2009-02-26

Comparação de desempenho entre compiladores

Tux No ½bit.com saiu uma matéria citando Ted Mielczarek: «Eu acho que a realidade que as pessoas têm que encarar é que o Visual C++ produz código muito melhor que o GCC. O Microsoft Visual C++ é melhor porque o compilador apenas emite uma linguagem intermediária, e o linker faz todo o trabalho».

Em seguida a matéria diz que o projeto LinuxDNA fez um teste de desempenho entre o GCC e o ICC, compilando o cerne Linux.

Em algumas áreas o ICC mostrou um desempenho até 40% superior ao GCC.

Até aqui, sinceramente, nenhuma novidade. Sempre soube que o ICC tem melhor desempenho que o GCC – uso GCC só por conveniência.

O artigo para aqui, no entanto, lendo os comentários, as pessoas entenderam que o Microsoft Visual C++ é mais eficiente do que o GCC – como se o teste tivesse sido feito com o Microsoft Visual C++ em vez do ICC. Também diversos comentários difamando Richard Stallman.

A quem interessar possa:

  • Se tudo o que o Stallman defende fosse pro buraco, não teríamos GNU/Linux nem boa parte das ferramentas livres que existem hoje. Se ele é um mal, é um mal necessário.
  • Não é possível dizer se o Visual C++ tem um desempenho superior ou inferior ao GCC. É preciso fazer um teste para isso – e tenho quase certeza que o GCC apresentaria um desempenho superior. Microsoft não é Intel, se a Intel faz melhor que a comunidade não significa que a Microsoft também consiga – aliás a Microsoft já demonstrou diversas vezes que não consegue.


É por essas meias verdades que parei de ler o ½bit.com.

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Cacilhas, La Batalema

2009-02-16

Decálogo

lâmpada É simplesmente intrigante ver como um código moral milenar continua vivo atualmente.

Mas esse fato se torna ainda mais intrigante quando consideramos que os cinco mandamentos cívicos (são cinco religosos e cinco cívicos) não foram criados pelos judeus, mas são ainda mais antigos: são parte das Quarenta e Duas Confissões Negativas, contidas no Livro dos Mortos.

Segue o Decálogo:

Depois falou o Senhor nestes termos:

1. Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei do Egito, da casa da servidão. Não terás deuses estrangeiros diante de mim.

2. Não farás para ti imagem de escultura, nem figura alguma de tudo o que há em cima no Céu e do que há embaixo na Terra, nem de coisas que haja nas águas debaixo da Terra. Não as adorará nem lhes dará culto: porque eu sou o Senhor teu Deus, o Deus forte e zeloso, que vinga a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta gerações daqueles que me aborrecem; e que faz misericórdia até mil gerações àqueles que me amam, e que guardam os meus preceitos.

3. Não tomarás em vão o nome do Senhor teu Deus: porque o Senhor não terá por inocente aquele que toma em vão o nome do Senhor seu Deus.

4. Lembra-te de santificar o dia do Sabá. Trabalharás seis dias e farás nele tudo o que tens para fazer. O sétimo dia, porém, é o dia do descanso consagrado ao Senhor teu Deus. Não farás nesse dia obra alguma, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu escravo, nem tua escrava, nem tua besta, nem o peregrino que vive das tuas portas para dentro. Porque o Senhor fez em seis dias o Céu, a Terra e tudo o que neles há, e descansou ao sétimo dia. Por isso o Senhor abençoou o dia sétimo e santificou.

5. Horarás teu pai e tua mãe, para teres uma vida dilatada sobre a Terra, que o Senhor teu Deus te há de dar.

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6. Não matarás.

7. Não cometerás adultério.

8. Não furtarás.

9. Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.

10. Não cobiçarás a casa de teu próximo: não desejarás sua mulher, nem seu escravo, nem sua escrava, nem seu boi, nem seu jumento, nem coisa alguma que lhe pertencer. (Exodo 20)


É fácil perceber a diferença de intenções e redação entre os cinco primeiros – tirados da cultura hebraica – e os cinco seguintes – tirados do Livro dos Mortos.

Os cinco mandamentos religiosos são muito contextuais, não é possível adaptá-los corretamente às sociedades multiculturais e laicas da atualidade. Mas os cinco mandamentos egípcios são perfeitamente cabíveis.

O curioso foi descobrir num programa do History Channel que o sistema judiciário estadunidense não quer abrir mão totalmente dos cinco mandamentos religiosos, mas pretende ignorar completamente o décimo mandamento, já que a sociedade capitalista é baseada na cobiça.

