Visão política
Há muita demagogia no processo eleitoral por parte de todos os candidatos a todos os cargos, mas há coisas que você precisa saber para não cair no conto do vigário.
A primeira coisa é que não há essa de partido bonzinho e partido malvado… bem, não no geral. Quase todos os partidos, incluindo PSDB e PT, possuem políticos bem intencionados e políticos corruptos – salvo raras exceções.
A segunda coisa é que é uma tremenda babaquice dizer que ideologia é ruim. Um homem sem ideologia é um homem sem caráter. Todos temos princípios e ideologias, quem disser que ideologia é algo ruim, está querendo enganar você e não é de confiança.
Colocando esses esquívocos de lado, podemos entrar no que realmente interessa.
Infelizmente existe uma polarização política no Brasil: temos a Esquerda e a Direita. Claro que a grande maioria das pessoas, políticos ou não, se encontra em algum lugar entre uma e outra, mas no final é preciso escolher uma das duas.
Eu escolhi a Esquerda, mesmo não concordando 100%, e pretendo aqui explicar por quê.
Tanto a Direita quanto a Esquerda pretendem um país melhor, a diferença são os meios para alcançá-lo.
A Direita crê (e isso é ideológico!) que, para termos um país melhor, o poder deveria se restringir às classes mais abastadas, deixando ao povo, menos favorecido, a servidão. Assim, cada um na sua posição, a nação funcionaria como um relógio bem regulado, com suas diversas engrenagens.
Como a sociedade nacional tem engrenagens distintas, também o mundo: o lugar do Brasil seria de subordinação às nações ricas, que sabem o que é melhor para nós.
Também o papel do Estado na economia seria deixar correr solto, já que, segundo o Neoliberalismo, o mercado se autorregularia.
Por isso a privatização seria a melhor forma de termos o mercado equilibrado.
Discordo solenemente.
Setorizar a sociedade é maximizar as desigualdades, transformando as classes sociais em castas. Se um grupo tiver poder sobre o resto da sociedade, exercê-lo-á em benefício próprio, geralmente prejudicando os demais setores.
Da mesma forma os países: quando um ou mais países governam os demais, prejudicá-los-á em benefício próprio.
A posição da Esquerda é, como o nome sugere, polarmente diferente: o poder deve ser exercido por todo o povo, sem exclusão.
A máxima do Comunismo – o Comunismo de verdade, não essa ideologia demonizada pelos E.U.A. ou as alucinações ditatoriais de Stalin – diz:
De cada um segundo sua capacidade;
A cada um segundo sua necessidade.
Segundo a Esquerda, o Brasil deve ser um país soberano para interagir construtivamente com as demais nações.
Quanto ao Estado, seu papel é ser a representação institucional do povo, portanto deve regular o mercado e concorrer com outras empresas para impor o bem do povo que representa.
Então é papel do Estado punir os abusos das empresas.
É por essas e muitas outras razões que escolho a Esquerda e não votarei em nenhum político direitista.
[]’s
Cacilhας, La Batalema
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Por favor não confunda a polaridade Direita × Esquerda como a polaridade Capitalismo × Comunismo:
O Capitalismo pode ser economicamente produtivo (para alguns), mas é social e culturalmente destrutivo e moralmente autofágico. Já o Comunismo é utópico demais para ser aplicado por depender de que os governantes sejam politicamente incorruptíveis para funcionar.
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