Criacionismo × Evolucionismo
Não podia deixar passar o mês de Darwin sem falar sobre a atual discussão Criacionismo × Evolucionismo.
Há um movimento atual – principalmente entre evangélicos – para tentar resgatar o Criacionismo como conhecimento científico. As alegações são tipicamente nazistas, ou seja, fazem sentido até que se pense sobre o assunto.
Não quero simplesmente atacar o Criacionismo! Respeito o Criacionismo, mas é preciso colocar cada coisa em seu lugar e descontextualizar o Criacionismo para recontextualizá-lo como conhecimento científico é mais do que apenas ignorância. É maucaratismo.
A Filosofia tem por obrigação descobrir o porquê, não o como, e religião, quando não é filosofia, é fanatismo.
Então empurrar um conceito religioso para as crianças como explicação de como é fanatismo. Só três tipos de pessoa fazem isso: cretinos sem caráter que não se importam em prejudicar o desenvolvimento intelectual das crianças em benefício próprio, pessoas que não se desenvolveram porque foram podadas por esses cretinos ou gente revoltada.
E quando digo «revoltada» quero dizer com uma raiva irracional de um conceito.
O Criacionismo – em suas múltiplas formas, não apenas a cristã – deve ser ensinado e respeitado como cultura religiosa, uma busca pela explicação dos porquês.
Já por outro lado, o Evolucionismo não é uma teoria fechada, nem explicação definitiva. É uma teoria, no sentido científico: uma hipótese que evoluíu para uma tese.
Uma tese não pode ser uma explicação definitiva, mas é algo que vale como explicação. Funciona bem! Pode ser refutada caso alguém perceba uma possibilidade melhor. Em suma: é o melhor que tempos agora.
No entanto, a obrigação da Ciência é descobrir como, não porquê. Mesmo os porquês da Ciência são comos desfarçados.
Empurrar um conceito científico para as crianças como explicação de porquê é fanatismo. Só três tipos de pessoas fazem isso: cretinos sem caráter que não se importam em prejudicar o desenvolvimento espiritual das crianças em benefício próprio, pessoas que não se desenvolveram porque foram podadas por esses cretinos ou gente revoltada.
Idem acima.
Em outras palavras: usar Darwin – um religioso em sua vida pessoal – para justificar o ateísmo é cretinice ou ignorância.
A teoria de Darwin tem uma falha impossível de ser ignorada – a menos que você queira muito ignorá-la: o acaso.
Acaso é uma crença! Você pode acreditar no acaso ou não acreditar.
Como cético sei que não há nada que prove que o acaso exista, nem que prove que não exista. Como ser humano eu me nego a acreditar no acaso.
Agora, acreditar no acaso e chamar isso de ceticismo é uma contradição! Acaso não explica nada: é uma fuga da explicação.
Então o ateu que foge dos problemas usando o acaso como escudo, está sendo tão fanático quanto qualquer crente que imponha o Criacionismo.
Acredito na existência de Deus, mesmo que como cético tenha de aceitar a possibilidade de sua inexistência, e vejo Deus onde Darwin via o acaso.
Gostaria de terminar, como sempre que falo de Darwin, lembrando a teoria da evolução de Wallace, anterior à de Darwin.
[]'s
Cacilhas, La Batalema