É importante resaltar que o termo cobiçar usado no Decálogo significa «planejar formas de tomar do outro para si».

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Cacilhas, La Batalema

Sistema em falência

Baal Algumas pessoas ainda defendem o Neoliberalismo e reclamam de sua falência económica. Inclusive vi um programa onde um daqueles estressados da bolsa disse que a única forma do Brasil escapar da crise seria se a especulação financeira voltasse a funcionar.

Vamos entender como funciona a especulação financeira para entender porque esse sistema económico tende ao fracasso.

O conjunto dos sistemas económicos é um sistema fechado, sem outros a quem recorrer.

Vamos usar números pequenos para facilitar o entendimento: imagine um sistema económico onde o total de valores equivale ao produto de sessenta (60) horas homem de trabalho.

Nesse sistema fechado simples, há três indivíduos com valores financeiros distintos: $2, $3 e $5.

O total é $10, portanto com uma regrinha de três simples podemos descobrir que cada $1 equivale a 6h.

Assim o primeiro indivíduo detém valor de $2 ≡ 12h, o segundo $3 ≡ 18h e o terceiro $5 ≡ 30h.

Agora imagine que o segundo indivíduo fez especulações financeiras – tudo bem! Eu sei que é difícil especular só com três indivíduos, mas como disse vou usar valores pequenos – e conseguiu aumentar sua quantidade de dinheiro de $3 para $5.

O valor total do sistema não se alterou, pois não houve trabalho/produção, então continua em 60h. Porém a soma total de dinheiro aumentou de $10 para $12, assim cada $1 passa a equivaler a 5h, 1h a menos.

Refazendo a regra de três, $2 ≡ 10h, $5 ≡ 25h e $5 ≡ 25h.

Então o primeiro indivíduo continua com $2, mas esse dinheiro, que aparentemente não se alterou, passou a valer 2h a menos. Também o terceiro indivíduo, que tem $5, perdeu o equivalente a 5h.

E para onde foram essas 7h? Para o segundo indivíduo!

Agora se tirar valor dos outros por meio de especulação não for roubo, eu não sei o que mais seria!

Essa situação ainda se agrava porque os valores têm prazo de validade. Se muita gente passa a especular sem trabalhar, os valores não serão repostos e as pessoas vão perdendo poder enquanto os especuladores tentam recuperá-lo por meio de especulação, roubando uns dos outros num ciclo vicioso.

É claro que o sistema mundial é MUITO mais complexo do que isso, no entanto a matemática básica é a mesma para sessenta valores, para sessenta mil valores, para o mundo tudo ou para o Universo. Aumentando a complexidade, aumenta a possibilidade de enganar as pessoas, mas a matemática básica continua a mesma.

Esse tipo de sistema, que valoriza o roubo a especulação em detrimento da produção e do trabalho, tende à falência pela baixa produção e reposição quase nula de valores, mesmo que os corruptos tenham conseguido empurrar com a barriga mais duas gerações desde 1929.

E que se f!@#$ os netos!

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Cacilhas, La Batalema

2009-02-13

Criacionismo × Evolucionismo

lâmpada Não podia deixar passar o mês de Darwin sem falar sobre a atual discussão Criacionismo × Evolucionismo.

Há um movimento atual – principalmente entre evangélicos – para tentar resgatar o Criacionismo como conhecimento científico. As alegações são tipicamente nazistas, ou seja, fazem sentido até que se pense sobre o assunto.

Não quero simplesmente atacar o Criacionismo! Respeito o Criacionismo, mas é preciso colocar cada coisa em seu lugar e descontextualizar o Criacionismo para recontextualizá-lo como conhecimento científico é mais do que apenas ignorância. É maucaratismo.

A Filosofia tem por obrigação descobrir o porquê, não o como, e religião, quando não é filosofia, é fanatismo.

Então empurrar um conceito religioso para as crianças como explicação de como é fanatismo. Só três tipos de pessoa fazem isso: cretinos sem caráter que não se importam em prejudicar o desenvolvimento intelectual das crianças em benefício próprio, pessoas que não se desenvolveram porque foram podadas por esses cretinos ou gente revoltada.

E quando digo «revoltada» quero dizer com uma raiva irracional de um conceito.

O Criacionismo – em suas múltiplas formas, não apenas a cristã – deve ser ensinado e respeitado como cultura religiosa, uma busca pela explicação dos porquês.

Já por outro lado, o Evolucionismo não é uma teoria fechada, nem explicação definitiva. É uma teoria, no sentido científico: uma hipótese que evoluíu para uma tese.

