2010-06-13

Lavagem cerebral

Baal Revistas pseudocientíficas, como a Super(des)interessante e a Mundo Estranho, usam uma tática muito funcional de lavagem cerebral para conduzir o raciocínio de seus leitores a conclusões estúpidas, mas aparentemente científicas. É por isso que se vê tantos ateus convictos¹ e americanistas por aí.

Cativar


Para cativar o leitor, a revista o trata como parte de uma suposta elite cultural, conhecedora de verdades esotéricas, ocultas da grande massa.

Para tanto, eles citam uma série de fatos conhecidos como se fossem verdades ocultas, com as quais o leitor se identificará.

Assim o leitor tem o ego inflado e a sensação de pertencer a um grupo de pessoas superiores.

Reiterar


A revista também apresenta uma série menor de fatos comprovados, mas pouco conhecidos, que o leitor pode não saber.

O leitor vai inicialmente ficar curioso e procurar discretamente se informar, atestando a veracidade, o que reitera sua confiança na seriedade da revista.

Manipular


Os dois grupos anteriores são a maioria, mas inofensivos: escolhidos cuidadosamente para não fazer diferença para o leitor ou a revista. Dois grandes grupos de inutilidades.

Então vem o objetivo: escondidas no meio das informações verídicas e inúteis há algumas inverdades, meias verdades e desinformação que, caso o leitor acredite, vão pouco a pouco direcionando suas posições.

No entanto o leitor já está cativado demais para questionar e já não procura outras fontes para validar a revista por três motivos: 1º porque já confia na seriedade da revista; 2º porque, em meio a tantas afirmações, é muito difícil distinguir o que é fato do que é desinformação; 3º porque estaria indo contra a elite da qual faz parte, tornando-se assim um renegado, um excluído.

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E assim essas revistas levam seus leitores a acreditar que os Irmãos Wright sejam os pais da aviação, que friagem não influencie no resfriado, que o materialismo seja conclusão científica e outras besteiras historicamente ou cientificamente já derrubadas.

[]’s
Cacilhας, La Batalema


¹Ateu convicto: não quis me referir aqui aos ateus legítimos, mas aos fanáticos que se acham os donos da verdade absoluta e agem exatamente igual a qualquer fanático religioso, tentando evangelizar as outras pessoas. Se você for «ateu», conviva com isso e cada um na sua! (Nessa frase também cabe «religioso».)