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2011-05-24

Coletânea de ideias

lâmpada Ultimamente tenho estado bastante ocupado com mudança e preocupações relacionadas, por isso não tenho escrito muito para o blog.

Como hoje estou de molho por causa de uma gripe forte, resolvi aproveitar parte do tempo na cama para escrever este artigo bem genérico sobre coisas que tenho pensado e não tenho tipo tempo ou cabeça para publicar.

Por uma língua melhor


Também fiquei revoltado com os textos extraídos do livro Por uma vida melhor, de Heloisa Ramos, principalmente a parte que ensina como português correto dizer «os livro».

É claro que há toda uma bagagem histórica por trás da supressão do plural, a mesma por trás da supressão do R do final dos verbos – como quando dizemos «andá» em vez de «andar» –, porém é preciso bom senso para lidar com isso.

No entanto comecei a ver muita gente defendo o livro, pessoas inteligentes. A princípio imaginei que se tratasse apenas de síndrome da teoria da conspiração, mas depois de ler alguns textos e pensar muito sobre o assunto, percebi que nenhuma das matérias criticando a adoção do livro contextualiza os textos destacados.

Ou, em outros termos, as críticas descontextualizam seu objeto.

Resolvi então não assumir qualquer opinião sobre o assunto antes de ler o livro didático e sugiro que todos façam o mesmo.

Não tenho a quem processar


Veio a meus ouvidos que no ISTCC-P alguns professores voltaram a ensinar os alunos a nunca usar Software Livre, sob a alegação de não terem a quem processar em caso de falha.

Esta visão só pode se originar de dois tipos de pessoa: ¹acadêmicos sem qualquer visão profissional e ²profissionais mafiosos que ganham dinheiro divulgando desinformação.

Como prefiro acreditar primeiro na boa fé das pessoas, presumo que os professores que dizem isso são acadêmicos alienados.

Por que digo isso? Vamos lá…

Você já leu alguma daquelas licenças que vêm com os programas e você é obrigado a concordar?

Pois é, a grande maioria delas – pelo menos todas as que já li – excluem a responsabilidade do fabricante/proprietário sobre qualquer dano que você venha a sofrer. Isso mesmo.

Como as pessoas acreditam que têm a quem processar por padrão, não se preocupam em incluir cláusulas de responsabilidade quando contratam soluções baseadas em software proprietário.

Já empresas que vendem soluções baseadas em software de código aberto geralmente incluem cláusulas de responsabilidade para tranquilizar seus clientes. Sei disso por experiência própria.

Mas o segundo motivo pelo qual a alegação da falta de a quem processar seja falaciosa é ainda mais divertido

Imagine que sua vida dependa direta ou indiretamente de um software, como elevadores, aviões e equipamentos hospitalares. Ter a quem processar em caso de falha é extremamente irrelevante porque morto você não processa ninguém.

Então é preferível ter um software com baixo risco a ter a quem processar. Software de código aberto está exposto para a crítica do mundo todo, o que traz à luz falhas que não seriam detectadas por uma pequena equipe de visão viciada, para que possam ser rapidamente corrigidas; enquando que software proprietário tem seu código restrito aos interessados em que você o compre, independente de se vai funcionar bem ou não, portanto falhas não evidentes – inclusive conhecidas – serão omitidas, não corrigidas, principalmente se o dinheiro gasto com processos for menor do que o investimento necessário para corrigi-las.

Música


Pretendo escrever um artigo sobre Riverside, a banda de Mariusz Duda, autor do trabalho Lunatic Soul.

Mas ainda preciso escolher qual clip colocar no artigo. Se fosse sobre Lunatic Soul, certamente seria Summerland, minha preferida desse trabalho, mas quanto a Riverside preciso pensar bem ainda.

**


É isso aí! Deixo aqui então esta coletânea de ideias.

