Primeiras impressões
Uma semana de Rio de Janeiro e já senti algumas diferenças…
Distância
Quando estava para sair de
Acredito que, ao dizer «Rio», quiseram dizer Centro do Rio.
Bem, Petrópolis se localiza a 62,1 km do Centro – sem contar os 3,2 km que eu precisava cruzar para chegar à rodoviária, com transporte público precário.
De Jacarepaguá ao Centro são 22,1 km, pelas minhas contas quase três vezes mais perto.
Mas alguns vão alegar que a distância não importa, que os fatores importantes são conforto, trânsito e tempo… concordo!
Trânsito
De Petrópolis para o Centro, o viajante é obrigado a aturar o trânsito da Washington Luiz, da Avenida Brasil e da Perimetral, três pontos críticos. De Jacarepaguá, pego trânsito no Grajaú, na Tijuca (que é bem enjoado) e na Presidente Vargas, muito menos chato!
Não acredita? Vamos ao tempo então…
Tempo
Depois que me mudei, passei a acordar uma hora e meia mais tarde e a ter quarenta minutos a mais de tempo em casa antes de sair, para chegar no trabalho no mesmíssimo horário que chegava antes.
Saio do trabalho uma hora mais tarde e chego em casa também no mesmíssimo horário em que chegava em Petrópolis.
Portanto tenho mais tempo em casa, mais tranquilidade e mais tempo no escritório, o que significa mais qualidade de vida, ao contrário do que acreditam os bitolados petropolitanos.
Conforto
Ah! Mas o ônibus da Única Fácil é muito melhor do que viajar em um roletão lotado!
Bem… seria…
Se eu não tivesse de comprar a passagem com antecedência, pelos preços abusivos praticados pela empresa, para não ficar horas na rodoviária esperando, o que me amarra totalmente os horários e me estressa bastante.
De qualquer forma, eu não tenho andado apertado. Viajo de roletão sim, mas sentado e na janela.
Segurança
Outra merda que ouvi dos invejosos é que eu ia «trocar o canto dos pássaros por tiroteios diários».
Lembro de minha época de UFRJ que tive de enfrentar alguns tiroteios sim, mas desde que me mudei, sou acordado pelo canto de bentivis em minha janela e vendo patinhos nadando no rio. Portanto, outro medo patológico dos petropolitanos.
— Ah! Mas e os assaltos?!
Fatalidades! É ilusão achar que em Petrópolis se fica seguro, já fui assaltado duas vezes e invadiram minha casa três ou quatro vezes em Petrópolis.
Infraestrutura
A infraestrutura de Petrópolis é precária, pra ser eufêmico.
Transporte público deficiente, poucas opções de produtos à venda, preços absurdos, tudo muito distante e pouco acessível, poucas escolas (as públicas são lamentáveis) e quase nenhuma opção de trabalho – as poucas que existem pagam mal de verdade.
Também o acesso à Internet em Petrópolis é ruim e para poucos abençoados.
Aqui onde moro tenho tudo perto: escolas, farmácias, hospitais, shopping centers, padarias, supermercados, papelarias, sapatarias, chaveiros, restaurantes, acesso de qualidade à Internet, tudo que se possa precisar. E se não tiver perto, o ônibus é R$2,50 para quase qualquer outro lugar.
Algo impensável em Petrópolis. Sei que tem gente vai dizer «mas eu tenho farmárcia/padaria/outra-coisa no cormércio perto de casa aqui em Petrópolis»… acredite em mim: é bem diferente.
Povo feliz
Me falaram também que «não se deve confiar em cariocas, pois eles são malandros, só se pode confiar em petropolitanos».
Pois bem, os cariocas são um povo alegre e prestativo, sempre sorrindo e tentando ajudar, enquanto os petropolitanos são, no geral, ranzinzas e de uma má vontade colossal.
É claro que há cariocas cafajestes, assim como há petropolitanos cafajestes, mineiros, paulistas, gaúchos, nordestinos, [acrescente-aqui-seu-povo-proferido] cafajestes. Não se deve confiar em estranhos, claro, mas qualquer coisa além de precaução saudável é pura paranoia.
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Bem, esta é minha impressão inicial de morar no Rio: os prós superam os contras de longe. Sendo que já trabalho aqui há dois anos e já morei aqui (em alojamento universitário) há uns quinze anos atrás.
Ou eu invento algo para me arrepender ou os petropolitanos invejosos vão roer as unhas até os cotovelos. =)
[]’s
Cacilhας, La Batalema