Uma tese não pode ser uma explicação definitiva, mas é algo que vale como explicação. Funciona bem! Pode ser refutada caso alguém perceba uma possibilidade melhor. Em suma: é o melhor que tempos agora.

No entanto, a obrigação da Ciência é descobrir como, não porquê. Mesmo os porquês da Ciência são comos desfarçados.

Empurrar um conceito científico para as crianças como explicação de porquê é fanatismo. Só três tipos de pessoas fazem isso: cretinos sem caráter que não se importam em prejudicar o desenvolvimento espiritual das crianças em benefício próprio, pessoas que não se desenvolveram porque foram podadas por esses cretinos ou gente revoltada.

Idem acima.

Em outras palavras: usar Darwin – um religioso em sua vida pessoal – para justificar o ateísmo é cretinice ou ignorância.

A teoria de Darwin tem uma falha impossível de ser ignorada – a menos que você queira muito ignorá-la: o acaso.

Acaso é uma crença! Você pode acreditar no acaso ou não acreditar.

Como cético sei que não há nada que prove que o acaso exista, nem que prove que não exista. Como ser humano eu me nego a acreditar no acaso.

Agora, acreditar no acaso e chamar isso de ceticismo é uma contradição! Acaso não explica nada: é uma fuga da explicação.

Então o ateu que foge dos problemas usando o acaso como escudo, está sendo tão fanático quanto qualquer crente que imponha o Criacionismo.

Acredito na existência de Deus, mesmo que como cético tenha de aceitar a possibilidade de sua inexistência, e vejo Deus onde Darwin via o acaso.

Gostaria de terminar, como sempre que falo de Darwin, lembrando a teoria da evolução de Wallace, anterior à de Darwin.

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Cacilhas, La Batalema

Funk emburrece?

Baal Vou parecer bem preconceituoso agora, algumas pessoas vão ficar com raiva de mim, mas tudo tem base científica.

É compreensível que algumas pessoas prefiram Mozart, outras Ravel, algumas até gostam do arianista. Algumas pessoas gostam de Black Sabbath, outras de Pink Floyd, já outras preferem Van Halen ou ainda Gabriel o Pensador.

Até aqui é tudo compreensível: pura diferença de gosto – e como se sabe, gosto não se discute.

Agora, estender o provérbio popular para funk – e outros estilos pseudomusicais – é ignorância pura.

Repare que quem aprecia funk raramente aprecia outro estilo musical e quem aprende música – digo, estuda de verdade –, com o tempo deixa de gostar de funk. E isso tem explicação científica.

As crianças nascem com muitas sinapses, mas aquelas que não são usadas se perdem até os dois anos. Então, se a criança não recebe estímulos musicais até os dois anos, perde as sinapses que favorecem a musicalidade.

Não estão perdidas para sempre! Podem ser refeitas, mas é muito custoso e exige muito esforço.

Assim, crianças que não recebem estímulo musical até os dois anos perdem a habilidade para apreciar boa música, criando até uma certa rejeição (é cansativo recriar sinapses) e passando a gostar de sonoridades mais simples (pejorativamente falando), como funk.

Esse conhecimento é importante não apenas para a música: a maioria das crianças tem dificuldades na escola porque não receberam estímulo de lógica e de raciocínio dos pais até os dois anos. Tem dificuldade em lidar com frustrações – saca o complexo do «pinto» pequeno? – porque não receberam os estímulos emocionais devidos nesse período.

Isso porque os pais também não tiveram isso e cresceram adultos incompletos! Quem se acha burro não é burro, apenas precisa trabalhar a recriação das sinapses perdidas.

Portanto, um conselho aos pais: psicólogo não é médico de maluco, muito menos pediatra é só pra quando a criança quebra um osso. Procurem regularmente psicólogos e pediatras.

O sistema público de saúde oferece esses recursos, quando não, pastorais, centros espíritas e talvez até igrejas evangélicas (duvido um pouco dessas últimas) podem oferecer. Não deixem de procurar!

É interesse de políticos corruptos que o povo não seja mentalmente sadio, para que seja gado. Pais não deixem que isso aconteça a seus filhos!

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Cacilhas, La Batalema

Ashes and snow – Feather to Fire

Feather to fire, fire to blood,
Blood to bone, bone to marrow,
Marrow to ashes, ashes to snow.