[]’s
Cacilhας, La Batalema

2011-04-16

Juventude velha

Baal Geralmente uso a palavra velho e seus relativos com sentido diferente de idoso.

Idoso é quem tem idade; velho é quem perdeu a capacidade de aprender.

Digo com segurança que não há ninguém mais velho que adolescentes e jovens.

Contraditório, não? Já explico…

Uma adolescente me perguntou certa vez por que ela precisava praticar escala cromática temperada no violão.

Eu respondi que era pra fortalecer músculos e tendões, ganhar agilidade e fazer com que os movimentos se tornem automáticos, mas ela não se deu por satisfeita, não ouviu nada do que eu disse, continuou reclamando que não ia praticar o que não faz sentido.

O motivo dado não era o que ela queria.

E não se limita aos adolescentes…

Na época em que eu ainda dava aulas de violão, tive um aluno de uns vinte e pouquinhos anos que estava aprendendo escala.

Comecei a ensinar a escala diatónica e ele disse que não queria aprendê-la, queria aprender as escalas Ionian, Dorian, Phrygian, Lydian, Mixolydian, Aeolian e Locrian.

Contei que essa história de sete escalas é enrolação de professor que quer ganhar dinheiro fácil, que são apenas sete modos da escala diatónica: lídio, jónio, mixolídio, dórico, eólio, frígio e lócrio. Expliquei que eu ia ensinar pra ele as escalas pentatónica e diatónica, e como modular, e só com isso ele já ia saber fazer todas as falsas escalas ensinadas por meses por outros professores.

Resultado? Ele foi embora, porque não era a resposta que ele queria. Ele queria aprender a escala Ionian, a escala Dorian

Pensamento velho demais para entender que estava querendo ser enganado.

Esses são apenas dois exemplos musicais de como os jovens podem ser velhos.

[]’s
Cacilhας, La Batalema

Música ou pura tecnicice?

Clave de Sol Outro dia eu conversava com um amigo meu, que me apresentava as bandas que ele gosta.

No meio havia bandas de metal sinfónico, o que me levou a pensar sobre a adulação da técnica…

Os atuais palestrantes profissionais de Agile e os metaleiros sinfónicos têm em comum a priorização da técnica.

A boa música é ou deveria ser o objetivo do musicista e a técnica o meio para alcançá-la.

O meio deve ser a forma de se atingir o objetivo. Se o objetivo pode ser atingido sem meios, é melhor deixar o meio de lado; se o meio atrapalha a busca pelo objetivo, é melhor buscar outros meios.

A técnica musical é um meio que facilita a busca pela boa música. Porém um meio longo e demorado…

Leva-se anos até que a técnica esteja aprimorada o suficiente para que a boa música comece a surgir.

Para reduzir esse tempo, esses instrumentistas tomam um atalho: substituem o objetivo pelo meio em si, tomam o meio por fim.

Ou seja, a técnica se torna mais importante que a música.

Nesse ínterim, temos Steve Vai, Rhapsody of Fire, Yngwie Malmsteen e tantos outros pseudo-musicistas que se dedicaram tanto à técnica a ponto de se esquecerem do objetivo principal.

Ah! Mas muita gente vai dizer que é questão de gosto musical!

Não estou falando de gosto. Há grandes músicos em diversos estilos, da música clássica ao hip hop, da música caipira ao rock e o metal. Não é este o ponto.

O ponto é sobre os caras que não conseguem atingir o objetivo musical e, para compensar, se tornam grandes técnicos instrumentistas de ego inflado. Ou me diga se você vê alguma musicalidade nessa barulheira aqui, que mais é um exercício de escala do que um solo de guitarra…

Não passa de exibição megalomaníaca.

O pior é que há muita gente que se deixa iludir por esse tipo de palhaçada, alimentando esse mercado que destrói a cultura musical.

Este foi só mais um desabafo musical. A intenção é levar o leitor a pensar sobre o assunto, concordando ou não comigo.

