Atual posição internacional do Brasil
Grande artigo de Francisco Barreira do blog Fatos Novos, Novas Idéias sobre a importância internacional do Brasil, que o PIG tenta minar. Transcrevo aqui apenas uma pequena parte:
A crise hondurenha está-se aproximando do seu desfecho. Com Zelaya, o que ainda é possível, ou sem ele, acredita-se que haverá eleições dia 29 próximo e ninguém duvida de que sua legitimidade será contestada. Os próprios hondurenhos, à razão de 54 por cento (Pesquisa Greenbergt), a consideram ilegítima. Pior: começam a pipocar os primeiros atentados a bomba e tentativas de assassínio de representes do governo golpista. Era inevitável.
Esta semana (ver, na sequência desta, matéria deste blog editada ontem), ficou claro que Barack Obama aposta nos golpistas, como forma de impedir a instalação de um governo anti-americano no país. Como se diz, ele está plantando ventos que trarão tempestades imediatas, numa área perigosamente próxima de sua fronteira.
Entretanto, o que parte importante da imprensa brasileira, impregnada de mediocridade e de ódio tucano, ainda não percebeu é que Honduras converteu-se, malgrado seu, num espaço importante de um xadrez que inaugura o primeiro vôo importante da diplomacia brasileira, como protagonista da cena mundial.
Antes que a grande mídia brasileira comece a turvar as águas e deturpar os fatos, veja aqui de forma bem simplificada e esquematizada o que realmente está acontecendo em Honduras e seus desdobramentos:
1 – Desde o início do ano, o presidente Manuel Zelaya vinha tentando reformar a constituição, através de um plebiscito, de forma a permitir a sua reeleição. Isto não é ilegítimo, nem inédito: foi um método bem sucedido utilizado recentemente, com algumas variações, por Hugo Chávez, na Venezuela, Evo Morales, na Bolívia, Rafael Correa, no Equador, Fernando Henrique Cardoso, no Brasil e Álvaro Uribe, na Colômbia. Neste último caso, o processo ainda está em andamento e concederá um terceiro mandato ao atual presidente. Fora do âmbito latino-americano, há o exemplo clássico de Franklin Delano Roosevelt, também contemplado com um terceiro mandato consecutivo e o da manobra recentíssima do prefeito de Nova York, o bilionário Michael Bloomberg que promoveu alteração da legislação e acaba de emplacar sua segunda reeleição.
2 – Não estamos, portanto, lidando com nenhuma aberração jurídico-constitucional. A diferença entre todos os casos enumerados acima é a de que a grande mídia brasileira, sempre alinhada com o Departamento de Estado norte-americano e com os interesses do capital financeiro sem pátria, ora faz gosto, ora não faz. Quando ela faz gosto, (como é o caso de FHC e Uribe) fecha os olhos, quando não gosta, arma o maior barraco e tenta convencer à incauta classe média brasileira de que suas compras e a Civilização Ocidental e Cristã estão ameaçadas de morte.
3 – No caso específico de Honduras, a máfia das sete famílias que controla a grande mídia não fazia gosto na reeleição de Zelaya, mas fazia gosto no golpe vulgar que o derrubou. Então ela convocou seu batalhão de penas bem pagas e sem nenhum escrúpulo para tentar convencer seus leitores de que a deposição de Zelaya, sob orientação de políticos republicanos e espertos homens de negócio norte-americanos era um «golpe preventivo e bem intencionado» – para usar as palavras do impagável Arnaldo Jabor – e destinado «a evita o mal maior». Mal maior para quem, cara pálida?
4 – A 23 de setembro último, os golpistas locais e seus patrões externos foram surpreendidos por um lance ousado, tramado pelo próprio Zelaya e por Chávez e que contou (não sejamos cínicos) com a anuência e a cooperação do Itamaraty. O presidente deposto, um latifundiário convertido ao bolivarianismo, como que por encanto, amanheceu com seu chapelão de Pepe Legal na embaixada brasileira em Tegucigalpa. E o presidente Lula passou a tratar o presidente golpista, Roberto Micheletti, como o moleque que ele é. Foi um Deus nos acuda.
5 – A partir daí, a mídia brasileira mobilizou (além de Jabor que já não é levado muito a sério) seus fuzileiros mais bem treinados nas memoráveis campanhas neoliberais, gente como Noblat, Mainardi, Willian Waack e Merval Pereira. A missão deste Comando Delta era a de provar que o Brasil, coitadinho, meteu-se numa aventura juvenil, uma enrascada, sem plano de fuga.
6 – Tudo em vão. Com seu desempenho em Honduras, articulado com o ingresso da Venezuela no MERCOSUL, o Brasil estreou como protagonista no cenário mundial e a mídia, cedo ou tarde, terá que reconhecer que a – não há mais quintal norte-americano no Continente; b – o Brasil somado à UNASUL, União Sul-Americana agora viabilizada com o fortalecimento do MERCOSUL, é o novo interlocutor do poder mundial neste Século e único do Hemisfério Sul com capacidade de ser levado a sério; c – esta nova realidade foi reconhecida por Nicolas Sarcozy que há um mês negociou com Lula um cooperação estratégica França/Brasil de longo alcance, destinada a articular uma aliança entre a União Européia e UNASUL, com o objetivo de contrabalançar a hegemonia norte-americana neste lado do Atlântico.
Houve também um magnífico comentário de LEN:
Chico, daqui há algumas décadas, os pesquisadores vão identificar essa época como o início da grande derrocada da oligarquia midiática. Do jeito que eles estão agindo, é suicídio na certa. Até os meus amigos mais intransigentes na defesa dos órgaõs de imprensa estão agora revelando sua frustração. Só vai restar para eles leitores com preconceito arraigado, que estão de acordo com esse comportamento, e aqueles completamente despidos de senso crítico e alguma inteligência
abs
Repito um apontador para o artigo original:
Boa leitura!
[]'s
Cacilhas, La Batalema