2015-08-18

Vergonha alheia

Heim? As manifestações do dia 16/8 me fazem sentir vergonha alheia.

Um bando de brancos racistas, machistas e homofóbicos destilando ódio, preconceito e violência, repetindo mecanicamente que se trata de uma manifestação pacífica e democrática, ao bom e velho estilo Goebbels, como se, ao repetir uma mentira, ela se tornasse verdade.

Aí alguém vem e diz:

— Como machistas? Havia mulheres na passeata!

Dondocas sustentadas pelo marido, naquela tradicional relação vertical onde o homem é o provedor rei do lar e a mulher sua serva, ali para cobrir suas necessidades; cujas mentes não foram exercitadas o suficiente para perceberem o absurdo da situação.

— Mas algumas dessas mulheres são empresárias.

Sim, que se satisfazem egoisticamente em ocupar um lugar masculino, discriminando outras mulheres e se vingando dos homens quando pode. Ainda assim machistas, misóginas.

— Mas e a mulher negra?

Qual? Uma daquelas raríssimas que aparecem como mucama da madame na manifestação? Aquela feliz em ocupar seu lugar na hierarquia da violência, e que desconta os maus tratos que recebe maltratando o nordestino, entre outros, aqueles abaixo dela nessa hieraquia perversa? Aquela que se sente amada por ser recebida no seio da família branca como serva?

Seja como for, qualquer um que você pegue daquela massa de ignorância é ou favorecido pelo status quo, ou se compraz na perversidade.

Pra todo escravo fujão, sempre há um capitão do mato.

[]’s Cacilhας, pli La Batalema ol ĉiam antaŭe