[]’s
Cacilhας, La Batalema

2011-04-11

A inspiração me escapa…

Clave de Sol Frustrado é a palavra…

O formato quadrangular dos compassos 4/4 e 2/4 me frustra. Prefiro a forma circular dos compassos 3/4, 6/8 e 12/8, e a beleza irregular das amálgamas de 5 e 7 tempos. Mas eu quero mais…

Sonho com a complexidade dos compassos indianos de 45 e 60 tempos.

A mesmice da escala diatónica me entedia… principalmente os modos jónio e mixolídio, e sua variação bebop. Restam as escalas exóticas.

A música tonal não me satisfaz, porém as únicas emoções que consigo expressar com escalas modais são euforia e melancolia.

A inspiração é areia que me escapa por entre os dedos…

[]’s
Cacilhας, La Batalema

2011-04-03

Mais Porcupine Tree

Porcupine Tree Outro dia falei da banda Porcupine Tree. Agora vou falar um pouquinho da história deles, que pode ser encontrada na Wikipédia em inglês (a versão em português está meio fraca).

As raízes para o nascimento da banda surgiram em 1987 quando Steven John Wilson e Malcolm Stocks resoveram fazer uma brincadeira e criar um boato de uma banda lendária de rock psicodélico da década de 1970 chamada Porcupine Tree.

Eles se basearam em bandas reais, como Pink Floyd, e criaram uma história complexa, com discografia, participações em encontros famosos de bandas e biografia dos membros, incluindo passagens pela prisão.

Enquanto Malcolm Stocks gerava as ideias, Wilson, que havia montado seu próprio estúdio, fornecia o material necessário para endossar o boato, compondo, tocando e gravando as músicas da suposta banda.

No entanto Steve Wilson estava envolvido com sua própria banda, No-Man, e Porcupine Tree não era mais do que uma brincadeira.

Por volta de 1989, Wilson começou a considerar viáveis algumas composições feitas para a brincadeira, gravou um cassete de oitenta minutos chamado Tarquin’s Seaweed Farm sob o nome de Porcupine Tree e enviou cópias para algumas pessoas, incluindo Nick Saloman, que sugeriu enviar uma cópia para Richard Allen, escritor da revista Encyclopædia Psychedelica.

Allen reenviou a cópia para diversas revistas e acabou se tornando o agente da banda – na época mais um projeto solo de Steven Wilson do que uma banda –, que assinou contrato com o selo Delerium.

Em 1993 a banda assumiu sua primeira formação: Steve Wilson na guitarra e nos vocais, Colin Edwin no contrabaixo, Richard Barbieri (da No-Man) nos teclados e Chris Maitland (também da No-Man) na bateria.

A fase de 1991 a 1997, sob o selo Delerium, constituiu a fase mais psicodélica da banda, seguindo as bases propostas na brincadeira da banda fictícia¹ da década de 1970. Depois a banda entrou em uma fase de transição – ainda bem psicodélica – que durou até 2002.

Em 2002, com a entrada do baterista Gavin Harrison, ex-King Crimson, e do guitarrista e vocalista John Wesley Dearth, III, a banda mudou e assumiu uma sonoridade metal progressivo.

A confirmação da postura mais pesada do Porcupine Tree se deu com a apresentação Arriving Somewhere… em 2006.

No artigo anterior, divulguei o vídeo da música Blackest Eyes. Desta vez vou deixá-los com Even Less:



[]’s
Cacilhας, La Batalema

[update 2011-04-04]
¹fictícia: ontem eu não lembrava essa palavra de jeito nenhum, lembrei hoje cochilando no ônibus. Vai entender…
[/update]

2011-02-27

Grito Rock 2011 – impressões

GRITO ROCK 2011
Ontem fui com minha esposa e meu filho ao show Grito Rock 2011 e essas são minhas impressões…

Local


Tenho uma reclamação do clube Magnólia: a acústica é muito ruim!

