Música ou pura tecnicice?
Outro dia eu conversava com um amigo meu, que me apresentava as bandas que ele gosta.
No meio havia bandas de metal sinfónico, o que me levou a pensar sobre a adulação da técnica…
Os atuais palestrantes profissionais de Agile e os metaleiros sinfónicos têm em comum a priorização da técnica.
A boa música é ou deveria ser o objetivo do musicista e a técnica o meio para alcançá-la.
O meio deve ser a forma de se atingir o objetivo. Se o objetivo pode ser atingido sem meios, é melhor deixar o meio de lado; se o meio atrapalha a busca pelo objetivo, é melhor buscar outros meios.
A técnica musical é um meio que facilita a busca pela boa música. Porém um meio longo e demorado…
Leva-se anos até que a técnica esteja aprimorada o suficiente para que a boa música comece a surgir.
Para reduzir esse tempo, esses instrumentistas tomam um atalho: substituem o objetivo pelo meio em si, tomam o meio por fim.
Ou seja, a técnica se torna mais importante que a música.
Nesse ínterim, temos Steve Vai, Rhapsody of Fire, Yngwie Malmsteen e tantos outros pseudo-musicistas que se dedicaram tanto à técnica a ponto de se esquecerem do objetivo principal.
Ah! Mas muita gente vai dizer que é questão de gosto musical!
Não estou falando de gosto. Há grandes músicos em diversos estilos, da música clássica ao hip hop, da música caipira ao rock e o metal. Não é este o ponto.
O ponto é sobre os caras que não conseguem atingir o objetivo musical e, para compensar, se tornam grandes técnicos instrumentistas de ego inflado. Ou me diga se você vê alguma musicalidade nessa barulheira aqui, que mais é um exercício de escala do que um solo de guitarra…
Não passa de exibição megalomaníaca.
O pior é que há muita gente que se deixa iludir por esse tipo de palhaçada, alimentando esse mercado que destrói a cultura musical.
Este foi só mais um desabafo musical. A intenção é levar o leitor a pensar sobre o assunto, concordando ou não comigo.
[]’s
Cacilhας, La Batalema