Dar a própria opinião
Muita gente anda a confundir embasamento com medo de opinar.
Pense no número 7,8 bilhões… o que significa? Estrelas? Grãos de areia? Anos-luz de distância?
O número sozinho não faz sentido, porque está descontextualizado.
O nome disso é dado.
Agora, se aplicarmos um contexto ao dado, por exemplo, R$ 7,8 bi gastos anualmente pela Petrobras no governo Lula, o dado passa a fazer sentido… ele se torna uma informação.
No entanto uma informação sozinha, sem referências, dá margem a inúmeras interpretações.
Então, quando relacionamos a informação com um contexto mais amplo, por exemplo, R$ 7,8 bi gastos anualmente pela Petrobras no governo Lula contra R$ 12,5 bi gastos anualmente da Petrobras no governo FHC, a informação se torna pertinente. Ela se torna conhecimento.
No entanto informação pode ser aprendida, mas conhecimento deve ser criado.
Portanto é muito mais simples colecionar informações do que criar conhecimento.
O problema é que, apenas com informações, não se forma opinião. A tendência é a pessoa se tornar intelectualmente dependente e acreditar em tudo que seus gurus – aqueles em quem a pessoa confia para fornecer as informações – ditam. Perdem a capacidade de questionar o que vem «de cima».
Essas pessoas chamam de embasamento a própria falta de opinião. Geralmente são pessoas que se levam muito a sério, não são capazes de rir de si mesmas.
Não escrevo isto para agredir ou atacar ninguém, apenas pretendo lançar um alerta porque se contentar com coleção de informações é um perigo muito forte mesmo para pessoas inteligentes.
O remédio para esse mal é incrivelmente simples: questionar! Questionar o que não acreditamos, o que acreditamos, aqueles em quem confiamos, os gurus e principalmente a nós mesmos.
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Cacilhas, La Batalema