De cima, perto das janelas, o som ficava até bom, mas os vocais eram incompreensíveis. De baixo era um zum-zum-zum terrível.

Público


A pouca quantidade de público mostra como Silent Hill Petrópolis/RJ é uma cidade provinciana, retrógrada e de cabeça pequena.

Poucos roqueiros onde os cidadãos gostam apenas do estilo de música que a Rede Globo manda eles gostarem. Havia também muitos moleques que acreditavam que, apenas por estarem fantasiados, isso fazia deles roqueiros.

Outra coisa ridícula é a necessidade de transgressão de quem se fantasia de roqueiro, achando que essa seja a atitude esperada. Pessoas fumando em ambiente fechado, pixaram GNR na porta do banheiro feminino… total falta de noção e qualquer senso.

Aviso à molecada: atitude de roqueiro é não dever nada a ninguém, usar a roupa com a qual se sente bem e subverter o sistema a fim de questioná-lo e acabar com a perversão/perversidade. Não é se fantasiar nem tomar atitudes forçadamente só porque os outros esperam isso de você!

Se você se fantasia e faz o que outros esperam, você apenas mudou sutilmente as regras, mas continua escravo de um sistema.

Tuc Tuc


A primeira banda da noite foi Tuc Tuc (fico devendo o apontador, a única URL que consegui foi do MySpace e não sei se é a mesma banda). Um único comentário: progressivaço!

Em minha opinião a melhor banda da noite, rock progressivo com boa influência de eletrônico dançante. Diria que Pink Floyd e New Order sejam influências bem prováveis.

Uma pena apenas distonarem demais do tipo de som das outras bandas, o que causou uma reação desnecessariamente hostil destes fãs – mais especificamente da molecada fantasiada, incapaz de entender Rock’N’Roll.

Zelda Scoth


A banda Zelda Scoth corre atrás da crista da onda, tanto no sentido positivo quanto no pejorativo.

Rock comum, mas divertido – eu curti e iria de novo.

A maior crítica que tenho à apresentação é que cada música se parecia demais com a anterior, salvo uma ou outra exceção.

A música que o fanclub mais curtiu – e parecia esperar – soava como imitação de Paramore.

Ainda assim uma banda muito boa, recomendo.

Controle


Inegável a pressão do trash metal da banda Controle, que conseguiu influenciar uma roda de trash respeitável na plateia.

Mas tenho duas críticas bem duras: ¹muito mais que a banda Tuc Tuc, o som do Controle não tinha nada a ver com o evento; ²era simplesmente impossível distinguir uma música da outra, todas iguais. A meu ver a qualidade do trabalho de uma banda de rock, qualquer que seja o estilo, é o equilíbrio entre a concisão do trabalho e a identidade de cada obra individual, coisa que a banda Controle não demonstra.

E para aquelas meninas que disserem que sou muito fraco pra música pesada, procurem por SYL, uma banda que eu curto muito, extreme metal de alta qualidade.

[Send U back]


Punk!

A banda punk [Send U back] foi a segunda banda mais madura das que vi nessa noite. Trabalho de qualidade, presença de palco, bom humor, ótima comunicação com a plateia, letras críticas e debochadas, punk com um certo sotaque de anos 1980, participações especiais de cantores convidados e uma energia incomparável.

A única crítica que faço é à organização do evento: a [Send U back] tocou para um público cansado depois da apresentação da banda Controle. Até rolou uma tímida roda de trash, mas o público já apresentava claros sinais de esgotamento.

Marte Ataca


A banda mais madura da noite e certamente a com melhor presença de palco. Rock no estilo Capital Inicial e afins.

Muito boa, valeu a pena esperar. Fico devendo a URL.

Outras bandas


É uma pena que o evento tenha começado com um hora e meia de atraso e, após a apresentação da banda Marte Ataca, minha esposa e meu filho estavam esgotados, pedindo para irmos embora.

