Fanatismo científico
Fazendo uma análise fria do que é fanatismo, podemos perceber que não há apenas o fanatismo religioso.
Fanatismo é o exagero de determinado pensamento ou doutrina, que leva o fanático a rejeitar sistematicamente tudo o que contradiz sua crença e – às vezes – a aceitar automaticamente qualquer coisa que a reafirme.
Na verdade o fanatismo é apenas um mecanismo de proteção do ego usado por pessoas que se consideram infalíveis: elas encontram algum sistema que confirme suas convicções, o adotam e defendem a ferro e fogo.
Geralmente consideramos fanáticos somente religiosos extremistas, mas há um grupo de fanáticos ainda mais perigoso: os fanáticos científicos.
Tais fanáticos aproveitam a ciência para justificar e endossar suas crenças. O fanático científico usa a expressão «cientificamente falando» da mesma forma como o fanático religioso usa «na Bíblia diz», ou seja, querendo dizer que, segundo suas crenças pessoais, a afirmação associada é incontestável.
Mas o pior não é crer que a afirmação seja incontestável… o pior é que ele acredita que tem de ser incontestável para os outros… acreditar que a expressão «cientificamente falando» (assim como seu equivalente religioso) lhe dá autoridade sobre as crenças pessoais alheias!
Veja bem: comprovar algo cientificamente não significa garantir que seja verdade, mas garantir que não contradiga outras verdades científicas aceitas. Toda metodologia sobre o assunto tem o único objetivo real de proteger o status quo vigente.
Ciência não é necessariamente realidade. É a apenas um ponto de vista – que aliás de tempos em tempos se mostra equivocado e precisa ser revisto.
Na comunidade científica clássica falta muito mais bom senso do que em muitas comunidades religiosas.
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