Gregory Colbert has used both still and movie cameras to explore extraordinary interactions between humans and animals. His exhibition, Ashes and Snow, consists of over 50 large-scale photographic artworks, a 60-minute film, and two 9-minute film haikus. The show will next open in Mexico City on December 15.

This excerpt is entitled Feather to Fire, and is narrated in three languages by Laurence Fishburne (English), Ken Watanabe (Japanese), and Enrique Rocha (Spanish).

More information about Gregory Colbert and Ashes and Snow is available at www.ashesandsnow.com.

Ashes and Snow® and Nomadic Museum® are registered trademarks of Gregory Colbert.

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Cacilhas, La Batalema

2009-02-12

Provedores em Petropólis

Baal Estou muito tentado a escrever algo sobre Criacionismo × Evolucionismo neste mês de Darwin, mas antes preciso reclamar dos provedores de Internet em Petrópolis.

Minha conexão é da Quatra Telecom, um ótimo provedor, porém pequeno.

Por ser um provedor pequeno, quando ocorre um problema grande – Petrópolis é a cidade das trovoadas no verão – eles demoram a conseguir resolver. Apesar da boa vontade, faltam recursos.

Como estou trabalhando em home office, não posso dar-me ao luxo de ficar esperando e resolvi correr atrás de outro provedor.

Já havia procurado a TechCable antes, mas eles me informaram que não tinham interesse em atender minha região, decidi então não procurar de novo.

Procurei a Claro, empresa da qual sou cliente de telefonia móvel há uns cinco anos. Informei-me sobre preços do 3G, mas não souberam informar-me sobre a cobertura.

A moça da loja me perguntou se eu conhecia alguém com 3G que pudesse me emprestar o modem para testar em casa, porque a loja, por algum motivo estranho, havia parado de emprestar modems. Por algum motivo igualmente estranho não conheço ninguém com 3G.

Fui a outra loja da Claro, perguntei sobre cobertura e eles também não sabiam. Mas a postura deles já foi diferente da primeira: eles queriam que eu comprasse o modem e assinasse o plano para testar em casa. Perguntei o que aconteceria se não tivesse cobertura e me responderam – não com essas palavras – que era problema meu, que não há devolução do modem e que eu teria de arcar com a recisão de contrado.

Engraçadinhos eles. Parece que vou continuar apenas com meu celular mesmo.

Procurei a Oi sobre planos de Velox.

Eles me disseram que eu preciso adquirir uma linha fixa da Oi para depois avaliarem se há a possibilidade de habilitar Velox. Eu disse que não quero uma linha fixa, que quero conexão com a Internet, mas eles me disseram que só fazem venda casada.

Legislação e impossibilidades técnicas a parte, perguntei se não poderiam instalar então um linha já com Velox habilitado a resposta da atendente foi não: primeiro é preciso instalar para depois avaliar a possibilidade.

Perguntei então o que aconteceria se a linha não suportasse Velox. A atendente me disse que era só cancelar a instalação, mas que os valores pagos até então não seriam devolvidos.

Santa Canalhice.

Liguei para a Taho e perguntei sobre a cobertura deles. Sem rodeios e sem enrolação a menina do telefone me disse que infelizmente não tem cobertura onde moro.

Achei muito honesto. Nota 10 pra eles pela honestidade. Pras outras dou ZERO.

Bem, vou ficar usando a conexão de meu cunhado até a Quatra reestabelecer meu sinal – 11 pela boa vontade, 5 pelos recursos, média 8.

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Cacilhas, La Batalema

2009-02-01

Slackware 12.2

Forçosamente atualizei meu Slackware para a versão 12.2 (current)! Aproveitei para fazer algumas mudanças…

Gosto muito mesmo do Window Maker, mas gosto mais ainda de variar – tanto que uso papel de parede aleatório.

Também gosto bastante do GNUstep, mas ainda não consegui fazer ele funcionar no Slack 12.2 – todas as aplicações estão apresentando falha de segmentação. =(

Então resolvi mudar minha área de trabalho:
screenshot

Estou usando Openbox, wbar, Tint Task Manager, stalonetray, Gtk Krell Monitor e ETerm.

Depois de tudo configurado, estou gostando muito da experiência. Não sinto muita diferença, pois configurei o feeling (gestos e botões de mouse/rato, teclado, teclas de atalho e menus) da mesmíssima forma como estava no Window Maker, no entanto o visual ficou bem mais interessante. É o que eu gostaria de fazer com o Window Maker.

O dia – beeeem futuro – que eu estiver com saco para fazer um hack no Window Maker, tentarei deixá-lo assim. =)

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Cacilhas, La Batalema