Assim perdi as bandas Drenna e Autoramas.

[]’s
Cacilhας, La Batalema

2010-12-08

Ephrat

Incríveis as obras do canadense Devin Towsend e da banda polonesa Indukti, sem falar do extremamente técnico Zack Kim e do progressivo poderoso do Porcupine Tree.

Sem dever nada a nenhum deles, chegou a hora de falar da banda israelense Ephrat.

Com um algumas amálgamas, Ephrat abusa das dissonâncias e do maqāmāt, desde o mais helénico maqām (como rast) ao mais exótico (como hijaz kar).



Para saber mais: MySpace.

[]’s
Cacilhας, La Batalema

2010-12-02

Devin Townsend

Depois de ter falado do extremamente técnico Zack Kim, do progressivíssimo Porcupine Tree e do ultradissonante folk polonês do Indukti, é a hora de falar do canadense Devin Townsend.

Vocalista, guitarrista e tecladista da banda de metal extremo S.Y.L., Devin mantém em paralelo um trabalho de metal progressivo.

Procurei no YouTube pela música Triumph, do álbum Synchestra, mas não encontrei um vídeo, só a música. Então fica o vídeo de Vampira:



E outra sugestão é a música Deadhead.

[]’s
Cacilhας, La Batalema

2010-11-28

Canção do Subdesenvolvido

Apesar do Brasil não ser mais um país subdesenvolvido (mesmo que a velha mídia e os direitistas esperneiem), essa música de Carlos Lyra continua perfeitamente atual:



A personalidade do brasileiro (para não dizer mentalidade) continua subdesenvolvida.

[]’s
Cacilhας, La Batalema

2010-11-27

Indukti

Seguindo a sequência de bandas underground, gostaria de falar agora da banda Indukti, uma banda polonesa de folk, mas com peso.

Mais um pessoal que mostra a que veio, com seu som progressivo e seus marcantes fraseados de violino:



Para saber mais: MySpace e Wikipédia.

[]’s
Cacilhας, La Batalema

2010-11-23

Porcupine Tree

Em meu último post falei do guitarrista coreano Zack Kim. Agora venho falar da magnífica banda britânica de rock progressivo Porcupine Tree.

É um pessoal que come pelas beiradas, como todas as boas bandas de rock da atualidade – sim! Nada de lugar comum como Metallica: falo de gente que faz música porque gosta, não pra ganhar a mídia.

Segue então uma amostra, Blackest Eyes:



Você pode saber mais na Wikipédia ou no MySpace.

[]’s
Cacilhας, La Batalema

2010-11-19

Zack Kim

Na União Soviética, a guitarra toca VOCÊ (Reversal Russa).
Na Holanda, a guitarra se toca sozinha e não precisa de VOCÊ (Reversal Holandesa).

Já na Coreia, Zack Kim toca duas guitarras e não precisa de VOCÊ!!!



Baixe o álbum Raw like Korean Sushi e acompanhe seu canal no Youtube.

[]’s
Cacilhας, La Batalema

2010-09-08

Festa D’Itália

Alemanha Nesse último feriadão passado, de 03 a 07 de setembro, aconteceu em Silent Hill Petrópolis a Festa D’Itália.

Muito interessante ir à festa beber cerveja italiana, comer chucrute italiano e salsichão italiano, tudo ao som da trilha sonora da novela Terra Nostra.

Deixando de lado a reciclagem da Bauernfest e o maldito estereótipo by Rede Globo, no último dia de Festa D’Itália rolou uma apresentação insuperável da Tribo de Gonzaga.

No meio da apresentação, ocorreu um momento hilário quando Guido Martini quase engoliu parte do microfone e ficou uma música fora, quase sendo levado para a UPA.

Bem, o fato é que no final de toda essa palhaçada turistoide salvou-se um show memorável que valeu por todos os dias.

