Moscadas científicas
Interessante ver como o método científico falha justamente quando é afetado pelo fator humano.
A parte explícita do método científico é a seguinte:
- São observados comportamentos que levam a um teoria;
- Cria-se uma hipótese, que afirma categoricamente a teoria que os cientistas querem provar;
- Cria-se uma antítese, que nega sistematicamente a hipótese;
- São definidos procedimentos controlados – chamados experimentos – para verificar a autencidade da hipótese (nesta etapa deve haver ao menos um grupo de teste e outro de controle);
- Caso a hipótese seja confirmada, cria-se uma tese, caso contrário a antítese se converte em hipótese e voltamos ao 3º passo.
Agora, há uma parte implícita do método, cheia de hipocrisia:
- Para ser aceita como hipótese, a teoria deve ser materialista;
- Todo dado experimental que confirme vagamente a hipótese é aceito sem muita investigação;
- Toda informação de qualquer natureza que contradiga a hipótese é rejeitada sempre que possível;
- Para ser aceita como tese, a hipótese precisa corroborar teorias, axiomas e teses pré-estabelecidos.
Um grande exemplo de uma moscada científica causada por essa hipocrisia é o resfriado comum (em inglês common cold).
Na primeira metade do século XX, quando estava na moda o vírus, fizeram um experimento científico que, em tese, «provou» que o resfriado é causado por contágio viral, nada tendo a haver com friagem.
A partir de então os médicos mais pragmáticos passaram a combater a relação que as sábias mães criam entre friagem e resfriado, enquanto os médicos mais céticos (no sentido correto da palavra, ou seja, que duvidam) continuaram recomendando evitar a friagem.
Só que há fatos pouco divulgados sobre aquele experimento tido como científico...
Em primeiro lugar, o grupo de teste (que teve uma percentagem maior de contágios) tinha apenas seis voluntários, assim como o grupo de controle, quantidade insuficiente para qualquer teste que se preze.
Em segundo lugar, nenhum dos voluntários foi exposto a friagem: apenas os voluntários do grupo de teste foi exposto a contaminação viral (e mesmo assim nem todos ficaram resfriados).
Recentemente novo teste feito por cientistas mais céticos verificou o contrário:
Primeiro: o grupo de teste tinha cento e oitenta (180) voluntários, assim como o grupo de controle.
Segundo: os voluntários do grupo de teste foram expostos a friagem, enquanto os do grupo de controle não.
Terceiro: ninguém foi exposto controladamente a contaminação viral.
O resultado: a percentagem de resfriados no grupo de teste foi estupidamente maior que no grupo de controle.
A teoria para isso é a seguinte: todos estamos o tempo todo expostos aos vírus que causam resfriado, mas a friagem baixa as defesas do sistema imunológico o suficiente para os vírus se desenvolverem.
Tirem suas próprias conclusões.
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