2008-02-22

Erro de quem mesmo?

Baal Recebi de um amigo um artigo do ½bit.com muito interessante, aliás com o qual concordo no sentido geral.

Mas discordo de algumas especificidades do texto sobre as quais gostaria de comentar…

Muito legal. Gostei do ponto de vista do autor.

Só quero fazer alguns comentários:

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> Sent to you by Silvio Eberardo via Google Reader:
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> O erro do Software Livre
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> via Meio Bit - Notícias, Dicas, Internet, Informática, Tecnologia, Download by luctimm on 2/21/08
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> Num blog até então desconhecido para mim, o autor relatou de maneira bem clara algo muito interessante: o principal erro do software livre. E do Linux, conseqüentemente.
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> Sem nem transcrever, uma única frase resume todo o artigo:
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> "O que acontece é que o tal “movimento de SL” é composto por pessoas muito chatas. Muito chatas! De xiitas que ficam demonizando a microsoft e os softwares pagos. Ficam com frases do tipo: “eu sou livre, seja livre vc tb”, “consegui usar o windows por 3 minutos sem travar rsrsrsrs” e essas coisas."

Vey… primeiro um comentário off-topic: fico simplesmente horrorizado em ver as pessoas usando a palavra xiita com sentido pejorativo. Demonstra desrespeito e preconceito contra a religião alheia.

Voltando ao assunto, os fanáticos – palavra correta a ser usada no lugar de xiita – são realmente o maior mal de qualquer ideia.

Aliás, se há fanáticos pelo Software Livre – também não os suporto – há mais fanáticos ainda pela Microsoft ou pela Apple. Portanto esse não é um mal do SL, mas do ser humano.

> Realmente. O MeioBit mesmo já foi palco de várias discussões com gente que se encaixa na descrição do autor, e o brinde da insígnia Troll não foi criado por acaso. Poxa, pessoal… comecei a usar Linux em 2003, numa época que demonizar a Microsoft até fazia algum sentido: nós não tínhamos softwares e nossa compatibilidade era extremamente porca. E ainda houve épocas mais tenebrosas! Usar Linux deveria ser tão agradável quanto usar o MenuetOS, talvez pior. Os usuários Ubuntu que estão chegando agora nem sabem dos problemas que enfrentamos para que eles pudessem receber tudo mastigado e funcionando.

Realmente…

Mas ½bit.com não serve como referência pra nada… aquilo lá é terra de trolls.

> Será que essas pessoas (fanboys, claro!) não percebem o quanto o xiitismo e o radicalismo ideológico prejudicam a imagem do sistema operacional? Empresas adotam Linux não por ser livre, por que é bonito ou por que o Windows trava e todo mundo sabe disso - bem menos do que antes, sem qualquer sombra de dúvida. Hoje, empresas usam Linux (e não GNU/Linux) pois o sistema oferece mais vantagem na prática (incluindo o custo) do que o sistema da Microsoft. 99,9% das empresas que usam Linux não alteram o código de fonte de seus programas, mas adquirem licenças com a RedHat, Novell e Mandriva para que o sistema funcione e tenha garantia de suporte numa falha eventual. Elas pagam por isso.

Novamente xiita! Esse cara deve achar bonito ser preconceituoso

Uma coisinha que as pessoas confundem: ideologia não é o mesmo que radicalismo ideológico. Sem ideologia nada vai pra frente.


É mais ou menos o que falei sobre filosofia em Era da Informação.

Outro comentário sobre esse parágrafo é sobre o parêntesis «e não GNU/Linux». O autor deveria se informar melhor antes de dizer abobrinhas.

Linux é o nome do cerne. O nome do sistema operacional é GNU – simplesmente GNU, nada mais. Dizemos GNU/Linux por respeito pelo fato do GNU só ter se tornado factível após o lançamento do cerne Linux.

Agora… Fedora Core, SuSE Linux, Slackware Linux, Debian GNU/Linux, etc., são nomes de distribuições, ou seja, personalizações do sistema GNU/Linux feitas por empresas, projetos ou comunidades específicas.

Falta de informação é !@#$.

> Fico estupefato vendo pessoas que se intitulam usuários do sistema há 7, 8, 10 anos, e com mentalidade de adolescente- rebelde- socialista- protestando- da- janela- do- apartamento- em- zona- nobre. Homens feitos, 35, 40 anos. Pessoas assim deveriam saber de cor e salteado como as coisas funcionam, que o mundo não é lindo e maravilhoso, e que a idéia de software livre pregada pelo Stallman não é aplicável ao meio corporativo.

Que legal! O mundo desse cara se limita ao meio corporativo!

Se todos pensassem assim, já teríamos destruído o mundo, ou ele seria um lugar insuportável pra se viver.

> E o pior é que, essa turma de empolgados faz tanto barulho que quem acaba se prejudicando é quem realmente desenvolve, implementa e vende o sistema, quem empurra o Linux pra frente. Já não passou da hora da "comunidade software livre" amadurecer, abrir sua mente para novas tecnologias (inclusive da Microsoft) e parar com a utopia? O Linux ia crescer muito mais.

Concordo quase plenamente. O problema é: o que ele entender por utopia? E por crescer?

Muita gente acha que «crescer» é se tornar insensível, egoísta e individualista. Geralmente é o ponto de vista de quem escreve textos assim.


Só mais dois comentários:
  1. Por que algumas pessoas acham que sensibilidade, altruísmo e compromisso social são sinal de imaturidade? É por isso que a nação demora a avançar.
  2. Só não respondo no ½bit.com porque quero distância daquele lugar.


Ah! E mais uma coisa: o autor reclama de «homens feitos», de 35, 40 anos, reclamando como adolescentes, e que eles deveria saber como as coisas funcionam. Acho que eles provavelmente sabem mais do que o autor do texto do ½bit.com.

[]'s
Cacilhas, La Batalema