[]’s
Cacilhας, La Batalema

2010-06-20

A Revolução Auténtica

lâmpada A geração anterior a minha lutou contra o status quo de sua época e criou uma contracultura magnífica, abominada pelos detentores do sistema.

Em minha geração, talvez por não sermos filhos dessa geração revolucionária e subversiva, quando chegou nossa hora de rebeldia, procuramos essa geração e reforçamos a luta contra o sistema perverso.

No entanto, a mídia, protetora tradicional da perversão, arrumou meios de perverter a revolução nas próximas gerações.

A Revolução Auténtica foi corrompida, teve seus símbolos desconstruídos e substituídos por ícones estereotípicos e vazios que trazem de volta o conformismo que garante o poder do status quo retrógrado.

Um exemplo disso é a banda estereotipada Restart

Um roquezinho fraco e superficial ao estilo Jonas Bostas, desconstrói signos poderosos:

Do Rock’n’roll o sinal de James Dio, que signfica espantar os maus fluidos para atrair os bons, eles usam de uma forma que, na melhor das hipóteses, significa dizer «eu sou um corno».

Da revolução da Web, que tem sua força na criação de redes sociais multilaterais, roubam o nome, que representa uma ação que interrompe a comunicação e um elemento puramente tecnológico e vendável.

E assim as grandes empresas manipulam moleques de pouca competência artística para transformar os signos revolucionários – contra o sistema consumista – em símbolos do consumismo neoliberal desregrado, resgatando os planos anti-humanistas de Victor Lebow.

Restart é apenas um exemplo. Há muitos e muitos outros, distorcendo a revolução, o Rock’n’roll, o jeito nerd de ser (que se degerou em modismo), etc.

#fail


Porém a Revolução Auténtica vai e vem em ciclos cada vez mais poderosos e espero que seja possível revertermos esta realidade pessimista e resgatarmos seu caminho construtivo. Uma ação em prática é a rede UnderOground, para aquecer o circuito underground de Petrópolis/RJ.

[]’s
Cacilhας, La Batalema

2010-04-21

Trabalho novo de Celso BJ (Jennifer Black)

Celso BJ O leitor se lembra da banda Jennifer Black? São os caras que gravaram Porta Inútil.

Celso BJ, guitarrista da Jennifer Black, lançou trabalho próprio com três músicas: «You fool», «Mary Jane gets her revenge» e «Something in my head», todas disponíveis online no Myspace para audição.

As palavras da banda Zelda Scoth sobre o trabalho de Celso BJ:

15 abr 2010 20:38

Mais uma vez Celso o alquimista transforma o mofo da nossa Petrópolis em energia musical de primeiríssima qualidade.


[]’s
Cacilhας, La Batalema

2009-05-12

Maqām Hiyascar e mixolídia bebop b9b13

Berimbau Sempre adorei música, não só prática, mas também teórica: adoro estudo de harmonia, ritmo, escalas…

Atualmente estou apaixonado por duas escalas: Maqām Hiyascar e mixolídia bebop b9b13.

Maqām Hiyascar


Maqām Hiyascar é uma das maqāmāt (escalas) da escola árabe de música.

Na música árabe, há uma preocupação muito grande com os tetracordes, que são cada sequência de quatro graus de uma escala.

Por exemplo, na escala diatónica, modo jónio: dó - ré - mi - fá - sol - lá - si - dó; o primeiro tetracorde é: dó - ré - mi - fá, o segundo tetracorde é: sol - lá - si - dó.

Cada tetracorde pode ser descrito pelos intervalos entre os graus, por exemplo, dó para ré é um tom, ré para mi é um tom e mi para fá é um semitom. Assim dó - ré - mi - fá pode ser descrito como tom - tom - semitom, ou T-T-sT.

