentar a crise de Wall Street sem reflexos graves na economia interna.

Recebi um email com uma história bem interessante, explicando a crise melhor que qualquer um que queira causar pânico.

Um senhor vendia cachorro quente no Central Park e as vendas iam de vento em popa. Sem o hábito de assistir TV ou ouvir rádio, ele não sabia da quebra da bolsa e fez grandes encomendas de pão e salsicha. Ainda assim as vendas só melhoravam.

E assim ele continuou fazendo suas encomendas e vendendo como nunca.

Um dia desses ele resolveu ligar para seu filho, economista formado, para contar como o negócio ia bem:

— Filho! Você não vai acreditar como estou vendendo bem! Fiz até uma encomenda maior.

O filho respondeu:

— Não, pai! Está louco? Há uma crise económica mundial, você precisa segurar os negócios até a crise passar!

— Poxa filho, muito obrigado pelo aviso. Vou cancelar a encomenda.

Assim o senhor cancelou as encomendas seguintes e racionou nas vendas. Com isso passou a vender menos e seus lucros caíram.

Na próxima conversa que teve com o filho, o senhor lhe disse:

— Filho, ainda bem que você me avisou! Realmente os negócios entraram em crise.

Crise para quem quer crise…

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Cacilhas, La Batalema

2008-10-06

Frase do século

Odvan Sei que não costumo postar nada sobre esportes, mas a frase do zagueiro Odvan do Vasco merece destaque:

Deus está sendo tão bom para gente que manteve o time (Vasco) na mesma posição.


Isso dito depois da derrota por 4 a 2 para o Figueirense, mantendo o Vasco na lanterninha do Campeonato Brasileiro. Veja no GloboEsporte.com.

Eu diria que há realmente algo a se comemorar aqui… pela primeira vez na história deste país o Vasco não é vice-alguma-coisa!

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Cacilhas, La Batalema

2008-10-04

Psicorocktrônica

Já tem algum tempo que fiquei de divulgar o novo album da Jennifer Black, mas adiei sei lá por quê… =P
Psicorocktrônica

O album se chama Psicorocktrônica e, como todo trabalho da banda, vale ser ouvido¹!

Boa audição a todos!

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Cacilhas, La Batalema

¹Fala sério que eu escrevi houvido! É muita distração… =P

Internet e o aquecimento global

Baal De repente os estudiosos se tocaram que a Internet contribui em 2% para as emissões globais de gás carbónico (CO2).

Por si só isso não seria um problema, já que o gás carbónico é um dos gases mais essenciais da atmosfera. O grande problema é que nós humanos estamos aumentando sua taxa para além do saudável e, como o gás carbónico é responsável por reter o calor solar e não deixar que a Terra congele, isso está aumentando a temperatura média do planeta para níveis perigosos.

Então se pudéssemos diminuir as emissões causadas pela Internet, essa redução poderia ser de até 2%. Não parece muito, mas é.

Daí o problema: por que a Internet emite gás carbónico?

Porque os equipamentos que a mantém funcionando consomem energia e em países ecologicamente menos desenvolvidos, como os Estados Unidos, boa parte dessa energia vem da queima de combustíveis vegetais, minerais e fósseis.

Qual a proposta dos cientistas norte-americanos para reduzir as emissões de gás carbónico da Internet sem prejudicar o modus vivendi americano, caro e insustentável?

— Tornar a Internet mais lenta!

Tornando a Internet mais lenta e deixando zilhões de usuários zangados pelo mundo todo, as emissões de gás carbónico da Internet cairiam pela metade.

Segundo os cientistas essa lentidão seria imperceptível, um atraso de 3ms a 20ms. Para quem está baixando um vídeo de 700MiB, isso é nada, mas para quem trabalha com Internet e precisa fazer acessos e transferências SSH, VPN, transações bancárias HTTPS… sabe o inferno que 3ms a 20ms representam.

A solução sugerida pela Microsoft também é bem interessante: cortar a quantidade de máquinas dedicadas a seu serviço MSN Messenger, o que, segundo seus «gênios», não afetaria o serviço.

Todo mundo que usa Messenger e GTalk – ou algum outro serviço XMPP/Jabber – sabe que não é raro acontecer do MSN não estar se aguentando em pé, cai, volta, cai de novo, enquanto o GTalk continua mantendo uma comunicação tranquila.

Agora imagina o inferno se eles reduzirem ainda mais os servidores que sustentam esse serviço já capenga?

O Google também fez sua sugestão, mas parece que os jumentos norte-americanos ainda não caíram na real: investir em energia solar, hidrelétricas e outras formas de energia sustentável, abandonando as obsoletas carvoarias.

[update]O que reduziria a emissão de gases não em apenas 2% do total global, mas em muito mais.[/update].


Bem, vamos ver e rezar para que algum dia eles consigam alcançar o nível de desenvolvimento do Brasil, tão mal falado pelos norte-americanistas.

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Cacilhas, La Batalema

PS: E viva Pink & Brain!

2008-10-01

Quebrando o Google (engraçadinho…)

O pessoal do Google deve se achar muito engraçadinho por trocar o nome dos Estados Unidos pelo nome do país de origem da requisição quando se tenta traduzir «USA é o pior país do mundo» – resultando aqui pra mim em «Brazil is the worst country in the world».

Mas basta usar o nome do paisinho deles em nossa amada língua pátria que eles quebram feito vidro.
Quebrando o Google

«Estados Unidos é o pior país do mundo» vira «United States is the worst country in the world» e «EUA é o pior país do mundo» vira «U.S. is the worst country in the world.

Engraçadinhos…

[]'s
Cacilhas, La Batalema