Mesmo quando acertam, os médicos estão errados
Mesmo quando acertam, os médicos estão errados.
Primeiro o oncologista ficou assustado porque minha esposa sobreviveu até depois do carnaval, depois os médicos disseram que ela teria apenas semanas de vida.
Quando, na sexta-feira santa, ela foi internada, os médicos disseram que ela não duraria nem semanas, apenas poucos dias.
A cada certeza dos médicos, meu rouxinol superava as expectativas… e mais! Em vez de uma doente agonizante, como algumas pessoas insistiam em vê-la, ela gozou de qualidade de vida.
Quando da última vez um médico acertou, disse que ela teria poucos dias e realmente ela se desligou em três dias, ainda assim ele estava errado.
O médico disse que nós teríamos de interná-la em um hospital para ela passar seus últimos dias como uma doente terminal longe daqueles a quem ama. Ao contrário de sua proposta indecente, meu rouxinol passou três dias com seu filho amado – ao qual ela chamava meu gatinho –, seus bichinhos e comigo, em família, escolhendo o que queria fazer com seu tempo, assistindo TV, tomando banho de sol e orando com os amigos.
Os arautos da má notícia cantaram glória aos médicos, que, segundo eles, mostraram-se sempre certos, esquecendo-se de todas as vezes que os médicos erraram e do quão errado eles estavam em relação ao que minha esposa deveria fazer com seus últimos dias.
Àqueles que concordam com os médicos eu encerro com uma pergunta: se você soubesse que o mundo vai acabar em poucos dias, como gostaria de passar esses últimos dias? Em casa com a família e amor ou em um hospital?
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Cacilhας, La Batalema