O Código Da Vinci... de novo
Outro assunto que quero evitar é o tal do «Código Da Vinci» de Dan Brown.
Não aguento mais falar ou ouvir falar nisso. Mas há duas coisas referente ao «Código Da Vinci» que não consigo engolir, então vou escrever este post simplesmente para desabafar. =P
A Língua Pura
No livro, Dan Brown se refere à língua inglesa como a «língua pura», por não ter sofrido influência do latim.
Então, se o sr. Brown quer uma língua pura, vai ter de se virar sem algumas palavras. Pra citar só umas poucas: abominate, act, accept, adapt, advance, air, animal, beast, captive, car, cat, charity, color, comment, copy, create, data, declaim, delicate, describe, doctrine, extra, family, fortune, fragile, front, grace, imitate, invoke, latex, liberty, material, maximize, media, mille, misery, move, nature, navigate, normal, object, offer, optimize, planet, poetry, post, prepare, prompt, rational, rect, relax, republic, respect, script, state, status, subject, super, theater, title, transfer, tribute, ultra, village, vote e todas as palavras terminadas com -ation e -ator, para citar só as mais óbvias.
É tudo mentira
Por outro lado, os opositores de Dan Brown estão partindo para o exagero: usando o fato de Dan Brown ter «mentido» (palavra forte) para endoçar mentiras inversas.
Confúcio dizia que uma verdade não se torna mentira por ter vindo da boca de um mentiroso.
Como disse um representante da Santa Sé Católica num programa do National Geographic Channel, se Jesus Cristo foi ou não casado, isso não diminui (ou não deveria diminuir) a fé dos cristãos. O celibato foi uma idéia defendida por São Paulo Apóstolo.
Se Jesus foi ou não casado, não há menção bíblica. Por um lado, era muito, muito estranho um judeu não ser casado, o que assustaria e afastaria possíveis seguidores; por outro, Jesus foi seguidor de João Batista, que era essênio, e os essênios eram celibatários. Portanto não há nada que diga se Jesus foi ou não casado.
É uma discussão infértil.
Outra coisa: a importância dos Evangelhos Apócrifos e os cristãos gnósticos.
Havia mais de trinta evangelhos. Os Evangelhos Canônicos não foram escolhidos por sua veracidade contra os apócrifos, mas porque eram os mais compatíveis com as crenças que o imperador romano queria priorizar, ou seja, o culto a Mitra (já sincretizado com o culto a Apolo) e o culto a Ísis - não o cristianismo.
Pronto, desabafei. =)