Repare que o segundo tetracorde também pode ser descrito como T-T-sT: na música árabe as maqāmāt primárias são as que possuem os dois tetracordes idênticos. Quando o segundo tetracorde é diferente, a maqām é considerada derivada da que possui os dois tetracordes idênticos a seu primeiro.

A principal e mais importante maqām para os árabes é a Maqām Rast, formada pela duplicação do tetracorde T-sT-T, formando assim o modo dórico da escala diatónica: (1) (2M) (3m) (4) (5) (6M) (7m) (8)*

Assim como a Maqām Rast, outra maqām importante é a Maqām Hiyascar, formada pela duplicação do tetracorde sT-TsT-sT.

Isso dá: (1) (2m) (3M) (4) (5) (6m) (7M) (8)

Ou, em dó maior: dó - réb - mi - fá - sol - láb - si - dó

A meus ouvidos ela tem uma sonoridade simplesmente magnífica.

Mixolídia bebop b9b13


No Jazz as escalas bebop são muito valorizadas.

Duas coisas definem uma escala bebop: ¹é uma escala com a sétima da dominante mas acrescida da sensível, formando assim oito graus mais a próxima tónica; ²fazendo uma descendente a partir da tónica, o primeiro de cada par de graus pertence ao acorde da tónica.

Por exemplo, tornando bebop o modo eólio (em dó menor): - si - sib - lá - sol - fá - mib - ré - .

Vamos agora à mixolídia bebop b9b13!

O modo mixolídio da escala diatónica é, descendentemente em dó maior: dó - sib - lá - sol - fá - mi - ré - dó

Tornando ele bebop: dó - si - sib - lá - sol - fá - mi - ré - dó

Como é b9 (2m), precisamos reduzir a pós-tónica: dó - si - sib - lá - sol - fá - mi - réb - dó

Como é b13 (6m), precisamos reduzir a relativa: dó - si - sib - láb - sol - fá - mi - réb - dó

Escrevendo os intervalos: (8) (7M) (7m) (6m) (5) (4) (3M) (2m) (1)

Se reparar bem, é muitíssimo parecida com a Maqām Hiyascar, apenas possui a sétima da dominante a mais, o que soa – pelo menos pra mim – como se completasse a escala, apesar de tirar dela sua característica de maqām primária.


**

Espero que o leitor goste desta pequena brincadeira!

[]'s
Cacilhas, La Batalema


*(1) = tónica, (2M) = segunda maior, etc.

2009-03-10

Rush

Rush Não sou exatamente um admirador do Rush, mas gosto de algumas músicas (principalmente do álbum Hemispheres).

Rush é o conjunto musical canadense formado pelo contrabaixista, tecladista e vocalista Geddy Lee, pelo guitarrista Alex Lifeson e pelo baterista Neil Peart, aliás considerado o melhor baterista do mundo por muitos.

Mesmo para quem não gosta de Rush, há algumas coisas a se considerar:

  • Se você procura os músicos mais técnicos do rock'n'roll, entre eles encontrará Rush;
  • Se você procura os instrumentistas mais competentes do mundo, entre eles encontrará Rush;
  • Se você procura os músicos mais criativos do mundo, entre eles encontrará Rush.


É difícil encontrar um músico que seja ao mesmo tempo técnico e criativo, mais difícil ainda se ele se encontrar entre os mais técnicos e os mais criativos. Mil vezes mais difícil é encontrar três caras assim juntos… isso é Rush.

Segue a discografia:


Fica então a dica. ;-)

[]'s
Cacilhas

2008-10-04

Psicorocktrônica

Já tem algum tempo que fiquei de divulgar o novo album da Jennifer Black, mas adiei sei lá por quê… =P
Psicorocktrônica

O album se chama Psicorocktrônica e, como todo trabalho da banda, vale ser ouvido¹!

Boa audição a todos!

[]'s
Cacilhas, La Batalema

¹Fala sério que eu escrevi houvido! É muita distração… =P

2008-07-06

Apresentação da Jennifer Black em Petrópolis

Jennifer Black Essa é para os moradores de Petrópolis/RJ:

Apresentação dos grupos Jennifer Black e Zelda Scotch (fico devendo a ligação) próximo sábado, dia 19 de julho de 2008, às 19:00, em Petrópolis, no Petropolitano F.C.

Ingressos com o pessoal dos dois grupos.

[]'s
Cacilhas, La Batalema

2008-01-19

Escala diatónica

Berimbau Nossa música é quase totalmente europeia, apesar de algumas influências de outras partes do mundo, como da música africana – que atribui um ritmo mais interessante e sua característica modal – e asiática – mais rara na nossa cultura e que trás relações curiosas como o quarto de tom.

A música europeia tem origem na música judaica e, um pouco menos, no que sobrou da grega. Altamente tonal, a maior parte da música europeia é diatónica.

A escala diatónica é formada por sete graus, representando a sobreposição de dois tetracordes separados por um tom ou, menos frequentemente, por um semitom.

— Mas de onde veio a escala diatónica?

Foi criada por Pitágoras, filósofo grego dos séculos VI e V a.C. Pitágoras era mais religioso do que filósofo e formou comunas no Egito com seus seguidores, chamados matemáticos – que não tinham muito a haver com os matemáticos da atualidade. Eles acreditavam que a natureza se constitui de elementos discretos e pode ser representada numericamente, além de outras teorias muito a frente de seu tempo.

Um dos estudos naturais mais importantes dos matemáticos era a música e Pitágoras definiu a escala musical a partir de elementos matemáticos discretos.

Ele começava com uma corda, que vibrava e produzia um som. Esse som é chamado tónica, porque determina o tom da escala.

Então ele prendia a corda na metade (1/2) e vibrava umas das partes. A metade da corda vibra com o dobro da frequência. Atualmente chamamos esse grau de oitava, que também forma uma tónica.

Depois ele predia um terço (1/3) da corda, fazendo vibrar os outros 2/3. Esse som possui frequência igual a 3/2 da tónica e é chamado dominante.

Depois ele prendia a um quarto (1/4) fazendo vibras os outros 3/4. Esse som possui frequência igual a 4/3 da tónica e é chamado subdominante.

Então ele prendia a um quinto (1/5) fazendo vibras os outros 4/5. Esse som possui frequência igual a 5/4 da tónica e é chamado mediante.

Já temos então quatro graus: 2/1 (tónica), 3/2 (dominante), 4/3 (subdominante) e 5/4 (mediante).

Pitágoras então aplicava a dominante sobre os graus obtidos:

  • 3/2 × 3/2 = 9/49/8
  • 4/3 × 3/2 = 2/1
  • 5/4 × 3/2 = 15/8
  • 9/8 × 3/2 = 27/16


Temos então sete graus:
  • 9/8 – supertónica ou submediante – II
  • 5/4 – mediante – III
  • 4/3 – subdominante – IV
  • 3/2 – dominante – V
  • 27/16 – relativa – VI
  • 15/8 – sensível – VII
  • 2/1 – tónica – I


No século XVII, o italiano Josefo Zarlino conseguiu consonantar melhor a relativa, aplicando-lhe relação de primos. Então a frequência da relativa mudou de 27/16 (= 1.6875) para 5/3 (= 1.6666…) – [update 2008-01-21]que equivale a prender 2/5 da corda[/update]:
  1. 1/1 – tónica
  2. 9/8 – supertónica ou submediante
  3. 5/4 – mediante
  4. 4/3 – subdominante
  5. 3/2 – dominante
  6. 5/3 – relativa
  7. 15/8 – sensível
  8. 2/1 – oitava (tónica)


A mesma escala se repete geometricamente, sempre dobrando as frequências a cada oitava.

Portanto a escala diatónica foi desenvolvida de forma totalmente matemática.

[]'s
Cacilhas, La Batalema